quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Cordas de Sargaço - Uma homenagem a Dorival Caymmi



Cordas de Sargaço - Uma homenagem a Dorival Caymmi
A obra do cantor, compositor, violonista, ator e pintor baiano Dorival Caymmi se constitui em um verdadeiro monumento da musica popular brasileira. Sua visão poética acerca do cotidiano baiano com suas mulheres, pescadores, suas lendas e sua fé criou grande ressonância em vários dos mais importantes artistas brasileiros e, ainda hoje, surpreende os ouvintes por sua originalidade e profundidade.
Como obra genuinamente brasileira e de caráter atemporal, merece ser constantemente revisitada e reinterpretada. É isso que pretende o violonista e cantor Hugo Coêlho e o percussionista Jorge Macarrão: uma nova forma de ver, ouvir e sentir, porém sem deixar de ser Dorival Caymmi.
A apresentação contará também com a participação do saxofonista e clarinetista Thiago Fernandes.

Nome do Evento: Cordas de Sargaço - Uma homenagem a Dorival Caymmi
Data: 31 de janeiro de 2013
Local: Restaurante Feitiço Mineiro, CLN 306, Bloco B, Lojas 45/51, Brasília-DF
Horário: 21h30
Couvert: R$15,00
Mais informações: (61) 9921-2000 ou www.hugocoelho.mus.br

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Cursos e Oficinas de Percussão

Pesquisa mapeia políticas públicas de incentivo à produção de pequi

Terça-feira, 29 de Janeiro de 2013
25/01/2013
ENGENHARIA FLORESTAL

Pesquisa mapeia políticas públicas de incentivo à produção de pequi
Estudo aponta desafios para a promoção efetiva e sustentável do extrativismo no cerrado, além de ações articuladas para a produção do pequi

Luciana Barreto
Da Secretaria de Comunicação

De sabor incisivo e aroma marcante, o pequi, fruto-símbolo do Cerrado, constitui uma significativa fonte de renda para milhares de agricultores brasileiros. Ao constatar esse cenário, a pesquisadora Sandra Regina Afonso investigou as políticas públicas de incentivo à cadeia produtiva do pequi no norte de Minas Gerais, um dos principais pólos extrativistas do país. Em sua tese de doutorado, recentemente defendida, a agrônoma de formação, também pós-graduada em Ciência Florestal, realizou não apenas um diagnóstico das políticas, planos e programas de estímulo à atividade como deixou diversas recomendações para o aprimoramento produtivo do setor.

Em sua tese, além de demonstrar como o bioma do cerrado vem sendo ameaçado pelas políticas de incentivo à agropecuária, Sandra ressalta a importância da produção florestal não-madeireira como estratégia de desenvolvimento econômico e de conservação ambiental. Uma das grandes contribuições de sua pesquisa, conforme aponta, é a grande avaliação que empreende de todas as medidas já adotadas no campo da produção não-madereira, desde o primeiro Ciclo da Borracha, no final do século 19, até a atual política que rege o setor - o Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Sociobiodiversidade (PNPSB), instituído em 2008.

O PNPSB, que contempla dez produtos – açaí, babaçu, borracha natural, castanha-do-brasil, pequi, piaçava, buriti, carnaúba, andiroba e copaíba – atua em caráter nacional envolvendo 500 mil famílias e gerando R$ 160 milhões ao ano. O propósito da política é fortalecer os arranjos produtivos locais, a partir da organização de suas cadeias produtivas em locais estratégicos de ocorrência e comercialização. “Investiguei os três anos subsequentes a essa política, abrangendo todas as ações relativas à cadeia produtiva do pequi, tanto nas dimensões econômica, sociocultural, institucional como nos aspectos organizacionais e ambientais”, explica, acrescentando que o ponto de vista adotado para sua análise foi o dos atores da cadeia produtiva do pequi, “ou seja, justamente os agricultores familiares”.



CERRADO - A partir de dados do IBGE, Ministério do Meio Ambiente e Embrapa, Sandra Regina sublinha a extensão e a importância do Cerrado, apontando o pequi como uma das riquezas expressivas. “É o segundo maior bioma brasileiro, com aproximadamente dois milhões de quilômetros quadrados, ocupa 25% do total da área do país, desde o litoral do Maranhão até o Centro Oeste, com quase 12 mil espécies de plantas registradas e pelo menos 200 com algum potencial econômico”. A ocupação humana do Cerrado, a pressão do setor pecuário e de grãos para exportação, a exploração predatória de material lenhoso para produção de carvão e apenas 7,44% do bioma protegido por unidades de conservação foram outros aspectos mencionados por Sandra para compor o cenário de sua investigação.

Árvore de presença exclusiva do Cerrado, e com 50 anos de vida útil, o pequizeiro está presente na Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará e Distrito Federal. “Os quatro principais estados produtores, de 2006 a 2010, foram Ceará, Minas Gerais, Goiás e Pará”, esclarece. Em sua tese, Sandra Regina informa que, durante o ano de 2010, o Brasil produziu 5.786 toneladas de caroços de pequi, o que gerou um valor de R$ 10,6 milhões. Ao longo do período, Ceará e Minas Gerais perfizeram juntos mais de 90% do valor total produzido no Brasil.

“Durante os meses de duração da safra- no máximo três – o fruto do pequi, altamente nutritivo representa um reforço alimentar que se mostra indispensável na mesa das comunidades”, afirma a pesquisadora, reiterando seu potencial como fonte de minerais – manganês, magnésio e cobre – e vitamina C, em teor superior à encontrada em frutas de consumo tradicional, como laranja, limão, banana e maçã. “O pequi é percebido pelo sertanejo como um alimento forte, aquele que oferece ‘sustança’, é portador da força da terra e dá energia ao trabalho”, conforme expõe em sua tese.

RESULTADOS – Durante três anos, Sandra analisou 11 municípios no norte do de Minas Gerais, entrevistando os atores implicados na cadeia produtiva e aplicando questionários junto aos tomadores de opinião. A aplicação de um grupo focal foi feito com o Núcleo Gestor da Cadeia do Pequi, a partir do qual diversas cooperativas estão articuladas.

Como resultado de sua observação, atestou que apesar do grande arcabouço de leis, políticas, programas e planos não existe uma política florestal clara no país. “Diversos são os órgãos atuantes na promoção e controle das atividades florestais, que embora apresentem papéis definidos não demonstram atuar de forma coordenada. Nesse contexto conturbado nasceram as políticas, programas e planos como se observou ao longo dos 134 anos do levantamento histórico”, afirma, ressaltando que, ao longo do período do seu estudo, a atividade extrativista esteve sempre à margem do foco das políticas”.

