sexta-feira, 11 de junho de 2010

CERRADO(,) DESTRUÍDO

o óleo do buriti
embreja-se em minha pele.
o shampoo do jaborandi
penetra-me as raízes dos cabelos.
a borracha da maniçoba
cola-se à minha vaga mente.

no que sobrou do cerrado,
a juriti canta seu canto triste e derradeiro.

o azeite do pequi
impregna arroz e versos.
a infusão do barbatimão
lava-me o estômago e cicatriza a alma.
os fios do capim dourado
amarram-me a ti, definitivo e inteiro.

no que sobrou do cerrado,
a juriti canta seu canto triste e derradeiro.

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