Editora formada por moradores da Estrutural lançará dois
títulos em bienal
Nahima Maciel
A ideia veio da Argentina. Quando Deuzani Noleto, 57 anos e
bancária aposentada, foi apresentada ao grupo Eloisa Cartonera pelo Instituto
Brasileiro de Museus (Ibram), logo fantasiou implantar o projeto na Estrutural.
Reunidos em cooperativa em bairro carente de Buenos Aires, os vizinhos
portenhos montaram uma editora de livros com material reciclado e textos em
domínio público ou doados por escritores. A intenção era viabilizar a inclusão
social da comunidade. Deuzani, uma das coordenadoras do Ponto de Memória da
Estrutrural, achou que o formato podia funcionar por aqui. E, no ano passado,
reuniu os jovens que frequentam o local para criar o Abadia Catadora.
Esta semana é a mais agitada da história da pequena editora.
Os 10 integrantes se preparam para lançar os dois primeiros livros na 1ª Bienal
do Livro e da Leitura de Brasília, que inaugura no sábado. “De repente vira até
uma fonte de geração de renda para os meninos”, destaca Deuzani. Por enquanto,
o catálogo da Abadia Catadora conta com apenas dois títulos. De mãos abertas e
punhos fechados foi doado pelo autor, Carlos Rodrigues Brandão, e A menina e o
rio é criação de Almir Gomes da Silva, estudante e morador da Estrutural. Uma
vez por semana, o grupo se reúne na sede do Ponto de Memória, na quadra 3, para
confeccionar as capas e montar o miolo dos livros. Um acordo com uma catadora
resolveu o problema do material: o papelão é entregue na porta do Ponto de
Memória. Domingo foi dia de mutirão para dar conta de preparar os livros.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2012/04/11/interna_diversao_arte,297332/editora-formada-por-moradores-da-estrutural-lancara-dois-titulos-em-bienal.shtml
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