quarta-feira, 27 de maio de 2009

COTAS NO RIO DE JANEIRO


Todas as apostas sobre as cotas estavam no insucesso, no fracasso de um programa. No resultado de uma escola pública propositalmente falida, de um isolamento, de uma inferioridade dos filhos da escravidão.
Revejam que a história se repete; nas décadas de 20 e 30 a imprensa dos descentes africanos estava no auge da organização, no Sul, em Pelotas com o semanário Raiou a Alvorada, Clarim em São Paulo, O Homem de Côr (O Mulato) no Rio e vários outros, tirando o Alvorada que existiu até 1965 os demais não foram duradouros.
Qualquer meio que leve o negro a ascensão é bloqueado, existe um antídoto, a lei ou “contra lei”. Um poder perpetuado em uma sociedade. Um medo de que uma classe majoritária chegue a um patamar de igualdade, de superioridade, de poder. Uma política discriminatória.
O Rio é uma cidade racista, tanto quanto qualquer outra cidade brasileira. A ascensão de Benedita foi trabalhosa e a queda rápida, muito rápida.
As cotas inserem no melhor dos serviços públicos que é a universidade de um país, que leva o saber de um país para fora, para um universo acadêmico de cérebros da humanidade, de pensadores, de homens que podem chegar ao poder. Estes fatores aliados a valorização do afro descendente ameaçam a hegemonia dos não negros, os quais reagem com todo o seu arsenal.
A idéia é o extermínio, é apagar a memória da escravidão, é a falsa igualdade social, é a legislação nas mãos de uma face de herdeiros privilegiados na partição na herança da casa grande e senzala.
Um Axébraço
Jorge amancio

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Links
Translate