sexta-feira, 24 de julho de 2009
Renata Pallottini é a próxima homenageada do Tributo ao Poeta
Poetisa paulistana ganhará leitura dramática no palco da BNB
A poetisa, dramaturga, contista, ensaísta, tradutora e roteirista de séries e telenovelas da TV Globo, Renata Pallottini (prêmio Jabuti de Literatura de 1997), é a homenageada do Tributo ao Poeta, na 4ª, 29/08, no auditório da Biblioteca Nacional de Brasília. O professor-adjunto do Departamento de Teoria Literária e Literaturas da Universidade de Brasília André Gomes vai falar sobre a obra de Pallottini, de quem foi aluno no curso de Artes Cênicas na USP, nos anos 90. Augusto Rodrigues (professor-doutor) e Heloísa Sousa (mestranda) farão uma leitura dramática de poemas e de trechos de uma peça teatral da autora, que estará presente à homenagem.
Renata Pallottini publicou seus primeiros poemas em revistas da faculdade de Direito cursada na USP, entre 1949 e 1953. Graduou-se também em Filosofia Pura, em 1951, na PUC/SP, e nos anos 80 doutorou-se em Comunicações e Artes na ECA/USP. Estreou em 1952, com Acalanto. Depois vieram: 0 Cais da Serenidade (1953); O Monólogo Vivo (1956); A Casa (1958); Nós, Portugal (1958); Livro de Sonetos (1961); A Faca e a Pedra (1965); Os Arcos da Memória (1971); Coração Americano (1976); Noite Afora (1978); Cantar Meu Povo (1980); Cerejas, Meu Amor (1982); Ao Inventor das Aves (1985); Esse Vinho Vadio (1985); A Menina que Queria Ser Anja (1987);Praça Maior (1988);Chocolate Amargo (2008).
TEATRO - Se seu nome é um expoente na poesia brasileira do século passado, não o é menor na dramaturgia, cuja trajetória de sucesso propiciou a ela várias premiações. Nos anos 50 viveu em Paris, onde estudou teatro nos cursos livres da Sorbonne Nouvelle. Voltou ao Brasil em 1960 e ingressou na Escola de Arte Dramática (EAD/USP) para estudar dramaturgia e crítica. Entre 1969 e 1982 publicou oito peças de teatro, foi diretora da EAD e trabalhou como tradutora e roteirista de telenovelas e séries, entre as quais Malu Mulher e Vila Sésamo, da TV Globo.
Sua estréia no teatro profissional com O Crime da Cabra, sob a direção de Carlos Murtinho, rendeu-lhe os prêmios Moliére e Governador do Estado, e seu texto Pedro Pedreiro, com música de Chico Buarque e direção de Silnei Siqueira, foi o precursor de espetáculos da EAD a excursionar ao exterior. Com O Escorpião de Numância – baseado em Cervantes, dirigido por José Rubens Siqueira e com Cláudio Corrêa e Castro como protagonista – ganhou o Prêmio Anchieta de melhor texto teatral.
PRÊMIOS - Nos anos 70, conquistou dois prêmios de melhor tradução, da União Cultural Brasil-Estados Unidos, por Hair (de J. Rado e G. Ragni), para a montagem de Ademar Guerra, e de Godspell (de John Mitchell Tebelak), para um espetáculo de Altair Lima. Em 1974 levou mais um prêmio de melhor tradução, o da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), por Lulu (de Frank Wedekind), dirigido por Ademar Guerra. A extensa trajetória de Pallottini no teatro inclui inúmeras peças de sua autoria ou de traduções suas montadas por diretores como Fausto Fuser, Celso Nunes, Gabriel Villela, Iacov Hillel e Marcia Abujamra, para citar alguns.
Embora tenha se dividido versátil e intensamente entre o palco, os estúdios de televisão, a sala de aula, a gerência administrativa e a literatura, é na poesia que sua estrela brilha com mais intensidade. Até porque é notório que, em tudo o que faz, Renata Pallottini deixa uma carga poética que a distingue especialmente no cenário das artes e da cultura brasileira. (ATL)
TRIBUTO À POETA RENATA PALLOTTINI – Com André Gomes, Augusto Rodrigues e Heloísa Sousa (da Universidade de Brasília). Dia 29/07, 4ª feira, às 19h, no auditório da Biblioteca Nacional de Brasília (2º andar). Entrada franca.
TRIBUTO AO POETA 2009
Organização Angélica Torres Lima/ Flávia Camarano/ Gabriel Catalão
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