quinta-feira, 30 de abril de 2015

Autores periféricos lançam o primeiro campeonato de poesia do Flipoços

29/04/2015 15h43 - Atualizado em 29/04/2015 15h43

Poetas da cidade disputaram pela primeira vez o torneio ‘Slam Flipoços’.
Vencedor foi o já veterano Emerson Alcalde, que também palestrou.

Jéssica Balbino Do G1 Sul de Minas
Poetas de Poços de Caldas participaram do primeiro Slam Flipoços (Foto: Bruno Alves/Flipoços)
 
Poetas de Poços de Caldas participaram do primeiro Slam Flipoços (Foto: Bruno Alves/Flipoços)
 
Conhecido como país do futebol, o Brasil pode se tornar, em breve, o país da poesia. É esse o movimento que jovens da periferia de várias partes do país têm se empenhado em realizar para atrair cada vez mais pessoas para os saraus e campeonatos que envolvem a palavra falada como objetivo principal.
De forma inédita, o Festiva Literário de Poços de Caldas (MG), o Flipoços, consagrou na terça-feira (28) o primeiro campeão do Slam Flipoços – popularmente conhecido como campeonato ou batalha de poesia - criado no improviso durante o encontro de ‘Arte na Periferia’, com os escritores Emerson Alcalde, Ni Brisant e Roberta Estrela D´Alva, que atuam diretamente em campeonatos de poesia falada no Brasil e no exterior.
Emerson Alcalde, que já disputou o mundial de poesia na França, venceu em Poços (Foto: Bruno Alves/Flipoços)
Emerson Alcalde, que já disputou o mundial
de poesia na França, venceu em Poços
(Foto: Bruno Alves/Flipoços)
 
O vencedor da disputa, que teve a participação de três poços-caldenses, foi o veterano Emerson Alcalde, que foi também vice-campeão mundial de poesia em 2014 e disputou o título na França, na copa mundial de poesia falada. Já o segundo lugar quem levou foi a única representante das mulheres, Thaís Costa, do coletivo #Esquina, que fez questão de declamar versos de empoderamento sobre raça e gênero.
“A ideia foi mostrar como funciona o slam e que é simples fazer. Rapidamente nos organizamos aqui, escolhemos os jurados e conseguimos promover a disputa. Na verdade, o slam, a competição de poesia é algo mais antigo que andar para frente. Os gregos já faziam isso. Os griots africanos também. Mas isso hoje é usado nos saraus e nos nossos encontros para socializar, para nos tornar mais humanos e é o que tentamos passar hoje, no Flipoços”, pontuou Roberta Estrela D´Alva, que é a pioneira do gênero também no Brasil.
Durante o debate, que precedeu o show do grupo de rap Inquérito, os artistas explicaram sobre o surgimento do slam, que vem de slam poetry, do inglês, já que no formato em que é praticado hoje foi criado em uma escola de Chicago, nos Estados Unidos em 1984.
Roberta Estrela D´Alva, precursora do gênero, apresentou Slam Flipoços (Foto: Bruno Alves/Flipoços)
 
Roberta Estrela D´Alva, precursora do gênero, apresentou Slam Flipoços (Foto: Bruno Alves/Flipoços)
 
Para quem participou, como o rapper e poeta Gabriel Schultz, que é também organizador da Batalha do Palace em Poços de Caldas, a participação no encontro e no slam foi um momento de aprendizado.
“É muito importante compartilhar estes momentos. Eu aprendo muito. Gostei bastante de competir no slam, de participar, de vir aqui trocar essa ideia, beber na fonte. Essa troca faz a gente crescer”, disse o jovem.
Além da criação do Slam no Flipoços, que a partir desta edição deve entrar na programação, o encontro de “Arte na Periferia” contou também com um painel pintado ao vivo pelo artista plástico Marcelo Abuchalla e foi finalizado com um show do grupo de rap Inquérito, que lançou na cidade o álbum ‘Corpo e Alma’, um dos mais elogiados em 2014 por mídias especializadas.

Show do Inquérito encerrou encontro de Arte na Periferia (Foto: Bruno Alves/Flipoços)
 
Show do Inquérito encerrou encontro de Arte na Periferia (Foto: Bruno Alves/Flipoços)
 
 
 

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