Poemação - Um Sarau Videoliteromusical - realizado toda primeira terça-feira do mês, na Biblioteca Nacional de Brasília -Biblioteca Nacional Leonel de Moura Brizola, Brasília - DF, Brasil, a partir das 18:15 horas. A partir do ano de 2013, o Poemação passou a ser realizado na Fundação Darcy Ribeiro (Beijódromo), na Universidade de Brasília - UnB, também na primeira terça-feira de cada mês, às 19:00 horas.
Primeira edição do evento promove diálogo entre linguagens artísticas
De Cassiano Nunes a Nicolas Behr, de Tino Freitas a José Resende Jr., a literatura brasiliense começa a alçar voos mais altos. A partir desde cenário, surge o I Festival de Brasília da Poesia Brasileira – Salve, Poesia! Do Texto à Performance. O evento acontece neta quinta, dia 30, às 20h, na Funarte. A entrada é Catraca Livre.
Carol Carneiro / Divulgação
Carol Carneiro participa do Festival de Poesia
Nesta primeira noite acontecem apresentações dos poetas Adeilton Lima, Lília Diniz, Sids Oliveira e o convidado especial do Rio de janeiro, Artur Gomes. Estão na programação ainda os shows dos cantores Eduardo Rangel e Carol Carneiro.
A ideia é que o evento promova a relação da poesia com as outras linguagens artísticas, como cinema, dança, vídeo, música, performance e teatro num diálogo entre mídias e sensações. A previsão de realização da primeira edição do festival é na primeira semana de agosto.
Poetas da cidade disputaram pela primeira vez o torneio ‘Slam Flipoços’. Vencedor foi o já veterano Emerson Alcalde, que também palestrou.
Jéssica BalbinoDo G1 Sul de Minas
Poetas de Poços de Caldas participaram do primeiro Slam Flipoços (Foto: Bruno Alves/Flipoços)
Conhecido como país do futebol, o Brasil pode se tornar, em breve, o país da poesia. É esse o movimento que jovens da periferia de várias partes do país têm se empenhado em realizar para atrair cada vez mais pessoas para os saraus e campeonatos que envolvem a palavra falada como objetivo principal.
De forma inédita, o Festiva Literário de Poços de Caldas (MG), o Flipoços, consagrou na terça-feira (28) o primeiro campeão do Slam Flipoços – popularmente conhecido como campeonato ou batalha de poesia - criado no improviso durante o encontro de ‘Arte na Periferia’, com os escritores Emerson Alcalde, Ni Brisant e Roberta Estrela D´Alva, que atuam diretamente em campeonatos de poesia falada no Brasil e no exterior.
Emerson Alcalde, que já disputou o mundial de poesia na França, venceu em Poços (Foto: Bruno Alves/Flipoços)
O vencedor da disputa, que teve a participação de três poços-caldenses, foi o veterano Emerson Alcalde, que foi também vice-campeão mundial de poesia em 2014 e disputou o título na França, na copa mundial de poesia falada. Já o segundo lugar quem levou foi a única representante das mulheres, Thaís Costa, do coletivo #Esquina, que fez questão de declamar versos de empoderamento sobre raça e gênero.
“A ideia foi mostrar como funciona o slam e que é simples fazer. Rapidamente nos organizamos aqui, escolhemos os jurados e conseguimos promover a disputa. Na verdade, o slam, a competição de poesia é algo mais antigo que andar para frente. Os gregos já faziam isso. Os griots africanos também. Mas isso hoje é usado nos saraus e nos nossos encontros para socializar, para nos tornar mais humanos e é o que tentamos passar hoje, no Flipoços”, pontuou Roberta Estrela D´Alva, que é a pioneira do gênero também no Brasil.
Durante o debate, que precedeu o show do grupo de rap Inquérito, os artistas explicaram sobre o surgimento do slam, que vem de slam poetry, do inglês, já que no formato em que é praticado hoje foi criado em uma escola de Chicago, nos Estados Unidos em 1984.
Roberta Estrela D´Alva, precursora do gênero, apresentou Slam Flipoços (Foto: Bruno Alves/Flipoços)
Para quem participou, como o rapper e poeta Gabriel Schultz, que é também organizador da Batalha do Palace em Poços de Caldas, a participação no encontro e no slam foi um momento de aprendizado.
“É muito importante compartilhar estes momentos. Eu aprendo muito. Gostei bastante de competir no slam, de participar, de vir aqui trocar essa ideia, beber na fonte. Essa troca faz a gente crescer”, disse o jovem.
Além da criação do Slam no Flipoços, que a partir desta edição deve entrar na programação, o encontro de “Arte na Periferia” contou também com um painel pintado ao vivo pelo artista plástico Marcelo Abuchalla e foi finalizado com um show do grupo de rap Inquérito, que lançou na cidade o álbum ‘Corpo e Alma’, um dos mais elogiados em 2014 por mídias especializadas.
Show do Inquérito encerrou encontro de Arte na Periferia (Foto: Bruno Alves/Flipoços)
30 e 31 de maio de 2015 (sábado e domingo) Shows e Oficinas na Caixa Cultural Brasília
O projeto Ponto BR ocupa a Caixa Cultural Brasília de 29 a 31 de maio. O Teatro da Caixa recebe shows que têm como fundamento o encontro de mestres e músicos em torno do canto de pontos. “Ponto” é o nome dado aos cantos de diversos batuques de nossas manifestações populares.
Ponto BR une músicos contemporâneos e mestres da cultura tradicional em um fino diálogo entre vertentes e gerações. Todos mergulham em uma investigação estética e musical do que há de mais genuíno nas comunidades do Brasil. O palco se torna um espaço de encontro de diferentes estéticas, temporais e sociais, que são harmonizadas e revelam uma outra via para o fazer artístico.
Na apresentação, ritmos regionais como coco, maracatu, bois, rojões e carimbó se fundem a outros num caldeirão de sonoridades. Ao experimentar saberes e sonoridades destas tradições, suas possibilidades formais, texturas vocais e instrumentais e o raciocínio estético proposto pelos mestres, o show Na Eira tem como resultado uma sonoridade única e atemporal. Uma peculiar ode à arte brasileira de primeira grandeza.
Além dos shows, que têm também a participação especial de Dindinha Menezes, o coletivo oferece oficinas de rabeca, caixa do divino, maracatu e bumba boi.
Sobre o projeto:
Melhor grupo regional (Prêmio da Música Brasileira 2012), Ponto BR reúne alguns dos principais mestres da nossa cultura tradicional como Mestre Walter do Maracatu Estrela Brilhante de Recife - PE, Zezé de Iemanjá e Dindinha Menezes, caixeiras do Divino e integrantes da Casa Fanti Ashanti em São Luis - MA, em diálogo com a paulistana Renata Amaral, o pernambucano Eder ”O Rocha, o suíço Thomas Rohrer e o maranhense Henrique Menezes, músicos conhecidos da cena paulistana, que trabalham com artistas como DJ Dolores, Ivaldo Bertazzo, Zélia Duncan, Nação Zumbi, Mestre Ambrósio, Zeca Baleiro, Chico Cesar, entre outros
O processo de investigação estética está fundamentado em uma longa convivência com estas comunidades, sua cultura, seus guardiões, em pesquisas que já renderam dezenas de registros em CD e documentários destas manifestações. Toadas de Bumba Boi, Maracatu, pontos de Tambor de Mina, Jurema, Cocos, Cirandas, Carimbós, Rojões e vários outros fazem parte do show Na Eira, cujo processo de concepção resultou de uma imersão do grupo em ensaios e encontros registrados ao vivo que resultaram também no CD de mesmo nome.
