segunda-feira, 30 de abril de 2012

A V SEMANA DA LUTA ANTIMANICOMIA



A V SEMANA DA LUTA ANTIMANICOMIAL tem como tema "Cuidado ou controle?

Saúde Mental e as formas de institucionalização da vida'', pretende levantar a discussão sobre as formas de lidar com a loucura em nossa sociedade, evidenciando os tratamentos que prezem pelo cuidado no sentido de valorizar e potencializar a ação desses sujeitos no mundo, empodeirando-os, dar-lhes voz, em detrimentos das formas de controle, que imobilizam-lhes e encaixotem em lugares afixados, seja na aposta de que os ''doentes mentais'' não podem ser mais do que o nome e código de suas doenças carregam, seja na compreensão de que são incapazes de sentir, desejar e decidir sobre suas próprias vidas. O cuidado do qual falamos é, portanto, aquele que acolhe a diferença e a valoriza, percebendo saúde mental de uma forma ampla, não só como ''ausência de sintomas'', mas enquanto possibilidade de o sujeito desenvolver relações de autonomia e criação sobre o mundo.
O que nós, estudantes, trabalhadores, profissionais de saúde, usuários desse sistema de saúde, o que nós, a cidade, pensamos sobre a loucura?
Dessa forma, não só pretende continuar possibilitando a reflexão sobre a necessidade de novas formas de tratamento, mais humanas e potentes de criação e libertação, como também contribuir com a produção de novas subjetividades no que se refere ao olhar destinado a loucura. 


FEIRA DA TORRE
Dia 12/05/2012 - SÁBADO
das 15:00 às 19:00  
BOX SEMEANDO ARTE- FEIRA DA TORRE, BLOCO C, BOX 95
O último bloco do lado de quem  vai para a  Asa Norte e o último do lado de quem  vai para o Centro de Convenções.
Esta programação faz parte da Semana da Luta Antimanicomial.

O dia da luta é 18 de maio.

Morre o poeta teresinense Barros Pinho

Ode ao Amor do Mar (José Maria Barros Pinho - 1939-2012) Gosto do mar pelo absurdo sensual de suas sereias pelo encrespar do vento no ventre de peixes abomináveis pelo lésbico despudor das ondas violentando as águas gosto do mar absorvendo sol na máscara de bronze dos pescadores gosto do mar mistério azul das mulheres-marinhas visivelmente estranguladas gosto do mar concupiscente e paradoxal em seus horrores. http://sobrearte-marcuspeixoto.blogspot.com.br/ Morre o poeta, escritor e político Barros Pinho 29.04.2012 Barros Pinho tinha 72 anos e era atual presidente da Fundação Cultural de Maracanaú e vice da Academia Cearense de Letras FOTO: DENISE MUSTAFA (20/09/2007) Internado desde a última segunda-feira, o romancista sofreu um infarto na sexta e não resistiu Faleceu, na manhã deste sábado, por complicações oriundas de um infarto, o ex-prefeito de Fortaleza e atual presidente da Fundação Cultural de Maracanaú, José Maria Barros de Pinho. O enterro será neste domingo, às 10h30, no cemitério Parque da Paz. Poeta e escritor, tinha 72 anos e estava internado na Gastroclínica desde a última segunda-feira com um quadro de hipertensão. Para o presidente da Academia Cearense de Letras, Pedro Henrique Saraiva Leão, esta é uma perda para o cenário cultural, em virtude do grande romancista, intelectual e poeta que foi. Atual vice-presidente da Academia, e cotado para ser o próximo presidente, Barros Pinho muito contribuiu para a entidade, segundo Pedro Henrique, estando entre um de seus feitos a colaboração para a aprovação de uma a Lei estadual que fornece apoio financeiro para a Academia, mantendo assim a sua conservação e a manutenção. "É uma grande perda para a intelectualidade cearense", resume. O ex-governador do Estado, Lúcio Alcântara, afirma que Barros Pinho foi um homem de luta, mas ao mesmo tempo um romântico, cumprindo papel importante na política cearense. "Muitas vezes tivemos em campos opostos, mas nossa amizade nunca sofreu. Ele deixa uma obra que permanecerá entre nós como um marco de sua passagem na Terra", diz. "Atuando pelo brilho de sua inteligência, sempre teve uma conduta exemplar em prol de uma valorização política e intelectual do País e nunca deixou de defender suas teses, sempre levando a debate questões de grande importância", afirma o deputado federal Mauro Benevides, que ligou para se manifestar. José Maria Barros de Pinho nasceu em Teresina, em 25 de maio de 1939. Era político, poeta, e contista. Foi vereador em Fortaleza pelo MDB, de 1979 a 1982; deputado estadual pelo PMDB entre 1983 e 1990; prefeito de Fortaleza de 1985 a 1986; e também presidente da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet) e do Instituto de Previdência do Município (IPM). Como poeta, destacou-se por diversas obras publicadas. http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1131985

domingo, 29 de abril de 2012

ANTONIO MIRANDA. em MEDELLIN 2012.



POESIA COLOMBIANA EM FORMATO BILINGUE ESPANHOL E PORTUGUES 


        
Antonio Miranda andou por  Lima (onde lançou um livro) e em Medellín, na Colômbia, deu algumas palestras, participou de entrevistas,  visitando bibliotecas, livrarias, fazendo contatos, a convite da Municipalid... 


