quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cascudo volta aos palcos do Caleidoscópio


Cascudo, montagem de 2002 e premiada em 2004 na II Mostra de Teatro Candango promovido pelo SESC-DF, volta aos palcos do Teatro Caleidoscópio neste mês, quando se comemora o Dia do Folclore. Baseada em estudos e biografias de Luis da Câmara Cascudo, a peça faz um passeio bem humorado pelo imaginário popular, misturando contos tradicionais, música, crenças, superstições, gestos e lendas brasileiras. Um menino preguiçoso e sonhador conduz o espectador a uma viagem surrealista por um Brasil misto e vasto.

A palavra “cascudo” tem mais de uma face: pode significar um golpe na cabeça com as articulações dos dedos, também chamado cocre, cocada e cocorote; pode indicar o que tem casca grossa ou pele dura, cascoso; ou pode ser o nome de peixe comum no Brasil, de corpo delgado e cabeça grande.

Cascudo é também o sobrenome do escritor, historiador, etnógrafo, antropologista cultural, crítico, sociólogo, orador, conferencista e poeta Luís da Câmara Cascudo (Natal. 1898-1986), autor de mais de 150livros publicados sobre as matrizes do comportamento humano do homem brasileiro. “Ele diz tintim por tintim a alma do Brasil em suas heranças mágicas, suas manifestações rituais, seu comportamento em face do mistério e da realidade comenzinha. E sua vasta bibliografia de estudos folclóricos e históricos marca uma bela vida de trabalho inserido na preocupação de “viver” o Brasil”, comentou certa vez o amigo Carlos Drummond de Andrade.

Em “História dos Nossos Gestos”, publicado em 1976, Câmara Cascudo identifica e descreve mais de 300 gestos brasileiros, revelando suas coincidências da presença anterior na comunicação humana. A obra serviu de consulta inicial para a pesquisa do diretor André Amaro e sua trupe do Teatro Caleidoscópio sobre a gestualidade brasileira, e acabou se tornando fonte de inspiração para a criação do espetáculo “Cascudo”. Um menino preguiçoso e sonhador conduz uma viagem incomum que tem Brasília, ou lugar nenhum, como destino. “À proporção que se vai vivendo, o horizonte vai recuando e novas coisas vão surgindo”, já dizia o célebre potiguar, revelando uma visão que o grupo chama igualmente de caleidoscópica.

SERVIÇO
De 20 a 29 de agosto
Sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 17h e 20h.
Ingressos na bilheteria com 1 hora de antecedência.
Inteira 30,00
Indicação etária: LIVRE
Direção André Amaro

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