Segundo Sandra Regina, a defesa do agroextrativismo no Cerrado, como uma possibilidade para a conservação do bioma, é recente quando comparada ao processo histórico que envolve a mesma luta na Amazônia. “O bioma Cerrado não dispõe das mesmas ferramentas que foram utilizadas pelo movimento dos seringueiros, especialmente as articulações internacionais para apoio às suas reivindicações e o acúmulo de experiência em organização em rede, bem como a expressividade econômica da produção extrativista”.

DESAFIOS E RECOMENDAÇÕES – De acordo com sua avaliação, são muitos os desafios a serem vencidos para a promoção efetiva e sustentável do extrativismo no Cerrado: a consolidação do agronegócio na região; a dificuldade na criação de áreas protegidas e na demarcação dos territórios das populações tradicionais; a forma dispersa de ocupação do bioma; o baixo conhecimento quanto à expressividade econômica da atividade extrativista; e a reduzida área de reserva legal.

Como recomendações, Sandra Regina apontou principalmente a necessidade de se estabelecer uma Política Florestal Nacional que integre ações de incentivo ao extrativismo de produtos não-madeireiros, objetivando promover a recuperação, a conservação e o uso sustentável. Quanto à estruturação da cadeia do pequi no norte Minas Gerais, sugere uma atuação mais forte no sentido de envolver os intermediários na discussão e planejamento das ações. “Entre a produção e a comercialização, há os intermediários que não estão envolvidos no processo, o que compromete a atuação junto a cadeia produtiva como um todo”, explica, aproveitando para criticar a ausência de informações sobre a produção e a comercialização do pequi, o que dificulta o mapeamento do setor.

Para o orientador da pesquisa, professor Humberto Angelo, "a grande contribuição do estudo é a composição inédita do retrato desses extrativistas, além do competente e apropriado enfoque econômico e social conferido a esses atores".

Fonte: http://www.unbciencia.unb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=568:pesquisa-mapeia-politicas-publicas-de-incentivo-a-producao-de-pequi&catid=73:ciencia-florestal

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Lenine abre Bienal da UNE e diz que cultura depende de subsídio do Estado

Cantor e compositor Lenine (Susana Ribeiro/Divulgacao 
)
Cantor e compositor Lenine

Olinda – Minutos antes de subir ao palco, na abertura da 8ª Bienal de Arte e Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), o músico Lenine disse que a cada dia a cultura depende mais de subsídio do Estado e que isso não é bom. "Quando a gente fala em financiar cultura, vai ter que falar em eleger quem tem prioridade. Vai ser sempre dependente de quem organizar isso”, acrescentou.

Em entrevista à Agência Brasil, além de abordar a cultura no país, Lenine falou sobre política - disse não acreditar em partidos políticos - e lembrou o grande homenageado do evento, Luiz Gonzaga, que completaria 100 anos em 2012. Ele lembrou que presta homenagem ao sanfoneiro a toda hora. "Eu faço o tempo todo”.

O cantor e compositor disse ainda que a única maneira que tem de mudar o mundo é tentar melhorar as coisas à sua volta. "Minha música fala mais que qualquer entrevista que eu possa dar”. Para ele, o governo trouxe melhorias em vários campos, especialmente na economia. Ele citou a época em que a moeda desvalorizava em uma única noite. Agora, diz que vê perplexo um Brasil que em vez de pedir emprestado ao Fundo Monetário Internacional (FMI), empresta dinheiro à instituição.

Lenine manifestou satisfação em se apresentar na Bienal da UNE. Disse que de alguma maneira continua jovem e lembrou a época de estudante. “Ao longo da minha vida tive uma parceira, que chamo de "senhora estranheza", que me levava a querer fazer um pouco diferente, ir um pouco mais além. E está cheio de seres estranhos aqui. De alguma maneira, me identifico com isso”.

A 8ª Bienal de Arte e Cultura da UNE é considerada o maior evento estudantil da América Latina e deve reunir em Olinda cerca de 10 mil jovens de todos os estados até sábado (26). O evento inclui debates sobre política estudantil e cultura em mostras de teatro, música, cinema, seminários e apresentações de trabalhos acadêmicos. O tema desta edição é A Volta da Asa Branca, uma homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2013/01/23/interna_diversao_arte,345603/lenine-abre-bienal-da-une-e-diz-que-cultura-depende-de-subsidio-do-estado.shtml

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Segredos da escrita

Em Ficcionais, escritores contam, em primeira pessoa, aspectos curiosos do processo criativo de um livro

22 de janeiro de 2013 | 2h 08
Maria Fernanda Rodrigues - O Estado de S.Paulo
Saber o que acontece a alguém durante o processo de escrita de um livro, descobrir que aquela história é, em certa medida, a história de seu autor, ou de um amigo, ou do pai, e que o escritor quase abandonou o livro porque teve um bloqueio criativo são questões que não deveriam mudar a relação que se cria com a obra - mas que despertam a curiosidade do leitor. Nenhuma orelha ou quarta capa de livro explica isso, ou de onde veio a ideia para aquela história, o que pretendia o autor ao escrevê-la e, principalmente, o que leva alguém a mergulhar fundo no projeto de um livro já que o processo é tão doloroso. Entrevistas dão algumas pistas, mas é por meio dos raros relatos de um autor que chegamos, se chegamos, mais perto de sua verdade.

Em Ficcionais - Escritores Revelam o Ato de Forjar Seus Mundos (Cepe, 120 págs., R$ 15), que terá lançamento hoje com debate na Livraria da Vila, da Vila Madalena, esse universo desconhecido da escrita, da relação do autor com seu objeto é, em parte, revelado. Estão ali textos em primeira pessoa de escritores diversos, de idades variadas, como Bernardo Carvalho, Ana Maria Machado, Daniel Galera, Michel Laub, Elvira Vigna, Ronaldo Correia de Brito, Marcelino Freire, que contam sobre o processo de escrita de um livro específico. São 32 textos no total, todos feitos a pedido de Schneider Carpeggiani, editor do Pernambuco, suplemento literário do Diário Oficial do Estado (antigo Suplemento Cultural), que completa agora cinco anos, e foram publicados na coluna Bastidores.
Foi Bernardo Carvalho quem, indiretamente, deu a ideia dessa coluna. Ele estava lançando O Filho da Mãe, da série Amores Expressos, e Carpeggiani pediu que ele relatasse o período que passou em São Petersburgo, para onde foi mandado com a incumbência de voltar com uma história de amor. "Mais que um relato sobre um livro feito em viagem, numa situação artificial, ele me enviou uma confissão de como aquela história foi criada. O texto é uma espécie de 3X4 do que é o Bernardo Carvalho criando", conta o editor e organizador da obra. A partir daí, ele resolveu investir nesse tipo de provocação.