"Comprei e ganhei muitos livros e meu amigo CARLOS ENRIQUE SIERRA, que é poeta e editor, além de livreiro, me orientou sobre nomes importantes da poesia de seu país. Estou traduzindo e publicando tudo... Vejam como já está a página e digam se gostaram, corrijam erros, indiquem nomes de poetas... "

http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/colombia/colombia.html


ENTREVISTA COM ANTONIO MIRANDA SOBRE POESIA E RELAÇÕES CULTURAIS DO BRASIL COM A COLOMBIA... NO BLOG DE UM PROMOTOR CULTURAL DA CIDADE DE MEDELLÍN... ESPERO QUE APRECIEM... COISA RÁPIDA, DURANTE A FEIRA “DIAS DEL LIBRO”






Canto 53
RAÇAS E CORES


No Brasil, Senhor, não há raças
há cores, tonalidades

todos os matizes
numa hierarquia de cores, de classes

— preconceito, sim
(em casa, velado na rua)
segregação, nem tanto —

no processo de embranquecimento.

Raça, só dos animais inferiores.

Uma mestiçagem devoradora
— cruzamentos
até ao infinito.

Uma nova etnia
fundindo ressentimentos
— da escravatura
— dos desterros
— das imigrações
em que se aprende
a dormir em rede,
a despir-se,
em que o dendê e a pimenta
não são mais privilégio de índios e africanos.

A luta é entre o arcáico
e o moderno
entre o patriarcal
e o comunitário porque
negros, índios e mestiços
continuam pobres.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

ARTEDEGRAU


Recital de Poesia Europeia e Brasileira – Semana da Europa


O livro 'Na tarde que se avizinha e outros poemas” enfeixa uma seleção de poemas dos seis primeiros livros de poesia do autor , a saber: 'Raia-me Fundo o Sonho tua Fala', 'Na Curva de um Rio, Mungubas', 'Quase um Dia', 'Moro do Lado de Dentro', 'A Terceira Margem do Rio' e 'A Vida Sente a Si Mesma'. A Antologia segue a divisão por livros e obedece a ordem cronológica inversa, do mais recente ao mais antigo. Com ilustração da capa da artista curitibana Manoela Afonso, a obra reúne poemas autobiográficos, de cenas cotidianas, de meditações sobre o tempo e a finitude da vida.


11 de maio, sexta-feira, 19h30, no Instituto Cervantes

Poetas brasileiros e europeus irão declamar poesias em diferentes línguas, homenageando a diversidade cultural da Europa. Presença confirmada do poeta e embaixador da Croácia, Sr. Drago Štambuk; e do escritor, tradutor e professor polonês Henryk Siewierski recitando poemas da grande poetisa polonesa, ganhadora do Prêmio Nobel, Wisława Szymborska. Também estão confirmadas participações do poeta e Secretário de Cultura do DF, Hamilton Pereira, do poeta e engenheiro Marcos Freitas e do filólogo espanhol Alfonso Hernández.

Embaixador Drago Štambuk – Um dos mais consagrados poetas croatas, com cerca de 40 livros já publicados em vários idiomas, o Embaixador da Croácia é também médico, com especialidade em gastroenterologia. Sua poesia tem sido celebrada por grandes vozes da escrita mundial: “Štambuk é um poeta que planta asas nos anjos”, já disse o chileno Antonio Skármeta.

Henryk Siewierski – Poeta e professor, nasceu em Wroclaw, na Polônia, em 1951, e formou-se em Letras pela Universidade Jaguelloniana de Cracóvia, onde também foi professor. Vive no Brasil desde 1986, tendo publicado vários livros. Participou da I Bienal da Poesia de Brasília e é professor da Universidade de Brasília.

Hamilton Pereira – O atual Secretário de Cultura do Distrito Federal é um consagrado poeta sob o pseudônimo de Pedro Tierra. Nascido em Porto Nacional, atual estado de Tocantins, sua obra poética inclui títulos como Poemas do Povo da Noite, Menção Honrosa no Prêmio Casa de Las Américas, em 1977; Missa da Terra sem-males, em parceria com Pedro Casaldáliga e Martin Coplas (Livramento, Tempo e Presença, S. Paulo); Missa dos Quilombos, com Pedro Casaldáglia e Milton Nascimento (disco da EMI) e Água de Rebelião.

Alfonso Hernández Torres (Espanha) – Filólogo, poeta e professor, tem vivido em vários países como Portugal, República Checa, Hungria e atualmente Brasil. Foi professor universitário em várias universidades europeias e atualmente é professor do Instituto Cervantes de Brasília.

Marcos Freitas – Engenheiro civil, poeta, contista e letrista, integrante do Coletivo de Poetas. Lançou, em 2003, o livro de poesia “A Vida Sente a Si Mesma”. Em 2004, na XXV Feira do Livro de Brasília, lançou “A Terceira Margem Sem Rio”. Em 2006, lançou os livros “Moro do Lado de Dentro”, “Quase um Dia” e “Na curva de um rio, mungubas”. Em 2007, o livro “Raia-me fundo o sonho tua fala”. Em 2008, os livros “Marcos Freitas – micro-antologia de rua” e “Staub und Schotter“ (poesias em alemão, inglês, espanhol, francês, italiano e tcheco). O livro “Urdidura de Sonhos e Assombros: poemas escolhidos (2003-2007)” foi publicado em 2010. Na área técnica, lançou os livros “Neurocomputação Aplicada”, “A Regulação dos Recursos Hídricos” e “Que Venha a Seca”. Participou de inúmeras antologias. Premiado em 1º Lugar no II Concurso de Poesia do Terraço Shopping, Brasília – DF, 2005 e em 3º Lugar no Prêmio SESC Carlos Drummond de Andrade (SESC-DF, Brasília, 2006). É verbete no ‘Dicionário Biográfico Virtual de Escritores Piauienses”, de Adrião Neto. Diretor do Sindicato dos Escritores do DF. Filiado à Associação Nacional dos Escritores – ANE e à União Brasileira de Escritores – UBE.


