O Projeto MúsicaPoética que tem por objetivo apresentar um poeta sempre acompanhado do músico, compositor e jornalista, Anand Rao, único que musica poemas no palco na frente de todos. Rompe-se assim, a distância entre o poema e a letra de música e além disso, Anand Rao cria música e letras sobre temas diversos que são enviados pelo público. Nesta sexta, 29 de janeiro, 21 h, no Café com Letras, com couvert a R$ 10,00 (dez reais) o músico estará se apresentando ao lado de Menezes Y Morais, poeta renomado no Brasil.
Menezes y Morais é jornalista, professor, escritor, historiador. Tem 10 livros publicados, entre os quais um de contos, uma peça de teatro e oito de poesia. Participa de dezenas de coletâneas. Tem poemas traduzidos para o espanhol. Nasceu em Altos (PÍ) e vive em Brasília há 30 anos incompletos. Tem 20 livros inéditos, entre os quais dois romances, uma peça de teatro, um ensaio sobre história, o restante é poesia. Pretendo ainda reunir entrevistas que fiz como jornalista com escritores como Jorge Amado e poetas como Cora Coralina, para publicar em livro. Nesta entrevista exclusiva ele fala do que pretende fazer no show e da sua atividade literária.
Porque você aceitou participar do Projeto MúsicaPoética?
Menezes y Morais - Existe um ditado latino-americano: "Um Poeta nunca se oferece para recitar. Mas quando ele é convidado, nunca se recusa." Além do mais, trata-se de um projeto de um amigo e parceiro, batalhador da cultura em Brasília. Poderia recusar?
O que você vai apresentar no Projeto MúsicaPoética, quais os poemas que pretende declamar?
Menezes y Morais - Vou recitar poemas de todos os meus livros publicados, cuja temática varia do amor à indignação, do meta-poema ao hai-cai.
Você vai estar dividindo o palco com o músico Anand Rao, criticado e amado por muitos, que compõe músicas no palco e musica poemas no palco na frente de todos, qual a conceituação que tens deste músico. Apesar dessa entrevista estar sendo veiculada pela Anand Rao Multiempreendimentos, solicitamos que você seja franco nesta resposta, pois, todos sabemos que Anand Rao hoje tem 50 anos e poucos conseguem influenciar no seu trabalho, ou seja, ele adora críticas construtivas e não liga para críticas destrutivas, já é maduro no que faz.
Menezes y Morais - O que pensam ou deixam de pensar sobre o compositor Anand Rao não me interessa. Como cidadão, Anand tem se me revelado um bom caráter, até o presente. E eu me filio ao grupo dos que amam a música de Anand Rao.
Como você vê Brasília hoje, depois, de problemas políticos de corrupção e etc. Há espaço para desenvolver um bom trabalho poético na Capital, há apoio, enfim, fale sobre Brasília, Cultura, Arte e Política?
Menezes y Morais - Quando eu cheguei a Brasília, no dia 2 de maio de 1980, saindo da violência do Rio de Janeiro, (já havia a guerra civil do narcotráfico àquela época) e que vi a cidade por dentro, com suas asas e eixos e mais precisamente depois de visitar o campus da UnB - Universidade de Brasília, não tive dúvidas: é aqui que eu quero morar, é aqui que eu quero estudar. Vou completar 30 anos na cidade que me deu três filhos uma neta. Quanto aos escândalos, os corruptos e os corruptores vêem de outros Estados. Lamento apenas que a população do Distrito Federal, em sua maioria, tenha escolhido, com o sagrado direito do voto, uma maioria de deputados distritais que não pautam a digna função pela ética na política. Refiro-me à quadrilha do panetone, que já deveria ter sido julgada e reconduzida à Papuda. Um político, como qualquer cidadão, tem que ter as mãos limpas. Os bandidos rasgam suas biografias porque os interesses que lhes movem são contrários aos da dignidade e da transparência pública. Há espaço sim, para a Arte, sem que, para isto, precisemos bater à porta do Estado.
Como você vê a poesia brasileira hoje?
Menezes y Morais - Vai de bem a melhor. O poeta Reynaldo Jardim publicou no final de 2009 o seu Sangradas Escrituras. Jardim, ao lado da santíssima trindade da poesia brasileira - Manoel de Barros, Adélia Prado e Ferreira Gullar - é um dos quatro melhores poetas brasileiros vivos. E, para lembrar, Reynaldo Jardim mora em Brasília. Isso sem falar nos poetas mais jovens, que eu, modéstia à parte, conheço grande parte, através do meu trabalho com o Coletivo de Poetas, que, aliás, está completando 20 anos de existência.
Poesia e letra de música é a mesma coisa?
Menezes Y Morais:É claro que não. A Poesia independente da música - ao contrário da letra - porque a música, o ritmo, estão contidos nela mesma. Uma letra dificilmente sobrevive sem a música. Ao contrário da Poesia. Aproveito para lembrar: nos primórdios, Poesia e Música era uma expressão estética única.
Como as pessoas podem ter acesso a teus poemas na internet, tens site, blog, fotolog, enfim, onde econtrá-lo na internet?
Menezes y Morais - Infelizmente, eu ainda estou na pré-história virtual, ainda não tenho blog, sitio, é um projeto para este ano. Em fevereiro será publicado pela Thesaurus Editora o meu 11º livro, o romance A Íris do Olho da Noite. Quem quiser adquirir dois dos meus livros, Diário da Terra & Cenas da Cidade Sitiada (poesia) e Por Favor, Dirija-se a Outro Guichê, tem que acessar o sitio www.thesaurus.com
O livro e o jornal impresso vão resistir à internet?
Menezes y Morais - É claro, que diz que o livro e o jornal morreram não viverão o suficiente para ir ao enterro. A internet é uma das maiores revoluções do século XX, é o maior arquivo do mundo, não veio para acabar com o livro impresso. Espere a poeira assentar. Essa ameaça vai contribuir para melhorar a feição gráfica do livro enquanto objeto e a qualidade do jornal, em todos os sentidos, ético e estético.
Alguma coisa ficou pendente que gostarias de colocar nesta entrevista?
Menezes y Morais - O Coletivo de Poetas vai publicar o seu sexto livro este ano, em comemoração aos seus 20 anos e também para celebrar o primeiro cinquentenário de Brasília.
Fonte – Assessoria de Imprensa – Anand Rao Multiempreendimentos
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Produção Anand Rao
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producaoanandrao@gmail.com
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