Foram poucas as recusas desde a criação da coluna, há cerca de quatro anos. Mas a dúvida é unânime: como fazer isso? "Aí entra o trabalho de psicólogo que todo editor deve exercer. Teve um escritor que eu não posso revelar o nome que disse: 'Mas eu não posso escrever isso, porque eu sou o personagem. E ninguém pode saber, porque essa história é complicada'. Respondi: 'Se seu romance é 'real', então faça um texto ficcional dizendo como criou aquela ficção. Ninguém vai notar'. E ele fez. Ou seja, na cabeça dele, o texto de ficção de verdade é o texto da coluna Bastidores. Parece um jogo de espelhos de Borges", conta.

A ausência mais sentida no livro é de um texto de Moacyr Scliar publicado às vésperas de sua morte. "A família dele fez várias exigências para liberar o texto, entre elas que o livro só tivesse uma edição. Aí a gente deixou de fora, mas o texto é lindo." O último a dizer não à coluna foi Daniel Galera. O escritor, que acaba de lançar Barba Ensopada de Sangue, disse que já tinha falado muito sobre a obra. Ele, porém, está no livro com um texto sobre Cordilheira, seu romance que ganhou o Prêmio Machado de Assis.

Vencedor do Prêmio APCA - o último do ano a ser anunciado - de romance por O Céu dos Suicidas, Ricardo Lísias também contou sobre o que estava por trás de seu romance premiado. Abre seu texto dizendo que em 2008, quando terminava O Livro dos Mandarins, recebeu a notícia do suicídio de um amigo. "Nos primeiros meses depois do telefonema, racionalizei. Não pensei muito no assunto. (...) Quando voltei a escrever, depois do descanso que tiro entre cada livro, percebi que eu estava com um problema: eu só conseguia falar do meu amigo. (...) O assunto começou a me dominar. Lembro que não aceitava ninguém colocando qualquer problema em um suicida. Comecei a ficar muito nervoso e, como se não houvesse outra saída, planejei O Céu dos Suicidas", escreve Lísias.

Entre outros temas abordados, está a insegurança da mudança de estilo. A romancista Ana Maria Machado, autora também de uma vasta obra infantojuvenil, escreve sobre quando decidiu tirar seus poemas da pasta de cartolina e publicá-los em Sinais do Mar. Discutem também o tempo que dedicam à escrita, se sabem o final quando começam o livro, a busca da palavra exata.
Nos textos, estão as histórias que os autores resolveram confessar. Vale lembrar que são todos ficcionistas, contadores de histórias. Há muito mais atrás disso, em lugares que nem leitores e às vezes nem autores podem acessar.

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,segredos-da-escrita,987245,0.htm

Biblioteca Nacional de Brasília ganhará novos livros

 

O Governo do Distrito Federal liberou R$ 413 mil para a compra de livros para a Biblioteca Nacional de Brasília (BNB). Serão adquiridos, aproximadamente, sete mil exemplares de publicações técnicas, de referência, literatura brasileira e estrangeira, além de obras infantis.

"É a primeira vez que a BNB faz uma compra de exemplares com base em estudos e levantamentos feitos pelos funcionários", explica o diretor da Biblioteca Nacional, Yuri Barquette.

Atualmente, o acervo da BNB conta com cerca de 50 mil livros. Desses, 20 mil estão catalogados e 30 mil em processo de catalogação. Até agora o acervo era composto apenas por doações.

A expectativa é que os livros estejam liberados para os frequentadores da Biblioteca até o mês de junho, prazo necessário para que as obras sejam entregues pela empresa vencedora do pregão e os exemplares, catalogados.

Biblioteca Nacional de Brasília
Endereço: Complexo Cultural da RepúblicaSetor Cultural Sul, próximo à Catedral de Brasília
Horário:
Segunda a Sexta-feira: Das 8h às 19h45
Sábados e Domingos: Das 12h30 às 18h30

Fonte: Agência Brasília

Edital oferece 240 bolsas de iniciação científica para escolas públicas do DF

Parceria com CNPq prevê bolsas para alunos de escolas públicas desenvolverem projetos de pesquisa orientados por docentes da Universidade

Diogo Lopes de Oliveira e João Paulo Vicente - Da Secretaria de Comunicação da UnB

A UnB oferece 240 vagas para estudantes de escolas públicas participarem do Programa de Iniciação Científica. É o primeiro edital voltado para alunos do ensino médio do Distrito Federal, que terão a oportunidade de participar de projetos de pesquisa, orientados por docentes da Universidade. A ideia do programa, realizado em parceria com o CNPq, é que esses jovens comecem a entrar desde já em contato com o mundo da ciência e com os métodos de pesquisa usados no ensino superior.

“Este programa colocará o estudante em contato com o ambiente de pesquisa, sem que eles adquiram vícios irreversíveis durante o ensino médio. Assim, conseguimos despertar curiosidades e testar vocações”, afirma o professor Isaac Roitman, um dos criadores do projeto. “Ao longo dos anos, isso permitirá que mais alunos com alta capacitação cheguem à universidade com a preparação e a gana para obter sucesso em seus cursos”, afirma o professor Adson Ferreira da Rocha, decano de Pesquisa e Pós-Graduação em exercício.
Os 240 alunos selecionados receberão uma bolsa de R$ 100 durante 12 meses, período em que desenvolverão oito horas semanais de atividades relacionadas com a ciência e tecnologia. Para participar, eles devem primeiramente se dirigir à Coordenação de Iniciação Científica da UnB, para manifestar sua área de interesse e encontrar um projeto que queiram participar. A Coordenação de Iniciação Científica da UnB fica no Pavilhão Anísio Teixeira, em frente ao ICC Norte. O telefone para contato é 3107-0824.
A inscrição deve ser feita pelo professor orientador até o dia 31 de janeiro, que apresentará seu currículo e um plano de trabalho que servirão como critérios de seleção. Uma comissão composta por professores da UnB e especialistas da Secretaria de Educação do Distrito Federal julgará as melhores propostas. As atividades começam até o mês de março deste ano. Veja aqui o edital e a ficha de inscrição.
Em 2012, os campi avançados da UnB – Ceilândia, Gama e Planaltina – começaram a desenvolver atividades semelhantes junto a escolas do ensino médio. Hoje, já existem 240 alunos da rede pública desenvolvendo atividades de pesquisa científica nessas unidades. Essa iniciativa surgiu da colaboração dos campi com as escolas locais e inspirou a criação do edital com o CNPq.Os campi de Ceilândia e Planaltina ofereceram cada um 80 bolsas para alunos da rede pública, financiadas com uma emenda parlamentar do senado Rodrigo Rollemberg (PSB).