Onde adquirir o livro 'Na tarde que se avizinha e outros poemas :


QUINTAS LITERÁRIAS

Lina Tâmega Peixoto


QUINTAS LITERÁRIAS

Associação Nacional de Escritores
Oferece a Palestra

“Literaturas brasileira e portuguesa:
diálogo e inter-relações”




  
Palestra escritora Lina Tâmega Peixoto às 20h
3 de maio (quinta-feira), em seu Auditório (SEP SUL 707/907)

Lina Tâmega Peixoto – Professora, poetisa, crítica de Literatura exerceu o magistério na Fundação Educacional do Distrito Federal e na Universidade de Brasília. Participa de antologias poéticas. Agraciada com prêmios literários (Prêmio Lúcia Aizim  da União Brasileira de Escritores – UBE-RJ pela obra Dialeto do corpo e Prêmio Ligia Malaguti de literatura infantil em versos – da União Brasileira de Escritores – UBE-RJ pela obra Os bichos da vó. Pertence à Associação Nacional de Escritores, ao Sindicato de Escritores do Distrito Federal, à Academia de Letras do Brasil e ao PEN Clube do Brasil.


Após a palestra, na sala de espera a ANE
haverá refrigerantes e salgadinhos.

XIV SHOW CULTURAL DE CAPOEIRA -Homenagem ao Dia do Trabalhador


 O Centro Cultural e Social Grito de Liberdade comprometido com a promoção e a defesa de bens e direitos sociais, coletivos e difusos ao patrimônio cultural, histórico, artístico e natural e com a preservação e popularização das raízes afro-brasileiras. Apresenta o XIX SHOW CULTURAL DE CAPOEIRA, evento que visa à integração da população com as raízes culturais tradicionais populares e afros - brasileiras em uma grande celebração, homenageando o dia do trabalhador.

PROGRAMAÇÃO:

SÁBADO - 28/04

17:00 horas - RODA DE CAPOEIRA DE ANGOLA -  ESPETACULO QUILOMBOS DA LIBERDADE
LOCAL: QUADRA 405 (SAMAMBAIA NORTE)/ENTRADA FRANCA

DOMINGO - 29/04

10:00 – horas -  RODA DE CAPOEIRA DE ANGOLA -  ESPETACULO QUILOMBOS DA LIBERDADE
LOCAL: FEIRA DOS IMPORTADOS/ ENTRADA FRANCA

SEGUNDA - FEIRA – 30/04

ENCONTRO COM MESTRES DE CAPOEIRA NACIONAIS!!
18:00 -  horas - RODA DE VIVENCIA E SABERES COM OS MESTRES  - COBRA – DF, GILDO DO ALFINETE – BA, RAS CIRO LIMA – BA, TIEGO NICACIO – RN, VUE – RJ
LOCAL: AUDITÓRIO DA ADNINSTRAÇÃO -  RIACHO FUNDO I/ ENTRADA FRANCA

TERÇA-FEIRA – 01/05 - DIA DO TRABALHADOR.
09:00 hs  - Grupo Cultural Pé de Cerrado
10:00 hs - Tambor de Crioula – Mestre Teodoro
11:00 hs -  Bumba meu Boi – Mestre Teodoro
14:00 hs -  Aula de Capoeira ( Dança do Bastão, maculelê, puxada de rede, dança do fogo, samba de roda -  Espetáculo Quilombos da Liberdade.
18:00 hs – Seu Estrelo e o Fuá de Terreiro
18:50 – Lazer – Dj Ocimar ( DABOMB), Voz sem Medo, Dj Jamaika  e Guind'art  121.
22:00 – Pata Kundum ( Gravação do DVD ao vivo)

BRINQUEDOS INFLAVEIS,  PINTURA DE ROSTO, PIPOCA E ALGODÃO DOCE (GRÁTIS) CAMPEONATO DE GOLZINHO, QUEIMADA E BANDEIRINHA - DURANTE TODO O DIA!!

ENTRADA 1 KG DE ALIMENTO NÃO PERECIVEL
LOCAL: TENDA MULTICULTURAL -  AO LADO DA BIBLIOTECA CENTRAL -  RIACHO FUNDO I

Contatos: (61) 8449 0697 –  (61)8602 8799




quinta-feira, 26 de abril de 2012

V Encontro Leituras de Mundo





Os saraus, ou que nome se queira atribuir aos encontros literários
 em diferentes formatos, estão em alta no estado. A confirmação
 formal disso deu-se na semana passada, com o lançamento da
 edição de número 113 da revista Aplauso, dedicado 
exclusivamente à movimentação desses encontros literários 
em Porto Alegre e no interior. Seguindo nesse ritmo, conforme
 anunciado na postagem imediatamente anterior, nesta 
quarta-feira, acontece a primeira edição de 2012 do sarau 
Meus Poemas Sou Eu Escrito, comandado pelo poeta Renato 
de Mattos Motta. A atividade, enquanto integrante do projeto 
Quarta Tem Sarau no Quarto, será realizada no Centro Cultural 
CEEE Erico Verissimo, na sala O Retrato, no quarto andar. Os 
eventos desse projeto têm atraído um público bastante 
diversificado da Capital, da Grande Porto Alegre e mesmo do 
interior, consolidando a iniciativa - que surgiu no primeiro semestre 
de 2011 - e reforçando a importância da leitura, do 
compartilhamento de conhecimento, da cultura/literatura nacional e
Romar Beling (em Budapeste) 
 estrangeira.

