Outrora, “quando ainda havia fadas”, os quintais verdejavam e multicoloriam paisagens com frutos em pencas; no bonde, “havia um anjo pra guiar”; o tempo era tangido por vagarosos ponteiros e cantavam-se modinhas e valsas em serestas lentas, doces. Mas... diz agora o sabiá do bosque “junto à minha rua” que esse dia vai retornar e... em breve. Canta ele de um lugar, Feitiço Mineiro; de um show, “Valsas e outras modas de delicadeza”; de um cantor, Eduardo Rangel; de um violonista, Jaime Ernest Dias; de um 10 de maio...
Deixe de tristeza, de tamanho saudosismo, avisa ainda, pois melhor é entoar, com “Todo o sentimento”, um repertório com notas em sépia, uma “Valsa brasileira”, “Até pensei” (Chico Buarque de Holanda), “Senhorinha” (Guinga e PC Pinheiro), “No tempo dos quintais” (Sivuca e Tapajós), “Carinhoso” (Pixinguinha)...
De antigamente é a “moça de fazenda antiga”, de chapéu, sombrinha, a musa do trovador, mas quem disse que no tempo da velocidade são fantasia os “Românticos” (Wander Lee)? São “uma espécie em extinção”, são loucos, mas estão por aí, “vivem pelos bares”, porque até os ossos amam e têm lá seu “Romance das caveiras” (valsa humorística de Alvarenga e Ranchinho).
Nessa noite de ontem e de hoje, de saudades e de risos, cabem ainda “Dentro de mim mora um Anjo” (Sueli Costa) e um pouco da produção brasiliense, com a valsa “Segredos” (Marcílio Homem e Macus Ribas) e “Mentira da saudade” (Clodo Ferreira). E “se era uma vez um tempo de pardais”, um “tempo em que os casais podiam mais se namorar nos lampiões de gás, sem os ladrões atrás”, “nem mesmo mil ladrões podem roubar canções”, nem mesmo a ligeireza do hoje pode fazer efêmera tanta delicadeza em melodias, palavras e sentimentos.
OS SERESTEIROS
O violonista Jaime Ernest Dias, concertista premiado em vários concursos no Brasil e no exterior, é professor da Escola de Música de Brasília. Instrumentista convidado por diversas ocasiões como solista na Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, Jaime abriu recentemente o show de Milton Nascimento, no Centro de Convenções de Brasília.
Eduardo Rangel, cantor e compositor brasiliense, gravou seu primeiro CD ao vivo Pirata de Mim na casa carioca Mistura Fina, sendo indicado ao "VII Prêmio Sharp de Música". Também foi finalista do festival da Rede Globo "Canta Cerrado". Seu segundo CD ao vivo, Eduardo Rangel & Orquestra Filarmônica de Brasília, foi gravado na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional, com 60 instrumentistas, sob arranjo e regência do maestro Joaquim França.
Em 2011, cantou como convidado especial da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional no concerto em Comemoração aos 51 anos de Brasília, e apresentou o show temático para o 44° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Atualmente, Rangel faz o lançamento de seu terceiro álbum, Estúdio. Rangel tem composições gravadas por Edson Cordeiro, Renata Arruda, Márcio Faraco, Suzana Mares, Indiana Nomma, Célia Porto, Antenor Bogea e Célia Rabelo, entre outros.
"VALSAS e OUTRAS MODAS de DELICADEZA"
Show com Eduardo Rangel e Jaime Ernest Dias
Quinta-feira, 10 de Maio, 22h
No “Feitiço Mineiro“ (306 Norte)
Couvert: R$15 - Reservas: (61) 3272-3032
Assista o vídeo para "Senhorinha" de Guinga e Paulo César Pinheiro: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=kY5I2SQfiCk
Ouça o novo CD no Facebook: https://www.facebook.com/eduardorangelmusicas
Texto de Ana Cristina Vilela
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