Os professores do Gama aproveitaram um edital do CNPq para integração entre escolas do ensino médio e cursos de engenharia. Ao todo, 20 docentes tiveram seus projetos aprovados, cada um deles com quatro vagas para bolsistas de escolas públicas. “Queríamos institucionalizar essas iniciativas individuais para garantir que se torne um trabalho contínuo”, explica o professor Rudi Van Els.
Ana Rita Grilo/UnB Agência


CAPACITAÇÃO –Para o professor Adson Ferreira, essa iniciativa dos campi de Planaltina, Gama e Ceilândia aproximam a comunidade da Universidade. “Desde a sua criação dos novos campi, existe uma consciência de que eles devem abraçar a comunidade mostrando aos jovens que o acesso à UnB é algo possível”, afirma Adson.

Foi o que aconteceu com Cecília Borges, de 17 anos, que no último fim de semana fez o vestibular para o curso de Gestão Ambiental da UnB Planaltina. Cecília fazia o terceiro ano no Centro Educacional Vale do Amanhecer quando entrou como bolsista no projeto “Pequização”, da professora Janaína Diniz. “Nós estudamos o Cerrado, que eu não conhecia bem e fomos a campo identificar plantas e frutas. Me identifiquei tanto com o projeto que escolhi estudar o meio ambiente”, conta.

“A gente não tem noção da importância dessas iniciativas”, afirma a professora Janaína. Para ela, trazer os alunos da rede pública para dentro da Universidade desmistifica o ensino superior. Também professor da UnB Planaltina, Marco Aurélio Barbosa concorda com a opinião da colega: “Muitas vezes esses alunos nem sabem que existe um campus na cidade deles”. Marco Aurélio chama atenção para o efeito cascata desses programas nas escolas, já que os alunos bolsistas levam o conteúdo que aprenderam para os colegas de sala de aula. “Nós inserimos os alunos no ambiente universitário e, por tabela, as escolas também.”

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Hora do filme nacional

| 18/01/2013
O público do Cinema Nacional cresce significativamente em 2012
O palhaço, um filme de Selton Melo,

O Cinema Nacional teve um saldo positivo no ano de 2012. Com um número significativo de 15, 6 milhões, espectadores de todo o Brasil foram assistir filmes brasileiros. Segundo os dados da Agência Nacional de Cinema – Ancine, divulgados hoje, dia 17 de janeiro, o Cinema Nacional ganha outro perfil para os brasileiros que acabam valorizando mais seu cinema e desapegando do estigma que filme nacional só fala de sacanagem e violência.

Dos 83 lançamentos nacionais de 2013, cinco superaram a marca de 1 milhão de espectadores, onde o filme mais assistido foi Até que a morte nos separe, com 3,3 milhões de ingressos vendidos.
O maior público nos cinemas foi no segundo semestre do ano passado quando teve uma subida d da média de 5,12%, registrados nos primeiros seis meses, para 15,29%, fechando o ano com uma média de 10,62% e nos últimos meses chegou a alcançar 22,17% da partipação do público dos cinemas do Brasil.

Segundo o presidente da Ancine, Manuel Rangel, a expansão do circuito dos filmes nacionais merece destaque e diz: “Os filmes brasileiros foram lançados em 63 salas, em média. Em 2011, essa média foi 48 salas. Isso indica uma aposta maior das distribuidoras no cinema nacional”.

Os cinemas e as indústrias cinematográficas brasileiras também lucram e geram fortunas . No ano passado, registrou- se recordes de arrecadação e público para o mercado de cinema brasileiro. A arrecadação das salas de exibição do país cresceu 12,13%, em relação a 2011, atingindo R$ 1,6 bilhão.

“O ritmo desse crescimento foi mais acelerado nas regiões Norte, Nordeste e Sul, chegando a um total de 2.515 salas”, diz, Rangel, que compara com o grande pólo de cinema do Brasil, o Sudeste, onde as demais regiões atingiram um crescimento da ordem de 6,93% para a exibição nos cinema do país.

http://redecandanga.com.br/blog/archives/6677/hora-do-filme-nacional/

Intervenção artística nos Rios Tietê e Pinheiros busca financiamento colaborativo

22/1/2013 - 10h40

por Redação do Ciclo Vivo
Rios Intervenção artística nos Rios Tietê e Pinheiros busca financiamento colaborativo
O objetivo é atrair o olhar e a percepção das pessoas que trafegam diariamente pela região. Foto: Teatro Coisas Naturais

O projeto “Teatro das Coisas Naturais e Fantasiosas do Brasil”, de autoria do artista Alexandre Casagrande, prevê instalações de arte urbana nas marginais dos rios Tietê e Pinheiros, em São Paulo, com desenhos de espécies de peixes, aves e animais que habitavam a região.
O objetivo é atrair o olhar e a percepção das pessoas que trafegam diariamente pela região para lembrá-los de que os rios já foram vivos, exuberantes e atraíam uma fauna diversa que habitava as águas e as margens desses rios.

A intervenção será custeada com recursos captados por meio do sistema de crowdfunding no site Catarse. Os interessados podem contribuir, até o dia 24 de janeiro, com cotas de doação, recebendo, dependendo da cota escolhida, menções nos créditos do projeto, imagens e obras do artista, além de produtos da Fundação SOS Mata Atlântica, que apoia a iniciativa através da Rede das Águas.

Para Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas, a importância desse tipo de projeto é que ele sensibiliza as pessoas. “Toda a história de mobilização pelo rio Tietê começou após o surgimento de um jacaré dentro dele, em plena cidade. Vendo isto, a sociedade começou a se mobilizar. Quem sabe essa intervenção não seja mais um símbolo para uma mobilização da sociedade”, observa.

A participação da Fundação no projeto “Teatro das Coisas Naturais e Fantasiosas do Brasil” dá início também aos apoios e ações da ONG pelo Ano Internacional da Cooperação pela Água. A data foi instituída pela a Organização das Nações Unidas para chamar a atenção para a importância da preservação e do acesso à água potável e ao saneamento básico no planeta.

Espécies incorporadas à paisagem urbana

A série de desenhos “Species Anonymous“ será a base da intervenção. Os desenhos foram inspirados nos documentos artísticos produzidos em grande parte pelo artista holandês Albert Eckhout, que integrou uma das principais expedições artísticas e científicas sobre o Brasil no século XVII. Financiada pelo príncipe Mauricio de Nassau, a missão tinha o dever de documentar as espécies animais e vegetais sob um olhar não-fantasioso.

No projeto de Casagrande, os desenhos gerados pela expedição trazem, no sentido inverso, o retorno do fantasioso à paisagem urbana. As obras serão impressas a partir de fotos em alta definição, em dimensões entre quatro e dez metros, e coladas em pontos específicos das vias que circundam os rios Tietê e Pinheiros.