E nessa mesma linha se realiza, 
na quinta-feira, o V Encontro
 Leituras de Mundo, em Santa
 Cruz do Sul, idealizado e 
comandado pelo poeta, jornalista
 e editor do Grupo Gazeta de 
Comunicações Romar Beling.
  
Eis outra iniciativa que já disse a
 que veio desde o primeiro 
encontro, uma vez que promove um 
rico diálogo entre expressões artísticas de diferentes áreas e de
 diferentes regiões. Prova disso, além da excelente repercussão
 e do retorno dos frequentadores, é que o organizador foi um 
dos quatro convidados para representar esses movimentos
 culturais do estado numa mesa-redonda que aconteceu 
justamente na noite  de lançamento da Aplauso,na semana 
passada, também no CCCEV.


Mauro Klafke
Sempre enfatizando a escrita de um
 convidado especial, o Encontro Leituras 
de Mundo, uma extensão do blog Leituras
 de Mundo para a "vida real", nesta próxima
 edição, dá destaque especial para a obra do
 poeta Mauro Klafke (Gramado Xavier),
 autor de Baixo relevo,Nordeste para 
salmos de viola, Fábula americana, O sino 
& o galo, Não é proibido pisar na grama, 
Invenção de Santa Cruz, Canções de um
 certo cotidiano e, o mais recente, Cantares
 de espera.
 Klafke é, certamente, um dos nomes mais representativos da literatura 
de sua região, e a qualidade de sua escrita lhe permite transitar com êxito
 em qualquer ambiente literário dentro e fora deseu contexto.


A atividade inicia-se às 18h na tradicional livraria e cafeteria Iluminura, no 
centro da cidade, e tem continuidade em um segundo momento no Quiosque
da praça. A exemplo de iniciativas da capital, o Encontro Leituras tem atraído
 importante público desde o princípio, o que inclui escritores, poetas, 
artistas plásticos, leitores de Santa Cruz do Sul, Agudo, Sobradinho, Sinimbu, 
Gramado Xavier, Porto Alegre, entre outros, e, ao que tudo indica, a ponte
 agora foi feita com literatos de Santa Maria, que provavelmente já estarão
 presentes nesta quinta-feira.

Sintam-se todos convidados a estarem presentes em ambos os encontros. 

Festival de Abril 2012 - Homenagens a Cassiano Nunes

Convite Festival de Abril 2012 27 de abril de 2012 Homenagens a Cassiano Nunes na data de seu nascimento In memoriam PROGRAMAÇÃO Auditório da Faculdade de Ciência da Informação 27 de abril, sexta-feira das 09h às 12h. Abertura pela direção da FCI e BCE: Elmira Simeão e Neide Aparecida Gomes POESIA E MÚSICA Produção Musical na era Digital Beatriz Magalhães Castro Cassiano Viana Marcelo Carvalho de Oliveira Coordenação do Espaço Cassiano Nunes/ BCE/ UnB: Maria de Jesus Evangelista

Oficina pra Terreiro de Bumbo: figuras, danças e ritmos de brinquedos da Zona da Mata-PE



O grupo (em formação) São Mateus da Terreirada Divina convoca amigos e pessoas interessadas em participar da oficina de abertura dos trabalhos do projeto Baiano pra Mamulengo que contará, na sua primeira semana, com a presença de Aguinaldo Silva – filho do mestre Bio Alexandre do Cavalo Marinho Estrela de Ouro(Condado -PE), Frank Sósthenes e Rodrigo Félix - integrantes do grupo Sagaranna(Recife- PE).

A oficina tem como foco principal iniciar a formação de brincantes a partir de vivências e pesquisa em elementos da cultura popular, optando pelo processo de imersão, adubando um terreno para a troca de saberes, experimentação e criação. Procurando visitar a linguagem tradicional das figuras, danças e ritmos da zona canavieira, o projeto Baiano pra Mamulengo revisita e experimenta a ritualidade de lugares de nossa terra, realimentado o terreiro que existe em nós.

Nesta primeira semana de atividades estaremos compartilhando conhecimentos a cerca da musicalidade (toques e cantos), figuras e dança do cavalo marinho, maracatu rural e caboclinho. Convocamos para a oficina todos aqueles dispostos à experimentar a expressão do saber popular e participar do processo de montagem do espetáculo Baiano pra Mamulengo.

“Oficina pra Terreiro de Bumbo: figuras, danças e ritmos dos brinquedos da zona da mata”, serão oferecidas 20 vagas gratuitas, a oficina serárealizada do dia 30 de abril ao dia 4 de maio de 2012. De segunda à sexta-feira no horário de 14:00 h às 18:00h no Centro Cultural Teatro da Praça -Taguatinga / DF

ENDEREÇO: Área Especial nº 01 Taguatinga Centro - DF
Apoio: Gerencia de Cultura RA-III

Para participar da ”Oficina pra Terreiro de Bumbo: figuras, danças e ritmos dos brinquedos da zona da mata” preencha a ficha de inscrição no seguinte link: http://form.jotformz.com/form/21154218942652 e aguarde a confirmação por email.