Formado em 2002 a convite do Festival Wemilere, em Guanabacoa, Cuba, Ponto BR se apresentou em diversos espaços e festivais em São Paulo, representou o Brasil no Golden Karagöz Folk Dance Festival, na Turquia, e circulou por diversas cidades do interior de São Paulo selecionado pelo PROAC SP. Selecionado pelo Programa Petrobras Cultural, o grupo lançou em 2010 em circulação por seis estados brasileiros (PE; MG; AL; SP; MA; CE), o CD Na Eira, que conta também com a participação de Seu Nelson da Rabeca (AL), o babalorixá Euclides Talabyan, as mestras Maria Rosa e Anunciação Menezes (MA), o Povo Kariri Xocó (AL) e a comunidade da Tenda São José de Pirapemas (MA). O grupo Ponto BR realiza também oficinas de gêneros populares como Bumba Boi, Divino, Jongo e Maracatu Nação, em propostas de musicalização e arte educação.
Esculpido pela memória de seus mestres, o repertório de nossos gêneros tradicionais alia a absoluta simplicidade a uma surpreendente elaboração estética que a cultura oral filtra qualitativamente através do tempo. Esses pontos são melodias e ritmos matrizes da nossa música urbana, que influenciaram significativamente a formação de gêneros como o samba, o forró e inúmeros outros. Na Eira revela a sofisticação e a contemporaneidade destas manifestações, através das quais o povo brasileiro veicula e harmoniza sua vocação artística, sua corporalidade, sua espiritualidade.
OFICINAS:
MARACATU NAÇÃO - MESTRE WALTER FRANÇA e EDER “O” ROCHA
Uma das manifestações remanescentes dos cortejos e coroações dos reis de Congo, o Maracatu Nação – ou de Baque Virado – é uma das principais expressões da tradição popular pernambucana. Realizada no ciclo carnavalesco, tem, no entanto, forte conotação religiosa. Nações centenárias, como a Estrela Brilhante de Recife são ligadas a terreiros de Xangô, que fundamentam seus cortejos públicos. Em geral muito numerosos, os grupos são formados de diversas alas além da corte, o cordão de catirinas e o baque – a grande orquestra de percussão do maracatu.
A oficina enfoca a música do Maracatu nação a partir do canto – Loas ou toadas – e a percussão, chamada de Baque, formado pelos seguintes instrumentos: Tarol, Ganzá, Abê, Gonguê, Alfaias Marcante, Alfaia Meião e Alfaia Repique. São praticados os toques dos instrumentos nos diferentes baques – Arrasto, Parada, Martelo, Imalê e outros.
CAIXA DO DIVINO - MESTRA ZEZÉ MENEZES e MESTRA DINDINHA MENEZES
A Festa do Divino Espírito Santo é um ritual de religiosidade popular realizado em todo o Brasil. No estado do Maranhão ela tem a particularidade de ser conduzida por mulheres tocando tambores chamados caixas, são as Caixeiras do Divino. Estes festejos são altamente ritualizados, tendo um calendário longo que compreende a abertura da Tribuna, buscamento, levantamento e derrubada do mastro, visitas aos Impérios e Mordomos, procissões, missa e a passagem de diversos cargos entre os festeiros.
A oficina oferece um trabalho orgânico de musicalização através da prática do canto e da percussão. Os cânticos do Divino, transmitidos oralmente há gerações, são assimilados com facilidade, resgatando a memória coletiva, onde a percussão simples e vigorosa conduz esta prática de conjunto de fácil resultado musical. Algumas cantigas propõem improvisações poéticas e vocais que são experimentadas também durante a aula. A oficina é encerrada com a tradicional dança das caixeiras.
BUMBA BOI - HENRIQUE MENEZES
O Boi é tema de inúmeras manifestações populares em todo o Brasil. Do Boi de Mamão de Santa Catarina aos grandes espetáculos amazônicos do Boi de Parintins, de norte a sul do país encontramos gêneros populares que tem o Boi como figura central.
No Maranhão, o Bumba Boi é um fenômeno sociocultural de enormes proporções cujo auge do ciclo – o batismo do Boi – acontece no dia de São João. Num ciclo longo e altamente ritualizado que compreende o nascimento do Boi após o carnaval, seu batismo em 24 de junho, e sua morte em período que varia de agosto a dezembro, centenas de grupos de todo o estado movimentam um mercado cultural que compreende o lançamento de dezenas de CDs inéditos, a montagem de centenas de arraiais, a confecção de milhares de instrumentos e indumentárias virtuosisticamente bordadas em mosaicos de miçangas e canutilhos, além de tomar a programação de quase todas as rádios locais e comprometer grande parte do orçamento dos órgãos públicos de turismo e cultura, bem como o das próprias comunidades.
A oficina se concentra no bumba boi de matraca ou da Ilha, um dos sotaques mais conhecidos e que forma os maiores batalhões – grupos com mais de mil integrantes entre músicos e dançarinos. A oficina entrelaça como num jogo o canto, a dança, e principalmente o toque dos diversos instrumentos da orquestra do bumba boi (matracas, pandeirões, maracás e tambores-onça,) sempre embalados pelas belas toadas de Mestre Humberto.
RABECA - THOMAS ROHRER
Suíço da Basiléia, Thomas está há quinze anos no Brasil. Sempre viajando pelo mundo, reúne diversas influências que fazem dele um instrumentista singular. Formado pela escola de jazz de lucerna, teve como mestres de rabeca Seu Luís Paixão (PE) e Seu Nelson da Rabeca (AL).
Nesta oficina, serão tratados assuntos como história(s) da rabeca no Brasil; rabecas e rabequeiros; regiões e sonoridades pelo país; diferentes afinações e técnicas, parentes da rabeca em outros lugares do mundo; dicas para pequenos ajustes para tocar com mais facilidade; encordoamentos possíveis. E claro, tocar juntos!
Sobre os participantes:
Mestre Walter França - VOZ E PERCUSSÃO
Um dos principais mestres da Cultura Popular de Pernambuco, é Chefe do Baque e compositor das loas do Maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife, grupo centenário fundado em 1906 e inúmeras vezes campeão do carnaval de Recife. Começou na música aos 4 anos de idade ao lado dos 21 irmãos e do pai Zacarias, artista popular fundador da mais tradicional escola de samba do Recife, a Gigantes do Samba, e de outros folguedos como Pastoril, caboclinhos e cocos. Mestre de bateria da Gigantes por 10 anos, assumiu em 1986 a chefia do Estrela Brilhante. À frente de centenas de brincantes e dos 120 batuqueiros do maracatu, se apresentou em cidades da Europa como Hannover (Expo 2000), Lisboa (Parque das Nações), Paris, Amsterdã, Colônia e Aechen, além de ter ido à África em 1991. Ministra oficinas e vivências em todo o país tendo fundado diversos grupos de maracatu pelo Brasil.
Zezé de Iemanjá- VOZ E PERCUSSÃO
Caixeira do Divino Espírito Santo e Primeira ekedi da Casa Fanti Ashanti, uma das principais casas de culto afro religioso do Maranhão, Ponto de Cultura há mais de 50 anos em atividade. Conhecendo profundamente os vários gêneros realizados na casa como o Tambor de Mina, Tambor de Crioula, Candomblé, Carimbó de Caixa, Pajelança, Baião de Princesas, Canjerê, Samba Angola, Bumba Boi, Festa do Divino e outras, ministra oficinas de Caixa do Divino e Tambor de Crioula em diversos estados brasileiros. Trabalha em projetos de capacitação solidária e arte educação p/ crianças e adolescentes da comunidade do Cruzeiro do Anil - periferia de S Luís.É mestra do Reis do Oriente, gênero dramático tradicional do ciclo natalino e realiza há 11 anos o Festejo do Divino em São Paulo, na Associaçã0 Cachuêra! Gravou os CDs Caixeiras Cantam para o Divino (Itaú Cultural), Baião de Princesas (A Barca/CPC-UMES), Tambor de Mina na Virada Pra Mata, Tambor de Mina Raiz Nagô e Tambor de Crioula de Taboca (A Barca/ Petrobras) .
