terça-feira, 2 de outubro de 2012

Lurdiana Araújo lança hoje livro sobre Cerrado de forma poética

02/10/2012
Diego Ponce de Leon - Especial para o Correio
Lurdiana Araújo: poesia na Feira do Livro, em Montevidéu


Uma das mais comprometidas poetisas de Brasília, nasceu no interior de Tocantins, na secura da roça. Em 2012, Lurdiana Araújo completa 20 anos na capital. Veio, como tantos, construir cidadania e um cotidiano digno. Encontrou muito mais. “Brasília é o lugar onde escolhi criar outras raízes fora do Tocantins, mas percebendo-me parte do mesmo ecossistema, da mesma metáfora”, revela. A alusão à natureza não é por acaso. Lurdiana lança nesta terça-feira (2/10), na Biblioteca Nacional, um livro de poesias dedicado ao cerrado. A vegetação seca e contorcida do Centro-Oeste serve de inspiração para a escritor, que investe o tempo na criação literária.

Vivendo entre ipês, galhos desfloridos, troncos talhados e terra vermelha, desde a infância, Lurdiana não estranha a flora brasiliense, e se vale dela na hora de escrever: “Vejo o Cerrado, seu bioma, a fauna, a flora e sua simbologia como algo que define o existir neste lugar; que define sua identidade. Toda essa concepção me serve de inspiração. O meu dever é descobrir; fazer surgir essa poética do Cerrado; transformar paisagens em metáforas”.

Cerrado poético é o terceiro livro de Lurdiana, e o segundo que ela banca com os próprios recursos. Antes dele, lançou Campolina (2008), com apoio do FAC, e Querido mundo (2005), em que desembolsou R$ 5 mil pelos 250 exemplares. Resultados do trabalho e dedicação de uma (também) professora que cisma em investir em literatura.

Leia poemas de Lurdiana Araújo

SER, APENAS SER

Luto para ser
O melhor dos benfeitores
Ou o melhor dos vagabundos,
Pois ainda me falta a simplicidade
Divina das flores de apenas ser.

BRASÍLIA

Onde um dia dormira
Um vasto planalto,
Hoje acorda Brasília
Nos braços do mundo
Acorda tão viva,
Formosa e bela,
Abraças as estrelas,
E os ipês floridos,
Os sonhos sonhados
E o azul do céu.
Esta é Brasília
De asas douradas
A pairar soberana,
Quase ave, aeronave,
Sob a abóbada
Celeste e os
Raios do sol
A solidão do lago
Em nostálgica canção
De girassóis meninos,
Traz no vento a saudade
Dos candangos de outrora.
Não te desejo Brasília,
A conquista do mundo,
Conquiste dias felizes,
Assim conquistarás
O pólen do mundo.

Leia a matéria completa no caderno Diversão & Arte do Correio Braziliense

http://divirta-se.correioweb.com.br/materias.htm?materia=16354&secao=Programe-se&data=20121001

SERVIÇO:

XXIX Poemação - Sarau Videoliteromusical em homenagem ao poeta João Carlos Taveira. Com participações de Lurdiana Araújo, Gabriela Ziegler, Sabrina Falcão e Coral Alegria. Relançamento da segunda edição da Z-Revista de Poesia.
Dia 2 de outubro, terça-feira, a partir de 18h.
Auditório da BNB (2º andar). Entrada franca. 

 

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