Contatos: Joaley Almeida: 84481330/Carol Barreiro: 863657118/Kika: 85062766

As aventuras do Dom Xicote Mula Manca" do grupo Roupa de Ensaio no Imaginário Cultural




Esse final de semana (28 e 29/4) terá o espetáculo
"As aventuras do Dom Xicote Mula Manca" do grupo
 Roupa de Ensaio no Imaginário Cultural.


A apresentação começa às 17h
entrada :R$ 5,00 (meia).
Endereço: Qr 406 conjunto 30 lote 06,
avenida entre 406/408,
próximo a padaria Royal - Samambaia Norte.
Não percam! Contato: 3358-9959.

--
 
Imaginário Cultural
Grupo Roupa de Ensaio e Cia. Fábrica de Teatro/DF

Sede Imaginário Cultural: 61 33589959
Tássia Aguiar: 61 84803345 / Josuel Junior: 61 84871551 / Rafael Soul: 61 92211691
Marília Abreu: 61 92141991 / Miguel Mariano: 61 84141877

Recital de Poesia Europeia e Brasileira

11 de maio, sexta-feira, 19h30, no Instituto Cervantes Poetas brasileiros e europeus irão declamar poesias em diferentes línguas, homenageando a diversidade cultural da Europa. Presença confirmada do poeta e embaixador da Croácia, Sr. Drago Štambuk; e do escritor, tradutor e professor polonês Henryk Siewierski recitando poemas da grande poetisa polonesa, ganhadora do Prêmio Nobel, Wisława Szymborska. Também estão confirmadas participações do poeta e Secretário de Cultura do DF, Hamilton Pereira, do poeta e engenheiro Marcos Freitas e do filólogo espanhol Alfonso Hernández. Embaixador Drago Štambuk – Um dos mais consagrados poetas croatas, com cerca de 40 livros já publicados em vários idiomas, o Embaixador da Croácia é também médico, com especialidade em gastroenterologia. Sua poesia tem sido celebrada por grandes vozes da escrita mundial: “Štambuk é um poeta que planta asas nos anjos”, já disse o chileno Antonio Skármeta. Henryk Siewierski – Poeta e professor, nasceu em Wroclaw, na Polônia, em 1951, e formou-se em Letras pela Universidade Jaguelloniana de Cracóvia, onde também foi professor. Vive no Brasil desde 1986, tendo publicado vários livros. Participou da I Bienal da Poesia de Brasília e é professor da Universidade de Brasília. Hamilton Pereira – O atual Secretário de Cultura do Distrito Federal é um consagrado poeta sob o pseudônimo de Pedro Tierra. Nascido em Porto Nacional, atual estado de Tocantins, sua obra poética inclui títulos como Poemas do Povo da Noite, Menção Honrosa no Prêmio Casa de Las Américas, em 1977; Missa da Terra sem-males, em parceria com Pedro Casaldáliga e Martin Coplas (Livramento, Tempo e Presença, S. Paulo); Missa dos Quilombos, com Pedro Casaldáglia e Milton Nascimento (disco da EMI) e Água de Rebelião. Alfonso Hernández Torres (Espanha) – Filólogo, poeta e professor, tem vivido em vários países como Portugal, República Checa, Hungria e atualmente Brasil. Foi professor universitário em várias universidades europeias e atualmente é professor do Instituto Cervantes de Brasília. Marcos Freitas – Engenheiro civil, poeta, contista e letrista, integrante do Coletivo de Poetas. Lançou, em 2003, o livro de poesia “A Vida Sente a Si Mesma”. Em 2004, na XXV Feira do Livro de Brasília, lançou “A Terceira Margem Sem Rio”. Em 2006, lançou os livros “Moro do Lado de Dentro”, “Quase um Dia” e “Na curva de um rio, mungubas”. Em 2007, o livro “Raia-me fundo o sonho tua fala”. Em 2008, os livros “Marcos Freitas – micro-antologia de rua” e “Staub und Schotter“ (poesias em alemão, inglês, espanhol, francês, italiano e tcheco). O livro “Urdidura de Sonhos e Assombros: poemas escolhidos (2003-2007)” foi publicado em 2010. Na área técnica, lançou os livros “Neurocomputação Aplicada”, “A Regulação dos Recursos Hídricos” e “Que Venha a Seca”. Participou de inúmeras antologias. Premiado em 1º Lugar no II Concurso de Poesia do Terraço Shopping, Brasília – DF, 2005 e em 3º Lugar no Prêmio SESC Carlos Drummond de Andrade (SESC-DF, Brasília, 2006). É verbete no ‘Dicionário Biográfico Virtual de Escritores Piauienses”, de Adrião Neto. Diretor do Sindicato dos Escritores do DF. Filiado à Associação Nacional dos Escritores – ANE e à União Brasileira de Escritores – UBE. http://www.semanadaeuropa.org.br/site/?portfolio=recital-de-poesia-europeia-e-brasileira

quarta-feira, 25 de abril de 2012

PROJETO ALTOS PAPOS


Sobre Brasília, brancos e negros...




Por Vicente de Paulo Siqueira

 Quem assistiu aos shows de Seu Jorge, precedido pela brasiliense Ellen Oléria, e de Caetano Veloso, precedido por Chico Cesar, nesse sábado e domingo, respectivamente, nas comemorações do aniversário de Brasília, pôde observar  e/ou viver na pele as contradições de nossa cultura e de nossa sociedade.

  ]No sábado, o show era dos negros Seu Jorge e Ellen Oléria, de sua música negra. O autor de “Burguesinha” vem com seu visual hip-hop e um discurso que não incomoda nem negros nem brancos; Ellen, na batalha por sua música, aparece com um som mais engajado, mais rico, quando canta composições suas ou “Zumbi”, de Jorge Benjor, e “Poeira”, de Luis Bonan e Sergio Reis, por exemplo, fazendo trânsito entre o sertão de Brasília de hoje e o que foi antes de Juscelino.
    No domingo, Chico César fazia o primeiro show da noite, ele de sempre, com seus carimbós e cocos, sua manha de paraibano curtido em São Paulo, sua poesia atenada, seu discurso engajado e despreocupado a só tempo, cantando novas e interessantes canções junto com outras nem tanto. Caetano entrou com o corpo, a voz e o violão, num show pra de intimista, cantando de “Sonho”, de Peninha, a “Portobello reggae”.

            Eu não queria ir ao show de Seu Jorge, porque tinha ficado a tarde inteira na Bienal do Livro, porque estava com minha filha e sua amiga, porque precisava me recompor para estar nos shows de Chico César e Caetano, porque Seu Jorge não faz a minha, apesar de seus dotes inquestionáveis, que são a intensa presença de palco e o timbre — me parece — diferente, de veludo, que se perde nas músicas bobinhas. Mas as meninas queriam, insistiam, e fomos ao show, e o que vimos no caminho entre a feira de livros e o palco montado no meio da esplanada, mais ou menos à altura da catedral: muitos adolescentes, alvoroço, muito álcool, em garrafas, naqueles tubinhos plásticos que os vendedores levam no ombro, e muito, mas muito baculejo... A polícia chegava para um grupo e, com todo seu aparato, dava o bacu, mesmo que o grupo não estivesse ameaçando nem colocando ninguém em risco. Armas brancas e de fogo eram aprendidas, e, certamente, crak, algum baseado... Fala-se em 52 revólveres... Será? (Quem souber se isso é verdade, me diga...) Ah, sim... Quase não se fumava maconha, que a presença ostensiva da polícia espantou... Tivemos que sair do show quando seu Jorge iniciava a terceira ou quarta música, porque minhas companhias não aguentavam mais o clima pesado e a tensão constante entre os policiais e o público...

            No domingo fui com uma amiga ver o Chico César e o Caetano. Quase não tinha adolescentes, mas jovens e adultos muito educados, tranquilos, a beber uma cerveja, a acender aqui e ali um beque, a esperar com calma a entrada do mulato baiano, a assistir o negro de Catolé do Rocha a cantar “Respeitem meus cabelos, brancos”.  Ninguém incomodava a polícia, que passeava no meio do público, muita polícia, que não incomodava ninguém, compartilhava pacífica com os filhos da classe média a música e o cheiro inofensivo da maconha dos brancos...

 Na platéia de Ellen Oléria e seu Jorge estavam, é claro, os seus fãs, negros, “mulatos libertos” e uns privilegiados brancos que ficavam mais ao fundo e não eram percebidos pela polícia...  De repente, avisto um enorme estoque (neste caso, arma feita em casa ou na cadeia amolando-se um pedaço de metal), que tinha sido apreendido, na mão de um policial. E pensei que a atuação da polícia era mesmo necessária, mas caía no dilema, porque via os tantos bacus dados o tempo todo nos que, na maioria das vezes, não perturbavam a festa...

Ora, esses moços, pobres moços, estavam emboscados ali, como ocorre quando a polícia entra em uma sala de aula para baculejar (neologismo inventado por minha filha) os alunos, como negros fujões no fundo do mato... Por que a policia agia tão duramente durante o show de Oléria e o ator de “Cidade de Deus”  e  convivia tão harmoniosamente com a plateia de Caetano e Chico César? Porque o autor de “Mama África”, por razões de mercado e difusão, canta para a classe média e média alta, que são brancas, e, de leve, atinge os pobres; porque a poesia de Caetano não vem da favela nem a ela se destina... Estratificação social e cultural juntas... Porque a Capital vive o colapso populacional e sócio-econômico, que se expressa em momentos como esses, nos movimentos sociais que muito timidamente ocorrem (ver a  greves do professores e dos metroviários; a Saúde, que de tão fraca, não para; a ausência de espaços culturais nas cidades do entorno; a porcaria política toda).

 Ou pensamos com Chico César, em sua canção: “Isso tem que ser assim?”,ou como Caetano, quando, a contemplar, do palco, o Congresso Nacional, perguntava: “o que nós vamos fazer com tudo isso?”.
           
Beijos. http://atelieleve.blogspot.com/
um
dia
vai
haver
soul
para
todos

UMA VIDA LONGA DEMAIS de Maria Célia Nacfur


REFLEXÕES DE UMA CADELA VIRA LATA


Sertanejares de Lilia Diniz


Após alguns dias afastada do fazer artístico volto com muita alegria para as rodas de poesia e para os palcos.

Quero voltar celebrando e partilhando com vocês mais um livro de poesias colhidas em dias e noites de sonhares.

Sertanejares é resultado de alguns anos de escrita e só foi possível graças ao Edital Universal de Apoio à Cultura Maranhense e ao apoio da minha família que muito se envolveu na feitura do mesmo.

