Cortina
Uma cortina de cânhamo:
entre o poente da planície e o funcionário.
No fim do expediente o escriturário
descobre o que foram as ss/tardes:
o pó da cortina de cânhamo,
a poeira dos processos,
a secura da cidade.
No fim do dia o homem não programado
descobre os seus sensores remotos.
Lhe dizem: seu tempo foi inútil.
Foi um tempo inteiriço
como a cantiga do grilo,
um tempo
não dividido em estações,
mais vivido em papel do que na rua.
Tudo agora é mais simples:
o homem
o escriturário
descobre a igualdade dos meses.
H. Dobal, poeta piauiense, natural de Teresina.
Poema transcrito da antologia “Deste Planalto Central: Poetas de Brasília”, organizada por Salomão Sousa.
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terça-feira, 21 de junho de 2011
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