segunda-feira, 11 de abril de 2011
Entrevista com Jorge Amancio, novo integrante do Movimento Viva Arte
Jorge Amancio é fundador do Centro de Estudos Afro Brasileiro e do Grupo Cultural Axé Dudu. Faz parte da Academia de letras do Brasil - secção DF, do Coletivo de Poetas de Brasília e do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal. Já participou de diversas antologias e publicou em 2007 o livro NEGROJORGEN. É coordenador do projeto Poemação – Sarau Videoliteromusical, que acontece na Biblioteca Nacional de Brasília. Mantém os blogs negrojorgen.blogspot.com e poemacao.blogspot.com.
Como coordenador do projeto Poemação, você sempre recebeu o apoio necessário dos governos para que o projeto fosse realizado?
O Poemação surgiu durante a primeira Bienal Internacional de Poesia – BIP, realizada de 3 a 7 de setembro de 2008. O Poemação, projeto idealizado por Antonio Miranda, diretor da Biblioteca Nacional de Brasília e idealizador do evento, consistia em sessões de recital de poesia e de canção, além de projeções de vídeos poéticos, em sequência de apresentações, com programação pré-definida para poetas da cidade, nacionais e estrangeiros, mas abrindo também espaço a apresentações espontâneas de outros interessados em participar.
Na I BIP, o Poemação foi realizado no Café do Conjunto Cultural da República e no Café Literário da Feira do Livro de Brasília, mas também no circuito noturno da cidade, em espaços como: Café Martinica; Bistrô Bom Demais (CCBB); Rayuela Bistrô e Livraria; Café com Letras, assim como no SESC Taguatinga e na Casa do Cantador (Ceilândia), entre outros.
No desejo de continuar o projeto, o professor Antonio Miranda convidou os poetas Marcos Freitas e Jorge Amancio para coordenar o Poemação, no auditório da Biblioteca Nacional de Brasília.
Jorge Amancio e Marcos Freitas vinham da montagem do primeiro e último Sarau Ponta da Asa, um espaço para a Poesia Brasiliense, no Espaço Cultural Café Itália, abrindo suas portas na primeira terça-feira de maio, dia 5, de 2009 para o 1º SARAU PONTA DA ASA, com o projeto de mostrar a poesia brasiliense na sua totalidade. Apenas o primeiro foi realizado.
No Poemação tem presença garantida poetas de Brasília, Ceilândia, Gama, Guará, Planaltina, São Sebastião, Taguatinga e outras Brasílias. A poesia em suas diversas facetas é apresentada pelo Poemação. Poetas brasilienses são homenageados com a obra revisitada. O Poemação privilegia a poesia e o poeta divulgando e revelando talentos. Está na sua décima sexta edição, em abril de 2011.
O primeiro Poemação foi realizado no dia 4 de agosto de 2009, 3ª feira, no auditório do 2º andar, da Biblioteca Nacional de Brasília, tendo como poeta homenageado Antonio Miranda; seguiram-no Ruiter Lima e Carlinhos Piauí, com um recital poético-musical nordestino; Cristiane Sobral com a poesia negra; Marina Andrade com uma leitura musical de Augusto dos Anjos, e ainda Ivan Monteiro, Elias Daher, Meireluce Fernandes e Menezes y Morais.
O Poemação XVI tem na sua programação 42 poetas reunidos no lançamento da Antologia Fincapé do Coletivo dos Poetas na primeira terça feira de abril e até hoje - no décimo sexto sarau videoliteromusical Poemação - inúmeros poetas mostraram seus trabalhos. Músicos, cantores, atores e atrizes também nos deram a honra de suas participações.
Esse pequeno histórico do Poemação só foi possível graças ao apoio da Biblioteca Nacional de Brasília na pessoa do seu diretor Antonio Lisboa Carvalho de Miranda, um militante da cultura das letras e que acertadamente o secretário de Cultura do DF o também poeta Hamilton Pereira abre os caminhos para a II Bienal Internacional da Poesia no comando de Antonio Miranda
Quais são suas expectativas com a gestão de Hamilton Pereira na secretaria de Cultura?
Um secretário que começa a sua gestão reunindo as 30 Regiões Administrativas para uma Pré-conferência de Cultura priorizando a diversidade e a pluralidade da cultura nas 30 cidades do DF traça uma nova política de gerencia cultural. Com o sucesso dessas conferências, as manifestações, o intercâmbio e a descentralização cultural venha fazer valer o lema de que cultura é para todos, é a identidade de um povo e Brasília na sua pluralidade cultural caminha para escrever um novo capítulo no panorama cultural mundial.
O Viva Arte recebeu recentemente o secretário de Cultura para ser sabatinado. Que tipo de ações você acredita que devemos cobrar dele?
O secretário de Cultura já mostrou um comprometimento com o patrimônio, ações para uma democratização da cultura do DF. A literatura que na verdade é a mola mestra desse processo merece uma atenção especial, incentivos para que novos escritores possam mostrar seus escritos, novos autores possam montar suas peças, apoio aos produtores culturais, uma desburocratização do FAC ( Fundo de Apoio a Cultura) e um trabalho conjunto Cultura e Educação são algumas ações para o surgimento de novos valores nas artes.
Uma das promessas de Hamilton Pereira foi reativar a Bienal Internacional de Poesia de Brasília. Qual a importância da realização desta bienal?
A poesia é a mais velha e mais esquecida forma de expressão literária, a I BIP de Brasília foi um sucesso ainda com o tímido olhar dos editores e da mídia literária.
Reunir numa cidade futurista a poesia latina em suas múltiplas formas traz para Brasília o olhar de que a poesia é dinâmica como todas as artes e ter no seu comando um poeta do “calibre” de Antonio Miranda reconhecido em toda a America Latina torna Brasília o centro da poesia latina e a atenção do universo literário. Para a poesia brasiliense é transpor fronteiras, é renovar-se, é valorizar-se. Para a Poesia a II BIP é a consagração de um gênero literário transformador e revolucionário. Para o brasiliense um acontecimento literário, uma festa, um futuro.
Outra promessa foi descentralizar as atenções do Plano Piloto para as cidades-satélite. Você acredita que este é o caminho certo para uma política cultural mais inclusiva?
Juntando ao intercâmbio entre as 30 cidades do DF há uma grande chance de dar certo. Vamos imaginar um grande festival itinerante com o que há de melhor em todas as cidades de Brasília, as pessoas se encontrando, conversando sobre cultura, fusão de idéias, proporcionando um novo olhar na pluralidade cultural de Brasília é um caminho para a democratização da cultura na cidade.
Fonte: www.movimentovivaarte.com.br
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