Dindinha Menezes – VOZ E PERCUSSÃO
Primeira ekedi, ebômi, vodunsi ahunjaí, mãe criadeira da Casa Fanti Ashanti - MA, um dos centros afro religiosos mais importantes do Brasil e participa de todo o extenso calendário de festejos anuais da Casa. É também Caixeira do Divino da Casa Fanti Ashanti (caixeira mor) Caixeira do Divino da Família Menezes (caixeira Régia) com as quais tem dois discos gravados, e realiza diversas apresentações e oficinas por todo o Brasil. Em 2011 foi contemplada pelo ProAC edital, realizando circulação de oficinas por todo o Estado de São Paulo. Realiza desde 1999 a Festa do Divino Espírito Santo em São Paulo, na Associação Cachuêra!, que dura duas semanas entre o segundo, terceiro e quarto fins de semana de maio. Ao longo de sua trajetória já participou em shows e gravações a convite de artistas e grupos como A Barca, Tião Carvalho, Grupo Cupuaçu, Pé no Terreiro, Ponto br e outros. Em 2014 foi premiada pelo Prêmio de Culturas Populares – Ministério da Cultura, sendo reconhecida pelo seu trabalho de valorização e manutenção das culturas populares tradicionais brasileiras.
Éder “O” Rocha - BATERIA E PERCUSSÃO
Formado em percussão pelo Centro Profissionalizante de Criatividade Musical do Recife. Tocou nas principais orquestras do Nordeste como Sinfônica do Recife, Sinfônica do Rio Grande do Norte, de Olinda, Banda Sinfônica do Recife e Orquestra de frevo do Maestro Duda.Percussionista do grupo Mestre Ambrósio, trabalhou com artistas como Herbert Vianna, Zélia Duncan, DJ Dolores, Nação Zumbi, etc. Diretor artístico da Cia Circense Nau de Ícaros e do grupo Olho da Rua. Articulista das revistas Batera e Manguenius, lançou seu disco solo Circo do Rocha e o método de percussão Zabumba Moderno
Henrique Menezes - VOZ E PERCUSSÃO
Nascido em São Luís, Maranhão, Henrique Menezes pertence a uma importante família de artistas populares da Casa Fanti-Ashanti, centro religioso que é referência da cultura do estado. Tem ali o cargo de primeiro Ogã (Ogã Alabê Huntó) da Casa. Trabalhou como percussionista com os principais artistas maranhenses como Ubiratã Souza, Josias Sobrinho, Rosa Reis e Tião Carvalho. Radicado em São Paulo há mais de 15 anos, ministra oficinas de percussão e danças populares em escolas e universidades como ECA-USP, UNICAMP, Universidade Estadual de Londrina e Universidade Anhembi-Morumbi, além da Associação Arte Despertar No teatro atuou sob a direção de José Celso Martinez nos espetáculos “Os Sertões” e “Bacantes”. É membro do grupo “Força Tarefa” que há dez anos encena o espetáculo infantil “Lampião no Céu”, de Eliana Carneiro, e atua ainda no grupo “Cia. das Mães”, desde 2002. Atualmente é Diretor Geral do Grupo Pé no Terreiro, que lançou recentemente seu primeiro CD “Cacuriá” e desenvolve também seu trabalho autoral junto à banda Bom Que Dói.
Thomas Rohrer – RABECA E SAXOFONES
Suíço radicado no Brasil desde 1995, é formado pela escola de jazz de Lucerna. Seu trabalho transita entre a improvisação livre, o jazz contemporâneo, a música regional brasileira e a música medieval. Em 1999 toca no Montreux Jazz Festival com Chico César, Rita Ribeiro e Zeca Baleiro. Apresentou-se na Suíça, Itália, Nova Iorque e no Brasil em duo com a percussionista italiana Alessandra Belloni. Em 2002 e 2003 realizou uma turnê pela França, Espanha e Inglaterra com o quinteto de música instrumental de Carlinhos Antunes. Membro do grupo de música medieval Sendebar. Apresentações em Nova Iorque no Lincoln Center, Metropolitan Museum e na Catedral St. Johns the Divine. • Em 2004 participa do projeto de intercâmbio MPB-BPM; integrando a Orchestra Escócia-Brasil. Participa na banda Aparelhagem do pernambucano DJ Dolores com apresentações no Brasil e turnês na Europa.Membro do grupo A Barca, gravou e apresentou-se ainda com Zé Gomes, Ceumar, Tião Carvalho, Paulo Lepetit, Ivaldo Bertazzo. Paulo Freire, John Labarbera, Suzana Salles, Alexandra Montano, Satoshi Takeishi, Steve Gorn, Jamey Haddad, Antonio “Panda” Gianfratti, Marcio Mattos, Phil Minton, Jamie Haddad, Alexandra Montano, Mark Dresser, Nelson da Rabeca, Saadet Türköz, Miguel Barella, Celio Barros, Carlinhos Antunes, Passoca, entre outros.
Renata Amaral - BAIXO E VOZ
Formada em Composição e Regência pela Universidade Estadual Paulista, já se apresentou ao lado de intérpretes em todo o Brasil, América do Sul e Europa como Tião Carvalho, Suzana Salles, Priscila Ermell, ManaChica e Fuzarca em São Paulo, Itiberê Zwarg no Rio, Orquestra Popular do Recife e Claudionor Germano em Pernambuco. Desde 98 trabalha com A Barca, com quem lançou os CDs Turista Aprendiz, Baião de Princesas e as caixas Trilha, Toada e Trupé e Coleção Turista Aprendiz Como pesquisadora, desde 1991 viaja pelo Brasil formando um acervo que já conta com mais de 800 horas de registros audiovisuais e milhares de fotos de manifestações tradicionais brasileiras. Produziu nos últimos 10 anos 27 CDs e 10 documentários sobre cultura popular, e ministra cursos e oficinas tendo como base gêneros da Cultura Popular Tradicional em espaços diversos. Recebeu por duas vezes o Prêmio Interações Estéticas da FUNARTE para residências artísticas no Maranhão e no Benin, desenvolvendo pesquisas que resultam em espetáculos e documentários sobre cultura afro-brasileira.
Serviço: Show Ponto BR – Na Eira
Data: 30 e 31 de maio de 2015. Sábado, às 20h, e Domingo, às 19h
Local: CAIXA Cultural Brasília, Teatro da CAIXA.
Endereço: SBS Quadra 4 - Edifício anexo à Matriz da Caixa.
Rabeca - Nessa oficina serão tratados assuntos como histórias(s) e origens da rabeca no Brasil; rabecas e rabequeiros/ regiões e sonoridades pelo país; parentes da rabeca em outros lugares do mundo; raízes medievais; dicas para pequenos ajustes para tocar com mais facilidade; encordoamentos possíveis. E, claro, toar juntos!
Dia: 29/05
Local: Sala Gente Arteira
Vagas: 20
Horário: das 15h às 17h
Valor: Doação de 01Kg de alimento não perecível no dia da oficina.
Público Alvo: interessados com conhecimento do instrumento.
Ministrante: Thomas Rohrer
Obs.:
- Não é necessário possuir instrumento, mas quem tiver deve levar (rabeca, violino ou similares).
Caixa do Divino - A Festa do Divino Espírito Santo é um ritual de religiosidade popular realizado em todo o Brasil. No estado do Maranhão ela tem a particularidade de ser conduzida por mulheres tocando tambores chamados caixas, são as Caixeiras do Divino. A oficina oferece um trabalho orgânico de musicalização através da prática do canto e da percussão. Os cânticos do Divino, transmitidos oralmente há gerações, são assimilados com facilidade, resgatando a memória coletiva, onde a percussão simples e vigorosa conduz esta prática de conjunto de fácil resultado musical. Algumas cantigas propõem improvisações poéticas e vocais que são experimentadas também durante a aula. A oficina é encerrada com a tradicional dança das caixeiras.