Aproveito para compartilhar com vocês uma matéria, feita no maranhão, a respeito do livro Sertanejares. Durante os próximos dias faremos alguns lançamentos para que possamos trocar impressões, poesias, canções e boas vibrações entre amigos e os amigos dos amigos. 

Obrigada a todos aqueles e aquelas que contribuiram e que possamos comemorar juntos e juntas!
VIVA A POESIA! VIVA A ARTE! VIVA A CULTURA BRASILEIRA!

Agenda Sertanejares

·          Nosso Sarau  dia 25/04 -  a partir das 19h30 - SHIN QI 02 Cj. 13 cs 10 - Lago Norte

·          Casa do Cantador  dia 27/04 -  às 20hs Projeto “SEXTA DO REPENTE - Edição 2012 – QNN 23 AE G – Ceilândia Sul-3378-4891

·         Sarau da Tribo das Artes – dia 08/05 - às 20h -Praça da CNF – Karecas  Bar

·          Museu Histórico de Planaltina – dia 10/05 - às 19h - Praça Salviano Guimarães, nº 24 – Setor Tradicional. Planaltina-DF.

·          Café com Letras – Dia 11/05  - a partir das 19h - 203 Sul, Bloco C – Loja 19 – Asa Sul, Brasília/DF
--
Lília Diniz
61-8602-7972e 3357-2445



MALVA-ROSA no Teatro Plínio Marcos - Funarte


PRÊMIO BRASÍLIA DE LITERATURA 2012

PRÊMIO BRASÍLIA DE LITERATURA 2012 1º LUGAR ROMANCE Diário da Queda – Michel Laub – Ed. Cia. das Letras 2º LUGAR ROMANCE O Dom Crime – Marcos Lucchesi – Ed. Record 1º LUGAR CONTOS/CRÔNICA Meio Intelectual, Meio de Esquerda – Antônio Prata – Ed. 34 2º LUGAR CONTOS/CRÔNICA O Anão e a Ninfeta – Dalton Trevisan – Ed. Record 1º LUGAR LITERATURA INFANTO/JUVENIL Sortes de Villamor – Nilma Lacerda – Ed. Scipione 2º LUGAR LITERATURA INFANTO/JUVENIL Um Nó na Cabeça – Rosa Amanda Strausz – Ed. FTD 1º LUGAR REPORTAGEM Os Últimos Soldados da Guerra Fria – Fernando Morais - Ed Cia. das Letras 2º LUGAR REPORTAGEM O Cofre do Doutor Rui – Tom Cardoso - Ed.Civilização Brasileira 1º LUGAR BIOGRAFIA Fernando Pessoa – Uma quase Autobiografia - José Paulo Cavalcanti Filho – Ed. Record 2º LUGAR BIOGRAFIA João Goulart – Uma Biografia – Jorge Ferreira – Ed. Civilização Brasileira 1º LUGAR POESIA Sísifo desce a Montanha – Affonso Romano de Sant’anna - Ed. Rocco 2º LUGAR POESIA O Homem Inacabado – Donizete Galvão – Portal Editora

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Tarde de cultura e de fartura – Cinthia Kriemler


