III JORNADA LITERÁRIA DE AUTORIA NEGRA: PERCURSOS CONTEMPORÂNEOS
Universidade de Brasília, 1º de junho de 2016.
Auditório do Instituto de Letras – Campus Darcy Ribeiro.
Entre o racismo estrutural e a permanência do discurso
da “democracia racial”, as populações negras buscam construir formas de
falar de si e do mundo. Nas últimas duas décadas, verificou-se um
aumento de visibilidade da representação negra na sociedade brasileira –
seja nos meios de comunicação de massa, seja nas artes, na música e na
literatura, seja no campo acadêmico – e seu caráter “marginal” diante
das formas de expressão dominantes vem sendo fortemente questionado. A
III Jornada Literária de Autoria Negra: Percursos Contemporâneos propõe
um espaço de diálogo entre a universidade e escritoras e escritores
negros para tratar dos problemas da perspectiva, da linguagem, do
gênero, da edição e da recepção desta produção.
PROGRAMAÇÃO
8h30 – Abertura do evento
Apresentação de Cristiane Sobral e Meimei Bastos
9h às 10h10 – Lugares e impasses do literário
Allan da Rosa e Mel Adún, com mediação de Regina Dalcastagnè
10h30 às 11h40 – Coletivos e editoras: os Cadernos Negros e a Ogum’s
Esmeralda Ribeiro e Guellwaar Adún, com mediação de Igor Ximenes Graciano
Intervalo
14h30 às 15h40 – Quando mulheres escrevem
Miriam Alves e Lívia Natália, com mediação de Anderson da Mata
16h às 17h10 – Trajetórias poéticas e políticas
Eliane Marques e Cuti, com mediação de Pedro Mandagará
17h30 – Encerramento
Apresentação de Ricardo Aleixo
18h30 – Lançamento de livros
Cadernos Negros, volume 38; Pré-catálogo da editora Ogum’s; Bará: na trilha do vento, de Miriam Alves;
Pretumel de chama e gozo: antologia da poesia
negro-brasileira erótica, de Cuti e Akins Kintê (org.); Impossível como
nunca ter tido um rosto, de Ricardo Aleixo; Correntezas e outros estudos
marinhos, de Lívia Natália; E se alguém o pano, de Eliane Marques;
Desinteiro, de Guellwaar Adún; A lua cheia de vento, de Mel Adún; Maju: a
princesa do tempo e Resiliência, de Aciomar de Oliveira; Polifonias
marginais, de Lucía Tennina, Mário Medeiros, Érica Peçanha e Ingrid
Hapke.
IMPORTANTE: a III Jornada literária de autoria negra
aderiu à campanha "Possibilite voar: doe livros" realizada pelo Núcleo
de Ensino e Pesquisa em Português para Estrangeiros da UnB. Estaremos
coletando doações durante todo o evento. Tragam seus romances, livros
infantis, de contos, poesias e gibis, eles serão parte importante da
biblioteca do Módulo Acolhimento: curso de Português para Refugiados e
Imigrantes.
EQUIPE
Coordenação: Regina Dalcastagnè
Comissão organizadora: Anderson Luís Nunes da Mata e Pedro Mandagará
Comissão de apoio: Adélia Mathias, Aline Teixeira,
Andressa Marques, Calila das Mercês, Carina Lobato, Dalva Martins, Maria
Aparecida Cruz de Oliveira, Pollianna Freire
Comissão de divulgação: Graziele Frederico, Lúcia Tormin Mollo, Paula Queiroz Dutra
Monitoria: Amanda Holgado, Daniel Rocha, João Pedro
Coleta, Isadora Dias, Marcos Eduardo Lopes Rocha, Raysa Soares, Waldson
Souza
AUTORAS/ES CONVIDADAS/OS:
Allan da Rosa
(1976) nasceu em São Paulo, é graduado em História e mestre em Educação
pela USP, onde realiza seu doutorado em Cultura e Educação. É angoleiro e
pedagogo. Possui diversos livros, entre eles, Zagaia (romance versado,
infanto-juvenil, 2003), Vão (poemas, 2005) e Da cabula (teatro, 2008),
obra que conquistou o II Prêmio Nacional de Dramaturgia Negra Ruth de
Sousa. Em parceria, produziu os livros-cd A calimba e a flauta: versos
úmidos e tesos, com Priscila Preta (2013), e Mukondo lírico, com
Giovanni Di Ganzá (2014), prêmio Funarte Arte Negra, de 2014. Publicou
ainda Pedagoginga, autonomia e mocambagem (ensaio sobre cultura negra e
educação popular, 2012). Criou, em 2005, a Edições Toró que lançou
inúmeras obras das periferias paulistanas.
Cristiane Sobral
(1974) é atriz, escritora e poeta. Nasceu no Rio de Janeiro, mas reside
em Brasília desde 1990. Foi a primeira atriz negra graduada em
Interpretação Teatral pela Universidade Brasília. Estreou na literatura
em 2000, ao publicar textos nos Cadernos Negros. Dentre seus trabalhos,
estão os livros de poemas Não vou mais lavar os pratos (2010) e Só por
hoje vou deixar o meu cabelo em paz (2014), além do volume de contos
Espelhos, miradouros, dialéticas da percepção (2011).
Cuti (1951)
nascido em Ourinhos-SP é doutor em Literatura Brasileira pela Unicamp.