Dia 29/05
Local: Sala Gente Arteira
Horário: das 18h às 20h
Vagas: 20
Público-alvo: interessados em geral.
Ministrante: Mestra Zezé Menezes, Mestra Dindinha e Renata Amaral
Valor: Doação de 01 Kg de alimento não perecível no dia da oficina;
Obs.:
- Não é necessário possuir instrumento, mas quem tiver deve levar.
- Mulheres devem ir vestidas de saias longas ou abaixo do joelho.
Maracatu Nação - Uma das manifestações remanescentes dos cortejos e coroações dos reis de Congo, o Maracatu Nação – ou de Baque Virado – é uma das principais expressões da tradição popular pernambucana. A oficina enfoca a música do Maracatu nação a partir do canto – Loas ou toadas – e a percussão, chamada de Baque, formado pelos seguintes instrumentos: Tarol, Ganzá, Abê, Gonguê, Alfaias Marcante, Alfaia Meião e Alfaia Repique. São praticados os toques dos instrumentos nos diferentes baques – Arrasto, Parada, Martelo, Imalê e outros.
Dia 30/05
Local: Teatro CAIXA Cultural
Vagas: 40
Horário: das 10h às 12h
Público Alvo: Músicos, arte-educadores, interessados em geral, à partir de 16 anos.
Valor: Doação de 01 Kg de alimento não perecível no dia da oficina.
Ministrante: Mestre Walter França e Éder “o” Rocha
Obs.:
- Não é necessário possuir instrumento, mas quem tiver deve levar.
Bumba Boi - O Boi é tema de inúmeras manifestações populares em todo o Brasil. Do Boi de Mamão de Santa Catarina aos grandes espetáculos amazônicos do Boi de Parintins, de norte a sul do país encontramos gêneros populares que tem o Boi como figura central. No Maranhão, o Bumba Boi é um fenômeno sociocultural de enormes proporções cujo auge do ciclo – o batismo do Boi – acontece no dia de São João. A oficina se concentra no bumba boi de matraca ou da Ilha, um dos sotaques mais conhecidos e que forma os maiores batalhões – grupos com mais de mil integrantes entre músicos e dançarinos. A oficina entrelaça como num jogo o canto, a dança, e principalmente o toque dos diversos instrumentos da orquestra do bumba boi (matracas, pandeirões, maracás e tambores-onça).
Dia: 31/05
Local: Teatro CAIXA Cultural
Vagas: 40
Horário: das 10h às 12h
Público Alvo: Músicos, arte-educadores, interessados em geral, à partir de 16 anos.
Valor: Doação de 01 Kg de alimento não perecível no dia da oficina.
Ministrante: Henrique Menezes
Obs.:
- Não é necessário possuir instrumento, mas quem tiver deve levar.
Sobre as oficinas:
- Participação mediante entrega de 1 KG de alimento não perecível.
Depois de 35 anos desde a publicação da 2ª edição de “Poemas e Elegias”, a Editora Caminhos relança o título e reacende o debate sobre o poeta goiano
O poeta José Décio Filho, com reedição de seu único livro, volta aos debates literários de Goiás | Reprodução
Adalberto de Queiroz
Especial para o Jornal Opção
A poesia de José Décio Filho (1918-1976) ganha ainda maior relevância. com o lançamento recente da 3ª edição do único volume de poemas deixados pelo poeta goiano, agora acrescido de “poemas recolhidos”. A inicia.tiva da Editora Caminhos é merecedora do aplauso dos amantes da boa poesia. De fato, transcorridos 35 anos desde a publicação da 2ª edição de “Poemas e Elegias”, era mais do que hora de corrigir uma grave falha de nossa memória literária e recolocar em circulação esta poesia que continua tão natural e atual.
O pensador francês Gaston Bachelard, em sua “Poética do Espaço”, afirma ser o poeta uma espécie de “ser novo” que, nesta condição, passa a ser um homem feliz na palavra. No entanto, adverte o filósofo: “Este ser é feliz na palavra e infeliz no fato”. Tomada como premissa a afirmação de Bachelard e, mesmo correndo o risco de cair no “arraigado psicologismo” –– que consiste em passar da análise puramente centrada no “estudo ontológico da imagem” e seguir por outras sendas ––, eis aqui seguindo o risco desejado, ousado até, uma análise da obra de José Décio com um olho focado na imagem poética e outro no duplo ser da equação “feliz-e-infeliz”.
Enveredando por essa tortuosa linha do estudo, como uma tentativa de entendimento (afinal, é este o objetivo do ensaio), garimpo na poesia de José Décio “os sofrimentos secretos do poeta”, quase 40 anos depois de sua morte e 35 da publicação de seu único livro, o recém-reeditado “Poemas e Elegias”.
“Feliz na palavra. Infeliz no fato”
A expressão-síntese do pensador francês anda comigo, como que demarcando o território poético de onde retiro essas linhas sobre a poesia de José Décio. Martela a frase, de fato em minha mente, desafiando-me como a todo aquele leitor que não tendo convivido com o poeta e apenas olhando para sua obra possa encontrar, nas imagens poéticas de sua poesia, as evidência.s objetivas de que a infelicidade bateu à porta do poeta, enquanto a poesia lhe batera na aorta, latejante e eficazmente capaz de produzir imagens duradouras, eternas.
Um amigo que com o poeta conviveu, Oscar Sabino, disse que José Décio foi homem que viveu “tormentosa existência.”. Outro de seus amigos, Haroldo de Britto Guimarães, quando nos dá notícia. da morte do poeta, acentua com pesar que, “tendo morrido aos 58 anos de idade, José Décio teve, nos seus últimos tempos de vida, diversos problemas de saúde que minaram sua extraordinária resistência. física”.
Não apenas os problemas físicos, senão também os espirituais, decorrentes da inserção do poeta na vida do país, sua inadequação aos diversos empregos e a frustração com quase tudo da vida prática, deixaram o poeta Zé Décio (nome carinhoso usado por amigos e familiares) diante daquele dilema do homem sob “a hostilidade da sociedade” e vítima da conjuntura e da situação política.
Declarado comunista, o poeta José Décio lutou contra a ditadura Vargas e envolveu-se em embates com a polícia., tendo sido vítima de agressão em 1946, em Goiânia, de tal forma que o fato repercutiu até no Rio de Janeiro. Esse fato parece tê-lo marcado profundamente e aprofundado a depressão moral do poeta.
Mas o mal maior foi mesmo a esquizofrenia e, como consequência. ou causa, o terrível mal da insônia. As consequência.s maléficas da prisão a que foi submetido, além de outros males físicos, “não conseguiram, porém, afogar sua imensa poesia”, como escreveu o amigo Britto, e o levou a reinventar o gênero elegia, como a que se segue:
Elegia feita no Cárcere (III) Eu conheci a noite. no segredo de todos os seus tormentos. Vi também as auroras vestidas de orvalhos.
Os animais – entes meus irmãos – me contaram os mistérios de minha mãe, a terra. Os peixes estão dormindo no seio escuro das águas. Os pássaros estão cantando para acalentar minha tristeza que é o peso do mundo.
Do seio profundo do sol busquei para meus olhos essa luz inextinguível.
Fruí teus beijos e de tantas outras que nem sei quem o amor há de me trazer para o meu eterno consolo.
Não estou cansado, mas os homens que tanto amei me algemaram à solidão. Vou encontrar a mim mesmo no fundo da minha origem. Lúcido, sereno e humilde, eu voltarei um dia.
O poeta José Décio é situado no cenário da poesia feita em Goiás como um antecipador. O então jovem crítico Gilberto Mendonça Teles –– mesmo tendo na vida prática suas rugas e disputas pessoais com o poeta (como pela direção da UBE-GO) –– credita ao poeta analisado em “A Poesia em Goiás” o seguinte elogio:
A sua obra poética é a mais perfeitamente coesa e homogênea em Goiás, constituindo-se numa peça inteiriça os vários poemas que compõem o livro “Poemas e Elegias”. E de tal maneira esses poemas se completam, se identificam nas suas estruturas e vivência.s, que os sentimos harmonizados numa única mensagem, altamente humana, marcada, entretanto, por um vínculo profundo de tristeza e intensa amargura pessoal.