“A arte tem o compromisso de atrair o olhar das pessoas que estão passando pelos rios. O rio está ali, mas passa despercebido. As pessoas já se acostumaram com o seu cheiro e a sua falta de vida, ou pelo menos se acomodaram. Portanto, quando enxergam esse tipo de arte, vão entendendo que também está vendo essa degradação há muito tempo”, destaca o artista. Algumas das imagens podem ser vistas clicando aqui.

* Publicado originalmente no site CicloVivo.
(CicloVivo)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Morre a poeta japonesa Toyo Shibata aos 101 anos

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DE SÃO PAULO

A poeta Toyo Shibata morreu no último domingo (20) aos 101 anos no Japão, onde o primeiro de seus livros --publicado há apenas três anos-- vendeu 1,6 milhão de exemplares.

"Morreu em paz e sem sofrimento", disse à agência de notícias France Presse o filho da poeta, Kenichi. Segundo a família, ela morreu de causas naturais.

No começo de 2010, Toyo Shibata ficou famosa com seu primeiro livro de poesias, intitulado "Kujikenaide" (recolha a luz do sol com as mãos, em tradução livre).

O segundo volume, "Hyakusai" (cem anos), foi publicado um ano e meio mais tarde.

O rosto de Toyo Shibata foi escolhido para figurar um livro de fotografias com mensagens de esperança e alento às vítimas do terremoto, tsunami e da catástrofe nuclear do dia 11 de março de 2011, no nordeste do Japão.

Masafumi Hikita/AFP
A poeta japonesa Toyo Shibata, que começou a escrever poemas aos 92 anos
A poeta japonesa Toyo Shibata, que começou a escrever poemas aos 92 anos

Com agências de notícias

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Autores enfrentam dilemas na hora de converter palavras em outra língua


Nahima Maciel
Publicação: 17/01/2013 08:19Atualização:
Elvira Vigna evita a apropriação de estilos e ritmos dos autores traduzidos. É uma espécie de criação, ela diz (Renato Parada/Divulgação)

Elvira Vigna evita a apropriação de estilos e ritmos dos autores traduzidos. É uma espécie de criação, ela diz

Elvira Vigna nunca se apropriou dos estilos, ritmos ou dinâmicas dos autores que traduziu . Verter um texto de uma língua para outra, ela defende, é uma espécie de criação. “Apenas no nível do discurso”, esclarece. Elvira começou a traduzir do francês e do inglês para incrementar a renda. Gosta de se debruçar sobre best-sellers que nunca leria se não fosse a encomenda da editora, mas o desafio mesmo ela encontra em textos ritmados. Elvira cita Instruções, de Neil Gayman, ainda inédito, e Lá em cima da árvore, de Margaret Atwood, como os trabalhos mais difíceis que realizou. “São livros curtos, pois infantis; mas muito difíceis.”

Para Julián Fuks, o tradutor precisa trabalhar com uma margem de “encaixe possível”. Especialmente se for escritor. “O tormento do tradutor é o excesso de limites: as características tão específicas da obra, a língua original sempre inacessível em alguma medida, o idioma da tradução que não comporta o que precisa ser dito. O tormento do escritor, por sua vez, é a falta de qualquer limite. É a ausência de um original a ser reconstituído”, analisa, depois de criticar a romantização do ofício de tradutor.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2013/01/17/interna_diversao_arte,344524/autores-enfrentam-dilemas-na-hora-de-converter-palavras-em-outra-lingua.shtml

Autores que também traduzem é uma tradição na literatura


Ofício de muitos artistas contemporâneos da literatura brasileira, a tradução é exercício complexo de escrever a partir da obra estrangeira de outro

Nahima Maciel
Publicação: 17/01/2013 08:15Atualização: 17/01/2013 08:38


 (Fernando Lopes/CB/D.A Press)
Adriana Lisboa aprendeu muito com Cormac McCarthy. Questão de economia. Daniel Pellizzari adora autores que trabalham com gírias e oralidades. Rubens Figueiredo se irrita com trocadilhos e frivolidades, enquanto Carola Saavedra precisa, simplesmente, gostar do livro. Autores de destaque na ficção brasileira contemporânea, eles são também tradutores e responsáveis por fazer chegar à cabeceira de muitos brasileiros o melhor da produção contemporânea americana e europeia.

Autores que também traduzem é uma tradição na literatura. É dupla que, como lembra a tradutora Denise Bottman, muitas vezes anda junta. Mario Quintana, Graciliamo Ramos, Carlos Drummond de Andrade e Lygia Fagundes Telles se entregaram ao ofício. Traduzir pode ser um modo de pagar contas, um vício, uma maneira de aprender ou simplesmente um ofício de apaixonados por literatura. O fato é que a prática está sempre muito próxima da criação literária. “O autor e o tradutor se veem diante do mesmo problema: dizer, da melhor maneira possível, aquilo que eles têm para dizer. A diferença é a fonte do que cada um deles tem para dizer”, explica Rubens Figueiredo, duas vezes vencedor do Prêmio Jabuti nas categorias Contos e Romance e tradutor de títulos clássicos da literatura russa como Anna Karenina, Guerra e paz , ambos de Leon Tolstói, e Pais e filhos, de Ivan Turgueniev.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Corte de árvore na 704/5 Norte provoca protesto de comerciantes e moradores

Corte de árvore na 704/5 Norte provoca protesto de comerciantes e moradores
População da entrequadra planejam um ato público para domingo com ocupação pacífica do parquinho no local
Isabela de Oliveira -
Publicação: 16/01/2013 06:02Atualização: 15/01/2013 21:34
A administradora Janaína Fernandes, 40 anos, argumenta que o local é ponto de encontro de famílias, que ali fazem piquenique, e pede explicações à Novacap (Janine Moraes/CB/D.A Press)
A administradora Janaína Fernandes, 40 anos, argumenta que o local é ponto de encontro de famílias, que ali fazem piquenique, e pede explicações à Novacap


Moradores da Asa Norte protestam contra o corte de gameleira de 30 anos, localizada na 704/705 Norte, às margens da via W 5. A poda começou no último domingo e conseguiu atrair a atenção de 1,5 mil pessoas nas redes sociais. O movimento cresceu e, agora, os manifestantes planejam uma vigília de proteção ao espécime no próximo domingo. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) alega que a árvore oferece risco.

Por volta das 9h do último domingo, quatro caminhões e pelo menos 20 homens chegaram à entrequadra. Sem posse da ordem de serviço nem a supervisão de um engenheiro florestal, iniciaram os cortes e atraíram a atenção das pessoas.