 Sábado, 16 horas. Termino a maquilagem com um batom cor de tarde. Em seguida pego a bolsa, os livros, o notebook e a filha, que vai inserir pra mim, no Facebook e no Twitter, os acontecimentos do Sarau Multicultural do Anand Rao, para o qual fui convidada. Fui.
Pela cara do porteiro, já sei que é hábito ver passar por ali rostos de todos os tipos e gêneros, com uma mesma pergunta: “Por favor, onde é o apartamento do Anand Rao”? A campainha atende no primeiro toque e dou de cara com Fábio Barros, uma figura muito gente boa que foi um dos anfitriões daquela tarde. Só mais tarde, quando ele fez uma performance com a Nahla Tartuce, é que eu descobri que aquele careca charmoso canta. E canta muito. Lembrei de Boy George no início da carreira, com aqueles olhos miúdos e oblíquos que pareciam saber de tudo, rir de tudo e viver a vida de um jeito só dele.
O apartamento é um estúdio. E é apartamento. De um dos lados da estante-cristaleira, uma mesa com os comes e os bebes (cada um leva o seu, para não ter problema). Do outro, cadeiras para a plateia, cadeiras para os artistas, caixas de som, microfones. No cantinho, Mestre Henrique Inácio, do Brasília Estúdios (sempre incentivando os músicos do DF), comanda o som de todos, escritores e músicos.
Logo de cara, sou raptada por Jorge Amâncio, Negrojorgen, para um bate-papo rápido, porque é ele quem vai entrevistar a mim e ao poeta Alceu Brito Corrêa, que acaba de chegar. Enquanto isso, uma rapaziada alegre, cheia de ansiedade, afina voz e violão. Kika Ribeiro E Jahya são para mim,até aquele momento, uma banda de reggae que vai estar junto no sarau.
Anand Rao está na Bienal, cobrindo esse evento espetacular que o Distrito Federal teve o bom gosto de patrocinar, e eu fico pensando quem será que vai operar a câmera que envia todo o sarau para a internet. E ainda tem os notebooks — o da banda e o meu —, que precisam ser sincronizados, pelas mãos de Talita Keyse e de Fabiana Reis, com a transmissão. É o passo a passo do sarau.
Escuto, então, alguém chamar: “Agnes”. E conheço Agnes Regina, dona da casa e mulher do Anand Rao. Até aí, mera formalidade. Mas Agnes só é formalidade para quem ainda não a conhece. Essa criatura multifacetada me prova que Amélia nunca foi uma mulher de verdade. Agnes Regina é. Ao longo da tarde e início de noite, conheço uma leoa da administração. Ela opera o vídeo, controla as entradas, avisa a hora de parar, fala sobre os e-mails que entram, se levanta, retira copos e pratos sujos da mesa, leva para a cozinha e joga fora nas latas de lixo seletivas, dá uma olhada no trabalho do pessoal dos notebooks, repercutindo o sarau em outros perfis das redes sociais, sorri, fala duas palavras, retoma a mesa de trabalhos e faz um “psiu” discreto para os mortais que se empolgam na conversa paralela. Agnes Regina é que é mulher de verdade.
Os trabalhos começam. Os integrantes de Kika Ribeiro E Jahya se entreolham e mandam a primeira música. Eu arrepio. Como é que uma mulher pequena daquelas solta um vozeirão sem tamanho? Kika é útero, força da natureza. Os violões brincam, a percussão não vai acima do que pode, nunca. Nem o pandeiro. E os meninos se soltam. Os da Jahya (que, me conta a Kika, quer dizer “poder e conquista) e o convidado especial que os acompanha naquela tarde: Davi Kaus, da banda “Vitrine”, que manda muito. A internet começa a bombar. Pronto, está quebrado o clima inicial.
Jorge Amâncio lê os poemas da Sônia Porto, que nos acompanha pela internet de Porto Alegre, onde mora. Depois, conversa comigo e descobrimos que somos ambos cariocas e tijucanos. E ambos escritores. Quer saber como foi a minha primeira vez. Com as palavras. Lê trechos do meu livro e me fez ler outros. Lembro como é bom demais estar no meio de gente que gosta do que a gente gosta. Naquele dia, é a poeta que fala. Mesmo sendo contista e cronista, caminho pela poesia com timidez, mas com igual prazer.
Em seguida, o poeta Alceu Brito Corrêa fala da sua trajetória na literatura. Conta histórias de como seu pai lhe dava bons livros para ler, e que ganhou Os Lusíadas quando ainda era garoto. Gostou. E tomou gosto, de quebra, também pela escrita. Faz poemas de puro Concretismo. Coisa difícil. Pra quem é mesmo poeta.
Agnes Regina nos dá notícias de que Anand Rao está na Bienal do Livro, mas queria estar ali também, conosco. Estava. Não só porque falamos dele o tempo todo, mas porque ele é o sarau, essa ideia doida e perfeita que começou e nunca mais vai parar, porque cultura não tem o direito de parar.
Um cabelo moicano (ou seria hare krishna?) aparece bem na minha frente e sorri. É o JP França Fernandes, o JP, um mix de voz, guitarra, charme, protesto e alegria que logo toma conta do ambiente. Com ele, Nahla Tartuce França, cantora, esposa. E começa a rolar uma apresentação de Fábio Barros e Nahla, música e performance. Genesis. Só esquentando para a jam session que vem em seguida, com JP, Fábio, Nahla, ........... (o percussionista da Kika Ribeiro E Jahya), e Davi Kaus. E acontece Rita Lee: “...nem toda feiticeira é corcunda...nem toda brasileira é...” A internet, bombando. Pedem música de Brasília. JP canta Móveis Coloniais de Acaju e a galera dança. Logo depois, rock. E rola delírio na provocação de guitarra e violão entre JP e Davi Kaus. Coisa de gente muito grande. E tem mais Kika Ribeiro E Jahya, pedindo votos para a banda poder participar da Calourada (seis bandas serão escolhidas para tocar nos grandes palcos, no aniversário de Brasília). É música boa na veia. No Sarau do Anand Rao.
Fôlego. Mais uma rodada de poemas. Só que, dessa vez, os do Alceu, os meus e os de Jorge Amâncio, que são daqueles que mexem, cutucam o comodismo. Tudo de bom. Peço ao JP um fundo musical. Ele topa. Uma experiência que o próprio Anand Rao já faz, juntar música e poesia. E que dá certo. E a gente começa um bate-texto com dedilhado da guitarra acompanhando. Eu arrepio de novo e a garganta aperta. Emoção demais na carne de todos. Dá pra ver.
Chega a hora de vir embora. A filha que é que me arrasta de lá. Mas eu não vou embora. Apenas saio. Carrego comigo aquele dia de puro tesão. Acho que me deixei um pouco por lá, também. A gente leva e traz coisas daquele sarau. Coisas importantes. Lá fora, já está escuro. Dentro, tudo é luz. Luz forte da energia acumulada. Energia de arte, de música, de cultura. Um sentimento de que tudo funciona quando a intenção é uma só. Lá dentro, ninguém é velho ou novo demais. Ninguém tem cara de deboche, ou de sono, ou de indiferença. Todo o mundo se enxerga, se escuta. E aprende. Internaliza. É uma orquestra afinada. Maestrina: Agnes Regina. Coro: quem for da arte, da música, da literatura; quem for do bem. É sintonia. Sinfonia. A sinfonia que Mestre Anand Rao criou para os sábados. Amém.

Cinthia Kriemler é relações públicas, contista, cronista, poeta, e participou do Sarau do Anand Rao no sábado, 14 de abril. kriemler@gmail.com
 
Links
Translate