sábado, 12 de dezembro de 2009
Reivindicações marcam cerimônia de aniversário de um ano da BNB
O sucesso do lançamento do novo site da Biblioteca Nacional de Brasília e elogios ao diretor e a aliados que ajudaram a pôr a instituição para funcionar, à parte, a cerimônia de celebração de um ano de abertura dos serviços da biblioteca primou pelo tom político de reivindicação. O diretor Antonio Miranda e também Carlos Alberto Xavier, presidente da Comissão designada para pensar um modelo de gestão para o Conjunto Cultural da República, fizeram claros apelos ao governo federal e ao distrital, em favor da institucionalização da BNB.
"É preciso separar o distrital e o federal no contexto de Brasília, que deixou de ser DF, para podermos transformar a Biblioteca na instituição que almejamos, e isto não é um processo difícil. Fizemos muito em um ano, e estou orgulhoso disso, mas há muito a ser feito ainda", ressaltou Miranda no discurso de abertura da cerimônia, a uma platéia de autoridades do MCT, MEC e GDF, e de escritores, acadêmicos e bibliotecários. O diretor lembrou ainda que foi criada uma gerência para a Biblioteca, e disse não se sentir "humilhado por ser gerente de uma biblioteca nacional, porque não esperava nada, só precisava colocá-la para funcionar. Mas agora a BNB está com enormes dificuldades de seguir adiante", alertou.
Desvios no CCR - O representante do MEC e presidente da Comissão do Conjunto Cultural da República, Carlos Alberto Xavier, foi ainda mais taxativo ao afirmar que não se conseguiu realizar o projeto de Lúcio Costa para o espaço onde a Biblioteca se insere, junto com o Museu Nacional. Há duas semanas ele entregou ao ministro da Cultura, Juca Ferreira, um resumo do relatório feito pela Comissão, com 18 recomendações sobre os desvios do projeto original em relação ao espaço. Xavier entende que o Conjunto Cultural da República devia ser gerenciado pelo MinC, que tem sistema de bibliotecas e museus.
A comissão que ele preside, e que é representada por dois integrantes de cada instituição parceira, quer fazer uma administração compartilhada e cumprir com o projeto de Lúcio Costa, segundo enfatizou. "Não podemos amesquinhar a capital da República. Devemos discutir com o Brasil, e não apenas com o DF, o uso desse espaço e sua circunvizinhança que virou uma grande Luziânia", criticou, após lamentar que os R$ 2,2 milhões repassados ao GDF em favor da BNB, no início deste ano, nunca chegaram à Biblioteca.
Aportes financeiros à BNB
Ao longo de um ano de funcionamento, a Biblioteca Nacional de Brasília viveu de aportes financeiros apenas do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), seu parceiro institucional junto com o GDF e os ministérios da Cultura (MinC) e da Educação (MEC). O MCT investiu R$ 6 milhões para equipar tecnologicamente os andares térreo, 2º e 3º do prédio da Biblioteca.
O acordo de cooperação entre os órgãos parceiros previa o repasse do Ministério da Cultura no valor de R$ 2,2 milhões ao GDF, destinados à BNB. O repasse foi efetuado em 16 de fevereiro de 2009, mas continua em tramitação, à espera da assinatura do governador José Roberto Arruda, para poder vir a beneficiar a Biblioteca. Na contrapartida deste acordo de cooperação, há também a pendência do GDF no repasse de dois volumes de verbas para diferentes projetos da BNB: um de R$ 500, e outro de R$ 1 mil, segundo informações prestadas pela assistente da Gerência, Lúcia Moura.
Quanto ao MEC, de acordo com o diretor Antonio Miranda, a parceria por enquanto não envolve recursos financeiros para a BNB, diretamente. A parceria tem sido intelectual, com o investimento feito no projeto Educadores, que vai resultar em 60 volumes - 30 de autores brasileiros e 30 estrangeiros - de base epistemológica, filosófica e metodológica, para o Brasil. Esse projeto será desdobrado em 60 videoconferências, que se converterão em obras com comentários, e que serão depois disponibilizadas a pesquisadores e estudiosos interessados. O projeto irá gerar ainda a biblioteca digital, na BNB, desses autores. Entre eles estão Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, José Marti, Andrés Bello, Freud, Piaget e Vigotsky.
A festa de um ano de vida da BNB
Prestigiaram a cerimônia do aniversário de um ano da BNB Emir Suaiden e Cecília Leite, do Ibict/MCT; a subsecretária Ione Carvalho, do GDF e o ministro do TST e poeta Alberto Bresciani; a professora Elga Laborde (UnB) e os poetas Sonia Ferreira (Ceculco) e Wilson Pereira, além de bibliotecários e servidores da BNB. Após a abertura das comemorações, o público assistiu ao balé solo de dança chinesa contemporânea, por Zou Mi, que iniciou o programa cultural e educativo da festa de aniversário da BNB para este fim de semana. (Angélica Torres /Fotos: Flávia Camarano)
Leia mais sobre a questão dos aportes financeiros em:
http://www.bnb.df.gov.br/index.php/sala-de-imprensa/item/258-espaço-do-pesquisador-será-implantado-na-bnb e em http://www.bnb.df.gov.br/index.php/sala-de-imprensa/item/266-acervo-da-biblioteca-nacional-de-brasília-aumenta-para-60-mil-livros
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