Por falta de justificativa da Novacap, a população iniciou uma divulgação maciça nas redes sociais. Em poucos minutos, uma série de fotos pipocou no Facebook. A repercussão da história ganhou corpo e um grupo chamado Árvore-mãe da Asa Norte.

2ª Edição do Prêmio de Modernização de Museus – Microprojetos

Ibram/MinC recebe inscrições para 2ª edição da premiação, até 24 de janeiro
O Ministério da Cultura (MinC) está com inscrições abertas para a 2ª Edição do Prêmio de Modernização de Museus – Microprojetos. A premiação é realizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC) e tem como objetivo o fomento e o desenvolvimento de ações destinadas à preservação e difusão do patrimônio museológico. Serão distribuídos 50 prêmios no valor total de R$ 1,21 milhão.

O edital contemplará iniciativas voltadas à preservação do patrimônio museológico, implementadas por instituições museológicas ou mantenedores de museus constituídos como pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, com finalidade cultural. Os interessados podem se inscrever até o dia 24 de janeiro, de forma gratuita, por meio do sistema SalicWeb disponível nos sites do MinC (www.cultura.gov.br ) e do Ibram (www.museus.gov.br ).

A premiação será distribuída em quatro categorias e os participantes devem apresentar Plano de Trabalho para a utilização dos recursos. Além do Plano de Trabalho, no ato da inscrição, deverão ser enviados descrição da iniciativa; cópias de documentos do responsável legal pela instituição; declarações que estão anexas ao edital; dentre outros documentos.

As iniciativas que forem admitidas serão selecionadas por uma comissão, presidida por servidor do Ibram e composta por no mínimo três profissionais de notório saber e de reconhecida atuação na área cultural.

Confira o edital e acesse o manual para inscrição no site do Ibram
(Texto: Lara Aliano, Ascom/MinC)

Prêmio Culturas Populares - MinC

Ministério da Cultura abre inscrições para o Prêmio Culturas Populares, neste sábado, dia 5
A Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC) abre inscrições para o Prêmio Culturas Populares 2012, neste sábado, dia 5 de janeiro de 2013. O edital foi publicado no Diário Oficial da União no dia 5 de novembro de 2012.

O edital selecionará 350 projetos e as inscrições estarão abertas até o dia 5 de abril. O prêmio terá um investimento total de R$5 milhões e nesta edição homenageia o ator, produtor e cineasta paulista Amácio Mazzaropi, que completaria 100 anos de idade no dia 9 de abril de 2012.

O edital destina-se a Mestres da Cultura Popular e a grupos ou comunidades que desenvolvam iniciativas que destaquem e fortaleçam as expressões da Cultura brasileira.

Veja aqui mais informações sobre o prêmio
(Fonte: SCDC/MinC)
(Texto: Ascom/MinC)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Poemas de Marcos Freitas, na Stéphanos: Enciclopédia virtual da poesia lusófona contemporânea



NA TARDE QUE SE AVIZINHA


sejamos eternos, querida,

mesmo na plenitude de nossa ira.

chega de nossos discursos prontos,

não suportamos mais esperar o fim do verão.

estranhamos, em silêncio, conselhos dos mais velhos.

tentamos, inutilmente, reler os jornais passados;

o que buscamos nas páginas surradas?

a paisagem se adensa na geografia das ruas

de nossa cidade desconhecida.

mergulhemos no assombro de nosso desejo;

é sempre possível a palavra mais pura e límpida, querida,

mesmo fora de nosso dicionário.

o cheiro do feijão, em panela de ferro,

reacende o fogo de lenha da imaginação: o relógio da manhã.

herdeiros de nossa própria memória,

divisamos a rua de nossa fraqueza e ausência, na tarde que se avizinha.

o leito seco do rio aguarda a estação chuvosa nas cabeceiras;

depositemos, pois, iguarias e provisões na vazante de nossas horas.

sejamos eternos, querida,

mesmo na finitude de nosso dia.


NENHUMA CARTA EM MEU NOME


de soslaio

a memória de teu rosto

cravado na rocha da ausência: fotografia.

o vento quente sopra a cor do esquecimento:

sombria melancolia do dia-a-dia.

tentei entender teu nome e nossos minutos

como se houvera fruta na fruteira

de minha existência.

o domingo desabitado fareja o ronco do motor

de meu carro empoeirado.

nada, nada além de silêncio e pó.

há mais de um ano, nenhuma carta em meu nome.


MINHA SENHORA


não trago na sacola,
esmola.
trago apenas poesia, minha senhora.

não trago no corpo,
estorvo.
trago apenas magia, minha senhora.

não trago na voz,
algo feroz,
trago apenas cantoria, minha senhora.

não trago na mão,
flores.
trago apenas amores, minha senhora.

não trago no olho,
maldade.
trago apenas saudade, minha senhora.

não trago na vida,
glórias.
trago apenas memórias, minha
senhora.

Poemas de Marcos Freitas, na Stéphanos: Enciclopédia virtual da poesia lusófona contemporânea

http://www.olegalmeida.com/page_25.html




Revistas Literárias Brasileiras - Século XX (Org. Paco Cac)



Lançamento do álbum sobre as Revistas Literárias. Vai ser sábado (dia 19.01), das 10 às 14h.  Haverá exposição de algumas revistas que marcaram o cenário literário mineiro.

AbreAlas - Bel’Contos - Dez - Dimensão - Estória - Et Cetera - Fahrenheit 451 - I - Inéditos - Orobó - Paca Tatu Cutia-Não - Panorama - Poesia - Póstudo - PTYX - A Revista (fac-similar) – Silêncio - Tendência - Verde (fac-similar)


SERVIÇO

Local: Quixote, Livraria e Café

Rua Fernandes Tourinho, 274 – Savassi - Belo Horizonte
 
Data: 19 de janeiro de 2013
 
Horário: 10 às 14h.
 
 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Após receber Jabuti como ilustrador, Ferreira Gullar revela inspirações


Ferreira Gullar revela ao Correio as inspirações do recém-lançado monólogo escrito para o teatro
Diego Ponce de Leon

Publicação: 14/01/2013 08:13Atualização: 14/01/2013 07:29


Poeta e escritor Ferreira Gullar (J. Egberto/Divulgação/D.A Press 
)
Poeta e escritor Ferreira Gullar

“A primeira coisa que eu quis ser na vida foi pintor. Não deu certo.” Ainda bem. Caso contrário, o país talvez não conhecesse o neoconcretismo. Ferreira Gullar, um dos maiores expoentes da poesia nacional, seria anônimo. Obras como A luta corporal (1954) ou o célebre Poema sujo jamais viriam à tona. Árduos sacrifícios. Em se tratando de Gullar, porém, não há prejuízos. Depois do mérito literário alcançado, sobrou tempo para a pintura reger os poemas. Ou vice-versa.