Este vínculo profundo de tristeza e intensa amargura pessoal que o jovem crítico já enxergava na poesia de José Décio tem, segundo Sabino, “alguma afinidade com a doutrina existencia.lista de Kierkegaard”. Esse existencia.lismo do poeta tem uma marca de desespero, doença, morte, salvação e, mesmo sendo um agnóstico, haverá o leitor de encontrar, como Sabino, dados desse existencia.lismo em José Décio.
Em “Áspera Elegia”, há pistas desta dimensão existencia.lista que Sabino viu ligada à estrutura da obra (sem desligá-la dos preceitos de Tzeván Todorov do juízo sobre a obra de arte); nem tampouco de isolá-la do sujeito que a criou (o sujeito que articula o discurso –– o poeta). Essa advertência. de Sabino faz crer ao leitor atento que se “o valor da obra deve ser o da sua estrutura”, por outra parte o permanente frescor da permanência. da obra e sua sobrevida é sua capacidade de diálogo com o leitor, para além do aspecto sépia de sua mera estrutura:
–– Tenham paciência. comigo! (quero gritar às vezes). Não me transformem de súbito num escoadouro tormentoso de angústia e de ternura. Aonde levarei essa música, essa dor e surda alegria ou essa dura tristeza?
E o poeta-profeta Kierkergaardiano parece ameaçar o leitor, como um poeta judeu, alguns versos adiante na mesma “áspera” elegia numa linguagem “bíblica” como a dos profetas judaicos:
Mas vos prometo, no entanto, que não dormireis quietos nestas noites aflitas: irei pelas ruas tranquilas das vossas almas mofadas, semeando o vento do fogo para crestar vossas banhas e acelerar vossos pulsos exauridos pelo tédio.
O poeta noturno goiano, insone, cochicha em nossa vigília: “não durmo, não dormes –– em paz –– ao menos”, se o mundo, este áspero e bruto e doloroso artífice da antipoesia, mantiver sua mão de exclusão permanente sobre a visão poética da vida e possa ter alguma vitória sobre a arte.
Depois, ao me sentir exausto, aguardarei em silêncio a madrugada, para chorar sobre sua pureza todo o velho desespero.
O desespero é derivado de crises de depressão do poeta. A depressão e outros males menores do poeta o faziam ausente do convívio socia.l por longos períodos. A humanidade entrevista por suas tristezas, seus destinos, no entanto, se não abandonam o poeta são o que o impulsionam a criar intensa poesia, resistente ao tempo, duradoura com esta amostra em “Grave Elegia”:
Quando me acho triste, (e isto acontece muito) Gosto de sair pelas ruas Qual um homem sem fichas, Vagamente deslambrado De todos os compromissos. (…) É um conforto sentir Que nunca me agradaria Ser general, estadista, chefe, Ou diretor das ondas hertzianas. Simplesmente quero ser um homem, Pois a vida é muito séria.
A dita “seriedade da vida” era o fator que inabilitava o poeta para as tarefas mais comezinhas do dia-a-dia e o que o levou a ser redator, funcionário público não permanente e até diretor de zoológico; o que se não lhe trouxe o sonho do conforto material, nem a realização de ter seu pedacinho de terra, criou em suas memórias uma fraternidade com os bichos que dá ao noturno goiano uma aura de São Francisco agnóstico.
Epitáfio de um Lobo Ó lobo, companheiro de solitude! irmão de São Francisco. Também meu irmão das selvas, portador de estranhas gentilezas. Trouxeste-me o sabor dos campos, as distância.s dos gerais imensos, o cheiro da terra virgem dos brejos de buritis perdidos, o canto nostálgico da graúna nos pantanais de minha terra.
De novo, recorro ao amigo Britto que nos reporta que “uma vez, pescando, notamos que o poeta tinha há muito tempo o anzol dentro d’água, sem que qualquer peixe o beliscasse. Sugerimos-lhe que botasse outra isca, pois aquela já devia ter sido comida, mas, com um riso irônico, José Décio explicou: ‘Eu sei disso, mas não estou querendo pescar nada. Eu desejo apenas fazer parte da natureza. Sento aqui e em pouco tempo sou como um tronco de árvore ou como essas águas que passam’” (Notícia.s de José Décio Filho, Poemas e Elegias, 2ª ed.).
E um episódio assim que se transforma naquele magistral trecho do poema “Grave Elegia”, já citado:
Enquanto os pescadores atentos colhem peixe das águas, estou pescando mistérios para meu repasto.
Ou ainda o São Francisco agnóstico que coberto de um humanismo profundo é capaz de nos levar de pronto da “ternura espinhosa e tirânica” do lobo à pequena obra-prima de tradução da solidão do poeta; poema este, por vez mostrado primeiramente a uma sobrinha, Cláudia Falluh Balduíno, quando tinha seus 14 anos; hoje, Cláudia é docente na UnB.
À guisa de inconclusão, fecho o ensaio com este trecho de Sabino:
“A poesia parecia. a ele, José Décio, como também pareceu a Rainer Maria Rilke (o canto é a existência.) um processo da existência. em ação e, por isso, distante do pensamento participante… Para ele, como para Rilke, a poesia era uma escolha de destino exigente dos maiores sacrifícios”.
Entre o dia e as noites insones, entre o delírio e a razão
Autor: José Décio Filho
Preço: R$ 30 – Caminhos
Foto: Divulgação
O leitor amante da poesia lerá em “Poemas e Elegias” a grande e a reduzida poesia. Reduzida porque em um só volume, mas ainda assim potente, capaz de impacto em pequena extensão; e grande, apesar de sabermos e conhecermos do autor apenas este volume recém-relançado.
O respeitável crítico Álvaro Lins deixou numa página inesquecível o que pode ser aplicável à poesia de José Décio e à poesia da pós-modernidade:
Toda a poesia moderna oscila entre estes dois polos: o delírio e a razão. Mas a possibilidade de uma harmonia entre os dois, entre o inconsciente e o consciente, entre o ilógico e o lógico, entre o vidente e o racionalista, é uma constatação que podemos verificar tanto em filosofia da arte como na própria obra de arte. Esta harmonia é que vamos encontrar, por exemplo, o poeta que é considerado a primeira figura da poesia moderna: Baudelaire. Como se sabe, Marcel Raymond colocá-lo, com muita exatidão, como centro das duas principais correntes da poesia moderna –– a dos “artistas”, através de Mallarmé e de Valéry e a dos “videntes”, através de Rimbaud.
Na verdade, todo o ensaio de Lins é de uma bela rosa-dos-ventos para quem queira entender a poesia que permanece do período em que escreveu José Décio, o poeta noturno goiano, perdido entre o dia e as noites insones, entre o delírio e a razão poética.
Entender a esquizofrenia e sua influência. na vida de um artista pode ter alguma importância. para a melhor fruição crítica do que se lê. A insônia de José Décio é sabidamente matéria de poemas e tema de conversas com os amigos. Haveria vínculo clínico entre insônia e esquizofrenia?
Sabemos que no quadro da esquizofrenia, os estados melancólicos são relevantes. Resta descobrir o quê, na visão de um profissional da psicologia atual, isso pode representar para a produção de um poeta (ou do artista em geral). Apesar de não termos fontes que nos apontem como ele soube que era esquizofrênico, sabemos que a esquizofrenia em José Décio se manifestou loucura quando preso pela polícia. de Vargas no Rio; notícia. dado pelo Correio da Manhã, em setembro de 1946 e transcrita na “Nota dos Editores” no recém-lançado livro:
O jornalista José Décio, vítima de estúpida agressão policia.l, foi recolhido à enfermaria da Penitenciária do Estado, a pedido de pessoas da família. O referido jornalista sofreu uma grave depressão moral, em consequência. da prisão e do espancamento, parecendo estar sofrendo de sérios distúrbios mentais.
