domingo, 26 de dezembro de 2010

PEDRO TIERRA - UM POETA RETORNA A SEC. DE CULTURA DO DF


Nascido Hamilton Pereira, a 06 uu 26 de julho, há dúvidas, de 1948, em Porto Nacional, uma cidade com janelas olhando para o rio Tocantins. Nasceu miúdo mas vingou. Viveu em seminários e prisões. Em seminários quando não tinha o uso da razão. Nas prisões quando adquiriu. Lutou contra a ditadura militar em uma organização proscrita. Depois de três anos clandestino caiu nas mãos do aparato repressivo do regime. Cumpriu cinco anos de prisão, de 1972 a 1977. Libertado vivo, contribuiu para fundar e organizar Sindicatos de Trabalhadores Rurais em alguns estados do país. Em 1987 tornou-se membro da diretoria executiva do PT (Partido dos Trabalhadores). Poeta. Sem outros atributos. Oito livros publicados:
Poemas do povo da noite, Água de rebelião, Missa da terra sem males, Missa dos quilombos, Inventar o Fogo, passarinhar, Zeit der Widrigkeiten, Bernardo Sayão e o caminho das onças.
De entremeio com os livros, produziu filhos: Ana Terra, Alexandre e Francisco. A mãe é Maria Cristina, neta de carcamanos e dotada das virtudes da paciência chinesa...
Em 1997 foi convidado pelo então governador do Distrito Federal Cristovam Buarque para dirigir a Secretaria de Cultura, onde permanceu até o final do governo.
Hamilton foi presidente da Fundação Perseu Abramo e integrou o Conselho Curatorial. Militante informal do MST; participou da Comissão Pastoral da Terra (CPT), também foi Secretário do Ministério do Meio Ambiente (MMA).





Os Novos Materiais
pedro tierra

Se Deus está morto
e o Papa tenta, em vão, ressuscitá-lo
com os poderes do Novo Catecismo ...

Se Fukuyama,
que nunca se cobriu de nee
e não sabe os labirintos do Tempo - como o monte Fuji -
decretou o fim da História
e a História aparentemente se resigna ...

Se foi abolida a luta de classes,
embora os cidadãos comuns,
em defesa dos seus muros,
matem mais pobres e negros
que o crime organizado ...

Se no coração dos Andes
povos se curvam, colhem a folha
mascam,
vencem o sorache
e produzem a coca
como condição para seguir vivendo ...
Se é rigorosamente normal
assassinar crianças
que escaparam do frio,
da fome, da cola de sapateiro,
nas Candelárias do meu país ...

Se ruíram todas as utopias
e a ferocidade reduziu
a geografia dos homens
ao exato limite da pele ..

Se a AIDS converteu o gozo essencial
numa condenação
e o sêmen, o sangue
- os rios da vida -
no veneno indecifrável
da morte ...

Um comentário:

  1. Um ator piauiense em Brasília!

    Veja se vai e divulgue uma peça que meu filho, José Reis Neto, estudante de jornalismo da UNB, vai participar aí em Brasília pra toda "colônia piauiense".
    Um abraço.
    Francisco José.
    - Mostrar texto das mensagens anteriores -
    Feliz por encontrar um jovem talentoso em Brasília para o personagem Carlos Eduardo Werther (José Reis). Primeiro ensaio hoje!
    10:08 AM Dec 7th via web

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