Quando subiu ao palco da Sala São Paulo, em 2011, para receber o Prêmio Jabuti pela obra Em alguma parte alguma, não seria nenhum absurdo imaginar que no ano seguinte ele poderia repetir o feito. Afinal, o mais tradicional prêmio literário nacional já o laureou algumas vezes. Dito e feito. Em outubro de 2012, Ferreira Gullar voltou a ser contemplado. Dessa vez, como ilustrador.

10 coisas que você precisa saber sobre a fome em 2013

14/1/2013 - 10h35

por Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU

fome 10 coisas que você precisa saber sobre a fome em 2013

As Nações Unidas publicaram nessa quarta-feira, 9, uma lista sobre as 10 coisas que todos devem saber a respeito da fome neste novo ano.

Confira abaixo os tópicos compilados pelo Programa Mundial de Alimentos, PMA:

1. O mundo tem cerca de 870 milhões de pessoas que não têm o necessário para comer para levar uma vida saúdável. Isto significa que uma em cada oito habitantes do globo vai para a cama, todos os dias, passando fome. (Fonte: FAO, 2012)
2. O número de pessoas vivendo com fome crônica baixou para 130 milhões nas últimas duas décadas. Nos países em desenvolvimento, a prevalência da má nutrição caiu de 23,2% para 14,9% no período de 1990-2010. (Fonte: FAO, 2012)
3. A maioria do progresso contra a fome foi alcançado antes de 2007/2008, quando ocorreu a crise econômica global. Desde então, os avanços na redução do problema foram desacelerados e estagnados. (Fonte: FAO, 2012)
4. A fome é o problema número 1 na lista dos 10 maiores riscos de saúde. Ela mata mais pessoas todos os anos que doenças como Aids, malária e tuberculose combinadas. (Fonte: Unaids, 2010. OMS, 2011)
5. A má nutrição está ligada a um terço da morte de crianças com menos de cinco anos nos países em desenvolvimento. (Fonte: Igme, 2011).
6. Os primeiros mil dias da vida de uma criança, da gravidez aos dois anos de idade, são fundamentais para o combate à má nutrição. Uma dieta apropriada, nesta época da vida, protege os menores de nanismos físico e mental, que podem resultar da má nutrição. (Fonte: Igme, 2011).
7. Custa apenas 25 centavos de dólar americano, por dia, para garantir que uma criança tenha acesso a todas os nutrientes e vitaminas necessários ao crescimento saudável. (Fonte: Igme, 2011)
8. Se mulheres, nas áreas rurais, tiverem o mesmo acesso à terra, à tecnologia, à educação, ao mercado e aos serviços financeiros que os homens têm, o número de pessoas com fome poderia diminuir entre 100 e 150 milhões. (Fonte: FAO, 2011)
9. Até 2050, as mudanças climáticas e os padrões irregulares da temperatura terão colocado mais 24 milhões de pessoas em situação de fome. Quase metade destas crianças estarão vivendo na África Subsaariana. (Fonte: PMA, 2009)
10. A fome é o maior problema solucionável do mundo.

* Publicado originalmente no site Rádio ONU e retirado do site Mercado Ético.
(Mercado Ético)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Intensivão de Férias - Curso de Cajón, com Carlos Pial

João Carlos Taveira: CANTATA PARA BAIXO PROFUNDO

João Carlos Taveira
CANTATA PARA BAIXO PROFUNDO

I
Senhor, velai
por mim, velai
por Vosso filho
crucificado
entre ladrões,
espertalhões,
pobres ovelhas
já desgarradas
de Vosso exército.

II
Velai por mim,
que amordaçado
não tenho voz
nem mesmo força
para vencer
os inimigos
de Vossa casa
hoje invadida
pelos abutres.

III
Senhor, aqui
é o meu refúgio:
rude canção
(um sol sem luz)
em que me esvaio
em asperezas
para louvar
o Vosso nome,
o Vosso nome.

IV
Velai, Senhor,
pelo meu verso
de pé quebrado,
pelos deslizes
de alguns vocábulos,
pela sintaxe
mal construída
a conspurcar
a língua Pátria.

V
Senhor, olhai
as minhas rimas
tão pobrezinhas,
minhas metáforas
e socorrei
o metro, o ritmo
com que me empenho
em construir
esta oração.

VI
Velai, também,
por meus irmãos
na Poesia,
os sonhadores
do Vosso reino
aqui na Terra,
os construtores
do belo belo
e de outros sóis.

Жуан Карлус Тавейра
КАНТАТА ДЛЯ ГЛУБОКОГО БАСА

I
Заботься, Господи,
аботься обо мне,
распятом
среди воров
и подлецов
и тех несчастных
овечек, что отбились
уж давно
от стада Божьего.

II
Заботься обо мне,
коль скоро, нем
и связан по рукам
и по ногам, не в силах
я противостоять
врагам Твоих святынь,
сегодня отданных
на растерзанье
хищным птицам.

III
Вот, Господи, моё
укрытье тайное:
простой напев
и грубоватый
(солнце без тепла),
который до изнеможенья
возношу
во имя Божье
и во славу Божью.

IV
Заботься, мой Отец,
о тех стихах,
что я пишу:
прости несовершенство
их синтаксиса
и хромые строчки,
и те слова, которыми невольно
запятнал
родной язык.

V
Взгляни, Отец,
на рифмы бедные мои,
на заурядность
метафор – и поправь
мой плохонький размер
и шаткий ритм,
и помоги
в молитве искренней
излить всю душу.

VI
И, в заключенье,
также помоги
поэтам-братьям,
что мечтают о Твоём
небесном Царстве
и покамест, на Земле,
прекрасное творят
и новых солнц
своим искусством возжигают свет.

Tradução do português por Oleg Almeida
www.olegalmeida.com


Combinações de Letras e Notas, de Antonio Cardoso Neto

Edvaldo Santana canta pela primeira vez no DF

11/01/2013
Teresa Albuquerque
 
Está é a primeira vez que o cantor paulista Edvaldo Santana se apresenta na capital

Nascido em criado em São Miguel Paulista, bairro da Zona Leste de São Paulo, Edvaldo Santana é um sujeito bom de bola que mistura blues com baião e música cubana e não gosta de choramingar mágoas, não. “Aprendi no meu bairro, que tem muito nordestino, a ser mais alegre”, conta o filho de pai piauiense e mãe pernambucana que começou a trabalhar aos 12 anos e aos 20 já tinha a música como profissão. Na estrada desde 1975, quando formou sua primeira banda, a Matéria Prima, ele tem sete discos lançados e parcerias com Arnaldo Antunes, Tom Zé, Itamar Assumpção, Paulo Leminski e Haroldo de Campos. E, por incrível que pareça, nunca cantou no DF. A estreia será nesta sexta-feira (11/1), no restaurante Sabor da Roça, no Gama.