A psicanalista Stella van der Klugt, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), diz que “a esquizofrenia uma forma de loucura –– em que a pessoa ouve vozes, tem alucinações, sofre de violentas alterações de humor; pode ter insônia, mas esta não é uma decorrência. da depressão”.
A especia.lista também afirma que “a esquizofrenia pode ter muita influência. na produção artística, tal como ocorreu na arte de Arthur bispo do Rosário que estava internado num hospício e foi considerado um grande artista reconhecido internacionalmente, uma mente brilhante que se manifestou através da doença”.
Segundo a escritora Lucia.na Hidalgo, Arthur Bispo do Rosário perambulou numa delicada região entre realidade e delírio, vida e arte: No refúgio de sua cela no Hospital Nacional dos Alienados, na Praia Vermelha, o paciente psiquiátrico produziu mais de mil obras consagradas no mercado internacional de arte contemporânea. Criou um universo lúdico de bordados, assemblages, estandartes e objetos durante os mais obscuros períodos da psiquiatria –– época dos eletrochoques, lobotomias e tratamentos violentos aplicados para o controle de crises. Sem se dar conta, Bispo não só driblou os mecanismos de poder no manicômio como utilizou sobras de materiais dispensados no hospital para criar suas obras, inventando um mundo paralelo, feito para Deus.
Uma boa analogia literária, levando para o caso-extremo que se tornou para os psicanalistas o de Arthur Bispo do Rosário, teria seu similar na literatura em Antonin Artaud. Outras analogias mais próximas seriam o de Nijinski, na dança, Klaus Kinski, no teatro. Nas artes visuais, há o exemplo melhor e mais recorrente de Van Gogh ou, se quisermos ser mais modestos, o de Camille Claudel, como destaca Zeidler Filho.
O fato comum é que a percepção, a sensibilidade, a transformação em palavras que transmitem coerência. e profundidade das emoções, mesmo tendo um rótulo, um diagnóstico de esquizofrenia, ainda assim tornam-se brilhantes para a arte, assegura Stella van der Klugt. E prossegue: “O estado melancólico na esquizofrenia é o estado mais tranquilo. Penso que é aí que se consegue trabalhar. Na psicanálise, a linguagem seria o sistema de defesa mais sofisticado. A poesia é a linguagem por excelência. onde se condensam as emoções, as imagens, as histórias do ser humano”.
Por ser o poeta o artista mais completo e como a melancolia é por definição um estado permanente, diferente da depressão que pode ser passageira, vale lembrar um dos grandes melancólicos: o poeta francês Charles Baudelaire, que no poema “Spleen” demonstra até no seu último parágrafo um estado de não-esperança:
E os carros funerais, sem música ou tambor. Vão desfilando em mim e a esperança dest’arte Vencida, chora; e a angústia, a estorcer-se de dor, Sobre o meu crânio implanta o seu negro estandarte. (Flores do Mal, Baudelaire, trad. de Jamil Almansur Haddad, 1958)
O editor Mário Zeidler Filho também vê na melancolia, mesmo que em seu estágio “pós-crise” uma boa chave para a poesia de José Décio. Esse “estado melancólico” pode fazer surgir momentos de “hiperlucidez”, uma visão por demais cruenta ou desesperançada do mundo; uma falta ao mesmo tempo de solução e de mistério. Daí o desespero de Antonin Artaud ou de um Van Gogh, o louco como (e por ser) hiperlúcido.
Há ainda o exemplo de outro melancólico produtivo, o judeu-austríaco W. Benjamin. Num comentário à obra de Susana Kampff Lages (“Walter Benjamim –– Tradução e Melancolia”), Cláudia Santana Martins, assim resumiu a situação:
A melancolia se caracterizaria por um desânimo doloroso, desinteresse pelo mundo exterior, perda da capacidade de amar, inibição da produtividade e baixa autoestima. Trata-se de um delírio predominantemente moral. O “eu” do melancólico cinde-se e uma parte analisa criticamente a outra. Na base do sentimento melancólico, estaria a decepção com um objeto amoroso a que o “eu” se ligou de modo narcisista.
Em vez de criticar o objeto amado diretamente, o melancólico volta as críticas para si mesmo. O estado melancólico corresponderia, de modo aproximado, ao que hoje em dia chamamos de depressão.
Com a participação do cantor e compositor René Bonfim, de dois poetas nascidos em Brasília – Hilan Bensusan e Wélcio de Toledo – do historiador Adirson Vasconcelos e de do escritor e sociólogo Wagner Sresthas – autor de “Brasília, a cidade mais inteligente do mundo”–, o Coletivo de Poetas faz sarau sexta-feira, 24 de abril, em homenagem aos 55 anos de Brasília (DF). O sarau será realizado no Empório Mineiro (CLN 104).
Também homenagearão Brasília os poetas Antonio Miranda, Basilina Pereira, Mauro Nobre, Alceu Brito Corrêa e Menezes y Morais. No quadro Poesia na Roda, a plateia é convidada a prestar sua homenagem, junto com o Coletivo de Poetas. Haverá sorteio de livros.
Adirson Vasconcelos é considerado a maior referência, talvez a única, na historiografia de Brasília. Ele e Wagner Sresthas, separadamente, farão minipalestra sobre Brasília, com direito a perguntas do público.
René Bonfim é compositor da banda Paraíbola, que faz forró de raiz e nasceu em Taguatinga (DF), criada, entre outros, por Paulo de Tarso e o saudoso Francisco Morojó (Pezão). RB mostrará composições próprias ao violão.
SERVIÇO
Coletivo de Poetas homenageia os 55 anos de Brasília
Em sua 14ª edição, a Mostra do Filme Livre traz para o público candango um panorama completo da produção brasileira de filmes independentes em todos os formatos, gêneros e durações.