Ingressou na carreira literária em 1978, tendo sido um dos fundadores do
Quilombhoje-Literatura e um dos criadores e mantenedores da série
Cadernos Negros. Sua obra enfoca principalmente as vivências – de
negros, mestiços e brancos – decorrentes do racismo presente na
sociedade brasileira, além das relações afetivas e sexuais
contemporâneas. Tem inúmeros livros publicados, dentre eles, A pelada
peluda no Largo da Bola (novela juvenil, 1988), Negros em contos (1996),
Sanga (poemas, 2002) e Negroesia, (poemas, 2007), Dois nós na noite e
outras peças (teatro, 2009) e Literatura negro-brasileira (ensaio,
2010).
Eliane Marques (1970),
gaúcha, poeta e tradutora. Publicou os livros e se alguém o pano
(2015), Relicário (2009) e em várias antologias. É editora da revista de
poesia Ovo da Ema e coordenadora da Escola de Poesia. Organizou os
livros No meio da meia-lua, primeiros versos (2013), do coletivo
“Africanamente Escola de Capoeira Angola”; Estamos Quites (2015), de
Jorge Fróes, e a revista de poesia Não é o Bicho (2012), resultante do
projeto “Poetas do Futuro”. Coordenou, junto com outros poetas, o AEDO –
Arte e Expressão da Oralidade – Festival de Poesia, bem como as várias
edições do Porto Poesia. É mestre em Direito Público e Auditora Pública
Externa do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul.
Esmeralda Ribeiro,
nascida em São Paulo, é escritora e jornalista. Faz parte da Geração
Quilombhoje desde 1982, atuando em movimentos de combate ao racismo e na
construção de uma literatura negra – com incentivo à participação da
mulher – , a partir do resgaste da memória e das tradições africanas e
afro-brasileiras. Publicou Malungos & Milongas, contos, em 1988.
Também tem poemas em diversas antologias no Brasil e no exterior. Desde
1999 edita, com Marcio Barbosa, os Cadernos Negros, dentre outras
publicações. Site: www.quilombhoje.com.br
Guellwaar Adún
(1968), nascido em Duque de Caxias - RJ, de família baiana, vive em
Salvador há 30 anos. É poeta, editor da Editora Ogum´s, educador e
compositor, tendo ganhado três vezes o Festival de Música Negra do Ilê
Aiyê. Possui trabalhos publicados nos Cadernos Negros, mas podemos
encontrar suas produções disponíveis no portal Ogum’s Toques Negros, do
qual é idealizador e editor. Em 2016 publicou Desinteiro, livro de
estreia.
Lívia Natália
(1979), baiana, é poeta e professora. Mestre e doutora em Teorias e
Crítica da Literatura e da Cultura pela UFBA, onde também leciona Teoria
da Literatura. Seu primeiro livro Água Negra, de 2011, recebeu o
“Prêmio Banco Capital Cultura e Arte-Poesia”. Em 2015 publicou o volume
de poemas Correntezas e outros estudos marinhos.
Meimei Bastos
(1991), nascida em Ceilândia, morou em Santa Maria e aos nove anos
mudou-se com seus pais para Samambaia, onde reside até hoje. Estudante
de Artes Cênicas da Universidade de Brasília, atriz, arte educadora,
slammer e poetisa. Ganhou destaque quando participou, e venceu, o
primeiro “Slam das Minas”, realizado no Espaço Cultural Mapati, em
Brasília, em junho de 2015. No mesmo ano, participou como única
representante feminina do DF do SLAM BR, campeonato de poesias nacional
que acontece em São Paulo. Em 2015, lançou o livro Mulher quebrada, que
reúne poesias de mulheres da periferia.
Mel Adún
(1978), residente em Salvador, é escritora, pesquisadora, membro e
assessora de imprensa do Coletivo Ogum’s Toques Negros. Também é
colaboradora em vários números de Cadernos Negros. Iniciou sua carreira
literária em 2007, realizando diversos escritos (romances, contos e
poesias). Seus textos trazem uma forte presença do lugar feminino e,
especialmente, do feminino negro. Em 2015, publicou o livro infantil A
lua cheia de vento.
Miriam Alves
(1952) é poeta, dramaturga e prosadora, nascida em São Paulo. Publicou
os livros de poemas Momentos de busca (1983) e Estrelas nos dedos
(1985), a peça Terramara (1988), em coautoria com Arnaldo Xavier e Cuti,
os contos de Mulher mat(r)iz (2011), o conjunto de ensaios BrasilAfro
autorrevelado (2010) e o romance Bará (2015), dentre outros. Integrou o
movimento Quilombhoje-Literatura de 1980 a 1989. Nos Estados Unidos,
participou de debates sobre a literatura afro-brasileira e feminina nas
Universidades do Texas, Tennessee e Illinois. Publica poemas nos Cadernos Negros desde 1982 e foi traduzida em várias antologias, como Black Notebooks.
Ricardo Aleixo
(1960), nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais, é poeta, músico e
artista visual, atuando, assim, em diversas áreas, sobretudo, nas
poéticas experimentais da voz. Teve sua estreia na poesia em 1992 com a
obra Festim e desde então publicou vários livros. O mais recente é
Impossível como nunca ter tido um rosto, de 2015. Soma-se, ainda, seu
trabalho de agitador cultural que leva a poesia à integração com outras
formas de arte como o teatro, a música e a dança. É colunista da revista
eletrônica Pessoa e do programa Almanaque Brasil, da Rádio
Inconfidência-FM.
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