Solitário, estou assistindo ao 44 Montreux Jazz Festival na Suiça. Cada noite venho tendo várias lembranças e nesta noite, antes de me dirigir para o complexo jazzístico de Montreux, reli os poemas que existem na internet de Jorge Amâncio, o poeta africano, residente em Brasília, um mestre. Após ler seus poemas com destaque para:
Pluralismo
A cor universal é negra
pela ausência e essência
da absorção do corpo
É delito conflito abjeto em nós
A cor ausente de luz negra
pluraliza o verbo
Colori o infinito
em perfeito vazio
em tempo espaço universo
Entrei no auditório Stravinski em Montreux, por volta das 19 h. Às 20:15 h, com 15 minutos de atraso Kidjo, foi apresentada por Claude Nobs (organizador dos Festivais de Montreux) e Quincy Jones e entrou no palco. Angélique, plena depois do show feito na abertura da Copa do Mundo, entoou ritmos e ritmos, um dos músicos recitava poemas, a língua a francesa, ela apresentou vários músicos da África como Baaba Maal, Asa (jazzista que me impressionou muito), Vusi Mahlasela, Sayon Bamba, Zamo Mbutho, Stella Khumalo e Faith Kekana. Vários ritmos, um show incomensurável, com a cara do Amâncio, a verve da raça negra e durante toda apresentação dancei, sonhando com os tambores mágicos das palavras queridas, presentes, vivas na tessitura do som.Depois, o palco foi remontado para a apresentação de Youssou N’Dour e Le Super Étoile de Dakar. As músicas em sua maioria eram reggae, contagiaram o público e eu depois de Kidjo, que me deixou em extase, não me contagiei. Mas, foi uma aula a deste músico que tocou com Peter Gabriel, uma aula que não vou esquecer. Jorge, tudo aqui dedico a você.
Anand Rao
Jornalista, Músico e Escritor
Portal Cultural Anand Rao (www.anandraobr.com)
E-mail: producaoanandrao@gmail.com
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