Dia 08/04 - Quarta-feira
Cinema
18h30 - Destaque 3 Dellani - 16 anos - 77 min
O tempo Não Existe No Lugar Em Que Estamos, de Dellani Lima, MG, 2015, 77min
20h - Capovilla 1 - 14 anos - 80 min
Subterrâneos do Futebol, de Maurice Capovilla, RJ, 1964, 30min
Bahia de Todos os Santos, de Maurice Capovilla, SP, 1974, 56min
Cabines
Cabine Livre 1 - Livre - 14h às 20h
Outras Mitologias, de Marcelo Salum, RJ, 2014, 9min
Dia 09/04 - Quinta-feira
Cinema
16h30 - Capovilla 7 - 14 anos - 60 min
Crônica à Beira do Rio, de Maurice Capovilla, SP, 1981, 60min
18h30 - ESPECIAL CARLOS MAGNO - 14 anos 83 min *sessão seguida debate
ANDRÔMEDA - a menina que fumava sabão, de Carlos magno Rodrigues,MG, 2009, 15min
1976 - Lugar Sagrado, de Carlos magno Rodrigues, MG, 2010, 6min
Alexandre Illich, de Carlos magno Rodrigues, MG, 2008, 12min
Sebastião, o homem que bebia querosene, de Carlos magno Rodrigues, MG, 2007, 10min
IGRREV - Igreja Revolucionária dos Corações Amargurados, de Carlos magno Rodrigues, MG, 2007,
20h - Capovilla 2 - 14 anos - 103 min
Bebel, Garota Propaganda, de Maurice Capovilla, SP, 1967, 108min
Cabines
Cabine Livre 2 - Livre - 14h às 20h
Abdução, de Nelton Pellenz, SC, 2014, 4min
Abordagem, de Joacélio Batista e Nelton Pellenz, RS, 2014, 13min
Imerso, de Joacélio Batista e Nelton Pellenz, RS, 2014, 10min
Maré, de Nelton Pellenz, RS, 2014, 2min
Diuturnamente, de Nelton Pellenz, RS, 2013, 9min
Terra do meio, de Joacélio Batista e Nelton Pellenz, RS, 2014, 8min
Dia 10/04 - Sexta-Feira
Cinema
16h30 - Pílulas - 18 anos - 74min
A câmera, de Germano Weiss, RJ, 2014, 3min
A Gal and A Gun, de Raquel Gandra, RJ, 2013, 3min
Atemporal, de Sara Não Tem Nome, MG, 2013, 1min
Carros Carros Carros, de Fernanda Almeida, RJ, 2014, 1min
Carta de meu pai, de Marta Chamarelli, RJ, 2014, 1min
Ciclo, de Arthur Cavalcante, AL, 2013, 3min
Coffee Break, Ernesto Molinero, BA, 2014, 3min
Como seria?, Daniel Gonçalves, RJ, 2014, 3min
CorpoFala, de Marina Gurgel, RJ, 2013, 3min
Distância, de Aline Paiva, RJ, 2010, 3min
Estudo de Persistência, de Krefer, PR, 2014, 2min
Estudo de Sobreposição, de Krefer, PR, 2014, 3min
Eu Venus aqui, de Aline Brune, BA, 2013, 3min
Evidências (primeira: tchauzinho), de Tatiana Nascimento dos Santos, DF, 2014, 2min
Felappi: Do Sub, de Fela Montparnasse, RJ, 2015, 2min
4 x 1, de Ricardo Rodrigues e Vitor Gracciano, RJ, 2011, 2min
Graffiti, de Bruno Vianna, RJ, 2014, 3min
Música da Luz #1, de Renato Coelho, SP, 2013, 1min
O babado da Toinha, de Julia Aguiar, André de Oliveira, Cauê Rocha, BA, 2014, 3mi
O cinema segundo Luiz Rô, de Renato Coelho, SP, 2013, 3min
O Recordista, de Marcelo Rivelino, RS, 2011, 1min
Ordem e Progresso, de Fernanda Vogas e Xabier Monreal, RJ, 2012, 1min
Os Cegos, de Bruno Risas, SP, 2014, 2min
Punk, de Alex Fedox, CE, 2014, 1min
Rua Julieta Palhares, 295, de Renato Coelho, SP, 2013, 3min
Samba é Madeira, de Fernanda Vogas e Xabier Monreal, RJ, 2012, 1min
Saudade Bandida, de Anno Birkin, BA, 2014, 3min
Sonia, de Lud Mônaco, CE, 2013, 1min,
Texto Simples, de Francisco Franco e Josimar Freire, MG, 2014, 3min,
Transitório, de Duda las Casas, RJ, 2014, 2min
VICACHÁ, de Sávio Leite, MG, 2014, 3min
Visão 2013 para Roberto Piva, de Priscyla Bettim, SP, 2013, 3min
18h30 - Capovilla 3 - 14 anos - 93min
O Profeta da Fome, de Maurice Capovilla, SP, 1970, 93min
20h15 - Capovilla 4 - 14 anos - 90 min
O Jogo da Vida, de Maurice Capovilla, SP, 1977, 90min
Cabines
Cabine Livre 3 - Livre - 14h às 20h
Videoscópio X, de Fernanda Vogas e Xabier Monreal, RJ, 2012, 4min
Dia 11/04 - Sábado
Cinema
14h - Mostrinha Livre 1 - Livre - 39min
Fora da caixa, Edemar Miqueta, MA, 2013, 5min
Toda Forma se transforma, SP, 2014, 1m
Amarelinha, de Rafael Jardim, BA, 2013, 12min
A varinha mágica, de Ramon Faria, MG, 2012, 5min
A Piscina do Peri, de Fábio Gavião, Renato Dias, Chico Serra, RJ, 2006, 4min
Acadêmicos do Morrinho - Parte 1, de Fábio Gavião, Nelcirlan Souza, Rodrigo de Maceda, Renato Dias, Chico Serra, RJ, 2006, 4min
Acadêmicos do Morrinho - Parte 2, de Fábio Gavião, Nelcirlan Souza, Rodrigo de Maceda, Renato Dias, Chico Serra, RJ, 2006, 4min
O Saci no Morrinho, de Renato Dias , Nelcirlan Souza, José Carlos (Junior), Rodrigo de Maceda, RJ, 2007, 4min
16h30 - Curta Brasília - 18 anos - 80 min
Crônicas de uma Cidade Inventada, de Luísa Caetano, DF, 2014, 25min
Meio fio, de Denise Vieira, DF, 2014, 20min
Cabeça, tronco, rodas, de Thiago Zacarias Amâncio, 2014, 20min
Desova, de Algodão Choque, DF, 2014, 15min
18h30 - Nervos de Aço - Livre - 90 min, RJ, 2015 . A sessão será seguida de debate com Maurice Capovilla e mediação do curador Marcelo Ikeda.
Dia 12/04 - Domingo
Cinema
14h - Mostrinha Livre 2 - Livre - 40 min
Samba é Madeira, de Fernanda Vogas e Xabier Monreal, RJ, 2012, 1min
O Reino do Chocolate de Rafael Jardim, BA, 2011, 4min
Ciclo - Inédito, de Arthur Cavalcante, AL, 2013, 3min
Ordem e Progresso, de Fernanda Vogas e Xabier Monreal, RJ, 2012, 1min
Inexorável, de Juliano Coacci, DF, 2009, 3min
Garoto Barba, de Christopher Faust, PR, 2010, 14min
O Saci no Morrinho, de Renato Dias , Nelcirlan Souza, José Carlos (Junior), Rodrigo de
A Piscina do Peri, de Fábio Gavião, Renato Dias, Chico Serra, RJ, 2006, 4min
Erros, de Rodrigo Soldado, RJ, 9min.
Teatro do CCBB
15h %u2013 Debates Livres %u2013 Políticas Audiovisuais %u2013 Discussão sobre a atual política audiovisual, com Ana Arruda, Frederico Cardoso, Leo Rossato, Norlan Silva e convidados.
16h30 - Destaque 2 Atores Livres - 14 ANOS - 99 min
Pé sem chão, de Sérgio Ricardo, RJ, 2014, 14min
Ossos, de Helena Ignez, CE, 2014, 19min
Gira, de Sergio Santeiro, RJ, 2014, 3min
Dois casamentos, de Luiz Rosemberg Filho, RJ, 2014, 63min
18h30 - Capovilla 5 - 16 anos - 91min
Harmada, de Maurice Capovilla, RJ, 2003, 100min
20h15 - Capovilla 6 - 14 anos - 110min
O Último Dia de Lampião, de Maurice Capovilla, SP, 1975, 50min
O Boi Misterioso e o Vaqueiro Menino, de Maurice Capovilla, SP, 1981, 60min
Dia 13/04 - Segunda
Cinema
16h30 - Outro Olhar 1 - 12 anos - 84min
Capela, de Ramon Batista, PB, 2014, 12min
Um Filme Para Michal, de Violeta Martinez, BA, 2013, 72min
18h - Politykas 1 - Livre - 83 min
É Tudo Mentira, de Coletivo No Pasaran!, RJ, 2014, 83min
20h - Politykas 2 - 12 anos - 74 min Ressurgentes, de Dácia Ibiapina, DF, 2014, 74min
A sessão será seguida de debate com a cineasta Dácia Ibiapina e mediação do curador Marcelo Ikeda.