“É a primeira vez que me apresento profissionalmente no Distrito Federal e estou muito feliz”, diz o cantor e compositor, que terá a companhia da banda Lobo Solitário, formada por músicos locais (Martinho Pereira no baixo, Betinho Rodrigues na guitarra, Lucas no teclado e na percussão, e Rômulo na bateria). O repertório do show reúne músicas do CD mais recente, Jataí (2011) — entre elas, Amor é de graça, Quando deus quer até o diabo ajuda, Nada no mundo é igual, Piá, Eva Maria dos Anjos e Seu Ico — e dos discos anteriores, como Quem é não quer ser feliz, Cachimbo, Cantora de cabaré, Samba do Japa, Lobo solitário, Samba de trem, O goleiro e O jogador.

Fonte: http://divirta-se.correioweb.com.br/materias.htm?materia=18186&secao=Programe-se&data=20130110
 

Jorge Selarón [Pintor e Ceramista Chileno]

Jorge Selarón, pintor autodidata e ceramista,nascido no Chile (1947-2013). Sempre aventureiro, viajou por mais de 50 países até decidir que viveria no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro.
Sua maior e mais conhecida obra está na escadaria do Convento de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, que teve seus 215 degraus e 125 metros decorados com mais de dois mil azulejos diferentes, provenientes dos quatro cantos do mundo, ganhando tom brasileiro com as cores da bandeira.

O artista só conseguiu prosseguir com sua grande obra pintando e vendendo mais de 25 mil quadros, quase sempre com um tema motivado por um problema pessoal, " a mulher grávida".
 
Leia mais em:
 
 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Obras de Marcos Freitas


Literárias


Científicas

O mundo editorial alternativo se une e se consolida na Argentina

Inter Press Service - Reportagens
09/1/2013 - 09h57

por Marcela Valente, da IPS
revistas O mundo editorial alternativo se une e se consolida na Argentina

Buenos Aires, Argentina, 9/1/2013 – Sustentadas por editores e leitores convencidos de que outra comunicação é possível, as revistas independentes crescem e se fortalecem na Argentina, optando por um enfoque diferenciado dos grandes meios em coberturas políticas, da vida cultural e na defesa de direitos diversos. À sombra de mais de 450 revistas pertencentes a 40 grandes consórcios editoriais, vários deles multimídias, circulam na Argentina outras 241 publicações dedicadas a literatura, filosofia, cinema, humor, discussão ideológica e partidária, história, música, artes visuais, artes cênicas, desenho ou gênero.
Não se trata de empreendimentos vocacionais, que progridem nos tempos livres do editor, mas de um setor econômico pujante, com um número total estimado de 1,4 milhão de leitores mensais, que dá emprego a pequenas gráficas de todo o país. Publicações como Barcelona, THC, Alternativa Teatral, El Ojo del Músico, Haciendo Cine, La Garganta Poderosa, Clítoris, El Teje e Diario de Poesia são apenas uma pequena mostra da diversidade da oferta.
Não recebem subsídios estatais ou do mundo empresarial e têm pouca publicidade. Praticamente vivem da venda de cada exemplar, um recurso esquecido pelas revistas comerciais, transformadas em catálogos publicitários que se contentam em se exibirem ou apenas circular entre o público leitor. Desde 2011, a grande maioria destes meios está unida na Associação de Revistas Culturais Independentes da Argentina (Arecia) e reclamam a discussão de um projeto de lei que contribua para fortalecê-los como um setor sem fim lucrativo, mas sustentável.
“O propósito da entidade é mostrar que somos um setor economicamente ativo, que oferece condições dignas de emprego, que vive da venda e paga em dinheiro”, disse à IPS a jornalista Claudia Acuña, presidente da Arecia. Ela é editora da revista independente Mu, nascida no calor da crise econômico-social do final de 2001 no contexto da cooperativa La Vaca, que hoje leva adiante outros projetos de comunicação alternativa.
A cooperativa também realiza cursos de capacitação em projetos de autogestão, um serviço que não consta do curso de formação de jornalistas e que, segundo Acuña, representa um vazio na grade curricular. Um censo realizado pela Arecia, em outubro do ano passado, mostra que existem na Argentina 241 revistas culturais independentes, 95% delas publicadas em papel e as restantes só na internet. O fenômeno não está restrito a Buenos Aires, tanto que 48% das publicações surgiram no interior do país e respondem a interesses locais.
Os editores reunidos na Arecia conseguiram assinar convênios com o serviço de correio para a distribuição e resistiram a múltiplas tentativas das revistas comerciais para eliminá-los dos canais de distribuição e venda, estabelecendo novos custos. Acosta apontou, particularmente, o grupo empresarial Clarín e também o La Nación. Entre ambos se concentra 60% do mercado gráfico, afirmou, além de serem donos de redes de distribuição e pontos de venda.
“Há pouquíssima concentração e as revistas comerciais já não vendem exemplares. Vivem da pauta publicitária oficial e privada. São quase catálogos de anúncios que ganham apenas com sua exibição, embora não sejam vendidos”, explicou Acuña. “Esse setor foi perdendo credibilidade junto aos leitores. Eles próprios admitem isso. Por outro lado, nós temos um mercado sustentado pelos leitores, um mercado disperso, de muitos títulos. Somos algo diferente e estamos crescendo”, assegurou.
No contexto deste debate, a presidente da Arecia acredita que contar com uma lei pode ajudar a fortalecer projetos e fazer surgirem novos. “Não queremos tratamento especial, mas igualdade de tratamento, sem discriminações”, a iniciativa, que começaria a ser discutida em março, pede benefícios na área de impostos, melhor acesso a financiamento, bonificação de taxas de juros e cota do Estado para compras destinadas às mais de três mil bibliotecas públicas do país.
Em seus fundamentos o projeto afirma que uma nova lei serviria para saldar a dívida que tem com o setor a Lei de Serviços Audiovisuais, sancionada em 2008, cuja aplicação encontra resistência no grupo Clarín, por meio de manobras perante a justiça. A lei democratiza espaços na televisão e no rádio, “mas omite as publicações impressas e via internet, independentes e autogeridas, sem as quais essa lei não teria contado com canais de debate e difusão”, reclamam esses editores.
O texto afirma que fortalecer essas revistas é um modo de “lutar contra a monopolização, não apenas de produtos, mas de conteúdo”, e também é uma maneira de “consagrar socialmente a ideia de que outra comunicação é possível. Uma comunicação que não incentive a competição, mas a sobrevivência de diferentes modos de sentir e expressar a vida”. Envolverde/IPS
(IPS)
 
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