http://www.germinaliteratura.com.br/paco_cac.htm
http://revistadepoesiaz.blogspot.com.br/2012/05/revista-z.html
http://www.verbo21.com.br/2007/072007/ensaio072007_06.html
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http://www.verbo21.com.br/2007/072007/ensaio072007_06.html
“Paco viveu tudo. Paco morreu tudo.
Trinta anos, ou mais, de estrada. Todas as andanças, todas as paragens.
Sofregamente. Paixões, náuseas, esperanças, vertigens. As suas e as nossas. Do
corpo e do tempo. Mas, depois de tudo, o que fica não é a saciedade, a
consciência aplacada, não é a pretensa sabedoria do vivido Não é a maturidade.
Em Paco, não. Depois de tudo, o que brota é a inocência. É uma outra inocência.
/ “Áspera e macia, / fenda de sol e frescor / Sobre o pilar.” / É a
inocência (não ingênua: lúcida) que percorre, ainda e sempre, a bela Guanabara,
sua e nossa, com um olhar inaugural, capaz de surpreender, por entre “mangues e
palácios”, em meio às “vozes do fim”, o pulso insubmisso da cidade, “os sons de
toda paz que se faz” — o perene “hino das manhãs”. Só um eterno suburbano como
Paco poderia subir, como ele sobe, o outeiro da Glória e de lá do alto fazer a
“deus dos céus”, como ele faz, uma belíssima prece pagã”
Luiz Dulci
***
Rogo a deus dos céus
Que tudo caia sobre mim
Raios, fragmentos de meteoros e fonemas
Trovoadas, maremotos e outros troços
Rogo a deus dos céus
Que tudo venha contra mim
Novenas, cavalhadas e poemas
Nuvens de gafanhotos e às centenas
Estrondo de tambores carnavais
***
Palavra (a)bru(p)ta.
palavra em riste
passarinho que chora
letras são seu alpiste.
Inteiro
na poesia
o sopro
da vida.
Dentes curvos
e carnívoros
sobrevoam
as notas alongadas
do trompetista
de óculos fora de órbita.
Puro arbítrio
arremessá-lo à cisterna mínima,
(sub)traindo ao coro
a noite mais generosa.
O silêncio abre rodas
na memória.
Nossa praia deserta.
Postado por José Antônio Cavalcanti, em:
http://caosgraphia.blogspot.com.br/2013/04/para-paco-cac-no-ceu-da-poesia-de-um.html
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