Pela primeira vez, em 96 anos da Academia de Letras da Bahia (ALB), uma mulher negra e ialorixá torna-se uma imortal. Na noite da quinta-feira (12/9), mãe Stella de Oxossi recebeu o diploma de acadêmica das mãos do governador Jaques Wagner e passa a ocupar a cadeira 33, que tem como patrono o poeta abolicionista Castro Alves. Antes, a cadeira era ocupada pelo historiador Ubiratã Castro, intelectual combativo na luta contra o racismo.
Maria Stella de Azevedo Santos, 88 anos, é a líder do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, um dos mais
tradicionais do Brasil. Autora de livros como ‘Meu tempo é agora’, ‘Òsósi - O Caçador de Alegrias’ e ‘Epé Laiyé - terra viva’, mãe Stella recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em 2009, e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 2005.
Ao som de um tambor, mãe Stella subiu a rampa de acesso à ALB e foi recebida por intelectuais, políticos e seguidores da religião africana. A formalidade típica das sessões deu lugar à alegria do povo de santo que, em diversos momentos, saudou com muitas palmas e cantos o discurso da ialorixá.
De acordo com mãe Stella, o dia 12 de setembro estava marcado para ser importante em sua vida. “Eu sou o quinto elo que forma a cadeia de ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá. Sou a quinta pessoa a ocupar a cadeira 33. O número 5 é meu guia. Há 74 anos eu fui iniciada para o orixá caçador, Oxóssi. Hoje é uma quinta-feira, dia consagrado ao meu orixá. Nada disso foi programado, é magia, é destino", afirmou a ialorixá em um dos trechos do discurso que foi lido pelo poeta José Carlos Capinan, por conta da sua dificuldade de enxergar.
Ainda durante o discurso, a importância da escrita e da cultura oral foi destacada, principalmente para a preservação da memória dos terreiros. "Não sou uma escritora, sou uma ialorixá que escreve. Sou uma ialorixá que escreve com o objetivo primeiro de não deixar perder a herança de nossos orixás", anunciou.
O presidente da ALB, Aramis Ribeiro Costa, deu as boas vindas à sacerdotisa. Segundo ele, a instituição tem muito orgulho em ter a presença de mãe Stella, uma importante mulher que desempenha um papel tão relevante para o Estado e é primeira ialorixá a ocupar uma cadeira na ALB.
Com a chegada dela, a ALB também abre as portas para a representante de uma religião que luta contra um preconceito histórico. Há 37 anos, os terreiros tinham que pedir à polícia para realizar seus ritos. Desde então reiteram suas ações em busca do respeito, para o qual mãe Stella contribuiu de forma particular.
De Salvador,
Ana Emília Ribeiro
Ao som de um tambor, mãe Stella subiu a rampa de acesso à ALB e foi recebida por intelectuais, políticos e seguidores da religião africana. A formalidade típica das sessões deu lugar à alegria do povo de santo que, em diversos momentos, saudou com muitas palmas e cantos o discurso da ialorixá.
De acordo com mãe Stella, o dia 12 de setembro estava marcado para ser importante em sua vida. “Eu sou o quinto elo que forma a cadeia de ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá. Sou a quinta pessoa a ocupar a cadeira 33. O número 5 é meu guia. Há 74 anos eu fui iniciada para o orixá caçador, Oxóssi. Hoje é uma quinta-feira, dia consagrado ao meu orixá. Nada disso foi programado, é magia, é destino", afirmou a ialorixá em um dos trechos do discurso que foi lido pelo poeta José Carlos Capinan, por conta da sua dificuldade de enxergar.
Ainda durante o discurso, a importância da escrita e da cultura oral foi destacada, principalmente para a preservação da memória dos terreiros. "Não sou uma escritora, sou uma ialorixá que escreve. Sou uma ialorixá que escreve com o objetivo primeiro de não deixar perder a herança de nossos orixás", anunciou.
O presidente da ALB, Aramis Ribeiro Costa, deu as boas vindas à sacerdotisa. Segundo ele, a instituição tem muito orgulho em ter a presença de mãe Stella, uma importante mulher que desempenha um papel tão relevante para o Estado e é primeira ialorixá a ocupar uma cadeira na ALB.
Com a chegada dela, a ALB também abre as portas para a representante de uma religião que luta contra um preconceito histórico. Há 37 anos, os terreiros tinham que pedir à polícia para realizar seus ritos. Desde então reiteram suas ações em busca do respeito, para o qual mãe Stella contribuiu de forma particular.
De Salvador,
Ana Emília Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário