quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Edital oferece 240 bolsas de iniciação científica para escolas públicas do DF

Parceria com CNPq prevê bolsas para alunos de escolas públicas desenvolverem projetos de pesquisa orientados por docentes da Universidade

Diogo Lopes de Oliveira e João Paulo Vicente - Da Secretaria de Comunicação da UnB

A UnB oferece 240 vagas para estudantes de escolas públicas participarem do Programa de Iniciação Científica. É o primeiro edital voltado para alunos do ensino médio do Distrito Federal, que terão a oportunidade de participar de projetos de pesquisa, orientados por docentes da Universidade. A ideia do programa, realizado em parceria com o CNPq, é que esses jovens comecem a entrar desde já em contato com o mundo da ciência e com os métodos de pesquisa usados no ensino superior.

“Este programa colocará o estudante em contato com o ambiente de pesquisa, sem que eles adquiram vícios irreversíveis durante o ensino médio. Assim, conseguimos despertar curiosidades e testar vocações”, afirma o professor Isaac Roitman, um dos criadores do projeto. “Ao longo dos anos, isso permitirá que mais alunos com alta capacitação cheguem à universidade com a preparação e a gana para obter sucesso em seus cursos”, afirma o professor Adson Ferreira da Rocha, decano de Pesquisa e Pós-Graduação em exercício.
Os 240 alunos selecionados receberão uma bolsa de R$ 100 durante 12 meses, período em que desenvolverão oito horas semanais de atividades relacionadas com a ciência e tecnologia. Para participar, eles devem primeiramente se dirigir à Coordenação de Iniciação Científica da UnB, para manifestar sua área de interesse e encontrar um projeto que queiram participar. A Coordenação de Iniciação Científica da UnB fica no Pavilhão Anísio Teixeira, em frente ao ICC Norte. O telefone para contato é 3107-0824.
A inscrição deve ser feita pelo professor orientador até o dia 31 de janeiro, que apresentará seu currículo e um plano de trabalho que servirão como critérios de seleção. Uma comissão composta por professores da UnB e especialistas da Secretaria de Educação do Distrito Federal julgará as melhores propostas. As atividades começam até o mês de março deste ano. Veja aqui o edital e a ficha de inscrição.
Em 2012, os campi avançados da UnB – Ceilândia, Gama e Planaltina – começaram a desenvolver atividades semelhantes junto a escolas do ensino médio. Hoje, já existem 240 alunos da rede pública desenvolvendo atividades de pesquisa científica nessas unidades. Essa iniciativa surgiu da colaboração dos campi com as escolas locais e inspirou a criação do edital com o CNPq.Os campi de Ceilândia e Planaltina ofereceram cada um 80 bolsas para alunos da rede pública, financiadas com uma emenda parlamentar do senado Rodrigo Rollemberg (PSB).

Os professores do Gama aproveitaram um edital do CNPq para integração entre escolas do ensino médio e cursos de engenharia. Ao todo, 20 docentes tiveram seus projetos aprovados, cada um deles com quatro vagas para bolsistas de escolas públicas. “Queríamos institucionalizar essas iniciativas individuais para garantir que se torne um trabalho contínuo”, explica o professor Rudi Van Els.
Ana Rita Grilo/UnB Agência


CAPACITAÇÃO –Para o professor Adson Ferreira, essa iniciativa dos campi de Planaltina, Gama e Ceilândia aproximam a comunidade da Universidade. “Desde a sua criação dos novos campi, existe uma consciência de que eles devem abraçar a comunidade mostrando aos jovens que o acesso à UnB é algo possível”, afirma Adson.

Foi o que aconteceu com Cecília Borges, de 17 anos, que no último fim de semana fez o vestibular para o curso de Gestão Ambiental da UnB Planaltina. Cecília fazia o terceiro ano no Centro Educacional Vale do Amanhecer quando entrou como bolsista no projeto “Pequização”, da professora Janaína Diniz. “Nós estudamos o Cerrado, que eu não conhecia bem e fomos a campo identificar plantas e frutas. Me identifiquei tanto com o projeto que escolhi estudar o meio ambiente”, conta.

“A gente não tem noção da importância dessas iniciativas”, afirma a professora Janaína. Para ela, trazer os alunos da rede pública para dentro da Universidade desmistifica o ensino superior. Também professor da UnB Planaltina, Marco Aurélio Barbosa concorda com a opinião da colega: “Muitas vezes esses alunos nem sabem que existe um campus na cidade deles”. Marco Aurélio chama atenção para o efeito cascata desses programas nas escolas, já que os alunos bolsistas levam o conteúdo que aprenderam para os colegas de sala de aula. “Nós inserimos os alunos no ambiente universitário e, por tabela, as escolas também.”

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