Dia 15/04 - Quarta
Cinema
16h30 - Outro Olhar 2 - 12 anos - 71min
A doce Flauta de Liberdade, de George Varanese Neri, BA, 2014
18h30 - Panorama Livre 1 - 14 anos - 66 min
Vislumbres, de Andre Pyrrho, RN, 2014, 7min
Vistos em volta, de Thiago Zamprogno, RJ, 2014, 10min
Efeito Casimiro, de Clarice Saliby, RJ, 2013, 15min
Erivaldo - O Astronauta Místico, Gurcius Gewdner, SC, 2013, 6min
Pequeno Objeto A, de Daniel Abib, RJ, 2014, 15min
Filme caseiro - noite estrelada, de Dirnei Prates, RS, 2014, 13min
20h - Longa Livre 1 - 10 anos - 78 min
Rito de Passagem, de Juliette Yu-Ming, RJ, 2014, 11min
A mulher que amou o vento, de Ana Moravi, MG, 2014, 67min
Cabines
Cabine Livre 4 - Livre - 14h às 20h
Triptyques Atypiques, de Cavi Borges, RJ, 2014, 4min
Dia 16/04 - Quinta-feira
Cinema
16h30 - Outro Olhar 3 - Livre - 73min
Flutuantes, de Rodrigo Savastano, RJ, 2013, 73min
18h30 - Panorama Livre 2 - 14 anos - 73 min
10-5-2012, de Álvaro Andrade, BA, 2014, 19min
Edifício Tatuapé Mahal, de Carolina Markowicz e Fernanda Salloum, SP, 2014, 10min
Gigante, de Rafael Spínola, RJ, 2014, 12min
E - Inédito, de Alexandre Wahrhaftig, Helena Ungaretti e Miguel Antunes Ramos, SP, 2013, 17min
Retrato n.1 Povo acordado e suas 1000 Bandeiras, de Edu Yatri Ioschpe, SP, 2013, 5min
Onde vivem os monstros?, de Ythallo Rodrigues, CE, 2014, 10min
20h - Longa Livre 2 - 10 anos - 85min
Dromedário no Asfalto, de Gilson Vargas, RS, 2014, 85min
Cabines
Cabine Livre 5 - Livre - 14h às 20h
Toda cor abandonada é violenta, de Ulisa Carmens, RJ, 2014, 14min
Dia 17/04 - Sexta-feira
Cinema
16h30 - Outro Olhar 4 - Livre - 72 min
Nós Outros, de Marina Weis, SP, 2013, 72min
18h30 - Panorama Livre 3 - 16 anos - 75 min
SeteOito, de Luciana Barretto Lemos, SP, 2014, 18min
Loïe e Lucy, de Isabella Raposo e Thiago Brito,RJ, 2014, 16min
Nua por Dentro do Couro, de Lucas Sá, MA, 2014, 21mi
Être chat, de Juliette Yu-Ming e Sebastian Wiedemann, RJ, 2014, 20min
20h - Longa Livre 3 - 14 anos - 92 min
A Vida Privada dos Hipopótamos, de Maíra Bühler e Matias Mariani, SP, 2014, 91min
Cabines
Cabine Livre 6 - Livre - 14h às 20h
Prostração, de Roderick Steel, SP, 2014, 5min
Dia 18/04 - Sábado
Cinema
14h - Mostrinha Livre 2 - Livre - 40 min
Samba é Madeira, de Fernanda Vogas e Xabier Monreal, RJ, 2012, 1min
O Reino do Chocolate de Rafael Jardim, BA, 2011, 4min
Ciclo - Inédito, de Arthur Cavalcante, AL, 2013, 3min
Ordem e Progresso, de Fernanda Vogas e Xabier Monreal, RJ, 2012, 1min
Inexorável, de Juliano Coacci, DF, 2009, 3min
Garoto Barba, de Christopher Faust, PR, 2010, 14min
O Saci no Morrinho, de Renato Dias , Nelcirlan Souza, José Carlos (Junior), Rodrigo de
A Piscina do Peri, de Fábio Gavião, Renato Dias, Chico Serra, RJ, 2006, 4min
Erros, de Rodrigo Soldado, RJ, 9min.
16h30 - Longa Livre 4 - 16 anos - 85min
Ruídos Mudos - Inédito, de Haendel Melo, MG, 2014, 23min
A Misteriosa Morte de Pérola, de Guto Parente, CE, 2014, 62min
18h30 - Panorama Livre 4 - 14 anos 75 min
Vailamideus, de Ticiana Augusto Lima, CE, 2014, 8min
Como se fosse da família, de Alice Riff, Luciano Onça, SP, 2013, 14min
CLORO, de Marcelo Grabowsky, RJ, 2014, 18miN
Geru, de Fábio Baldo e Tico Dias, SP, 2014, 23min
Sujeito Oculto, de Amanda Gracioli ,BA, 2014, 12min
20h - Sexuada 1 - 18 anos - 68min
Repúblico - Inédito, de Jefferson Parreira, Keu Andrade e Raquel Vasconcelos, BA, 2013, 16min
Action Painting No. 1 / No. 2, de Krefer & Turca, PR, 2014, 7min
Fonte Invertida, de Krefer, SP, 2014, 1min
Virgindade, de Chico Lacerda, PE, 2014, 15min
Como dois amantes, de Eduardo Brandão Pinto, RJ, 2014, 12min
Nothing to adjust, de Duo Strangloscope (Rafael Schlichting e Cláudia Cárdenas), SC, 2014, 5min
Nascedouro, de Bernardo Teodorico Costa Souza, PB, 2014, 12min
Cabines
Cabine Livre 7 - Livre - 14h às 20h
Abraço, de Igor Câmara, CE, 2014, 10min
Dia 19/04 - Domingo
Cinema
14h - Mostrinha Livre 1 - Livre - 39min
Fora da caixa, Edemar Miqueta, MA, 2013, 5min
Toda Forma se transforma, SP, 2014, 1m
Amarelinha, de Rafael Jardim, BA, 2013, 12min
A varinha mágica, de Ramon Faria, MG, 2012, 5min
A Piscina do Peri, de Fábio Gavião, Renato Dias, Chico Serra, RJ, 2006, 4min
Acadêmicos do Morrinho - Parte 1, de Fábio Gavião, Nelcirlan Souza, Rodrigo de Maceda, Renato Dias, Chico Serra, RJ, 2006, 4min
Acadêmicos do Morrinho - Parte 2, de Fábio Gavião, Nelcirlan Souza, Rodrigo de Maceda, Renato Dias, Chico Serra, RJ, 2006, 4min
O Saci no Morrinho, de Renato Dias , Nelcirlan Souza, José Carlos (Junior), Rodrigo de Maceda, RJ, 2007, 4min
16h30 - Longa Livre 5 - 16 anos - 73 min
Untitled: não identificado, de Sidney Schroeder, RJ, 2014, 9min
Intervenção, de Pedro Maia de Brito, PE, 2014, 4min
Aquilo que Fazemos com as Nossas Desgraças, de Arthur Tuoto, PR, 2014, 60min
18h30 - Panorama Livre 5 - 10 anos - 67min
O que se memora, de Caio Dornelas e Ernesto Rodrigues, PE, 2014, 10min
E O Amor Foi Se Tornando Cada Dia Mais Distante, de Alexander de Moraes, RJ, 2014, 9min
A Clave dos Pregões, de Pablo Nóbrega, PE, 2014, 15min
História Natural, de Júlio Cavani, PE, 2014, 12min
De Profundis, de Isabela Cribari, PE, 2014, 21min
20h - Sexuada 2 - 18 anos - 54min
Exquisite Corpse Video Project Vol. 4 - Porn and Politics, de Kika Nicolela e outros 37 autores, SP, 2014, 54min
Cabines
Cabine Livre 8 - Livre - 14h às 20h
Faraway, de Fábio Bardella e André Michiles, SP, 2014, 2min
Sem Título # 1: Dance of Leitfossil, de Carlos Adriano, SP, 2014, 6min
Dia 20/04 - Segunda
Cinema
16h30 - Outro Olhar 5 - 14 anos - 86min
Filme Selvagem, de Pedro Diogenes, CE, 2014, 12min
Com os Punhos Cerrados, de Luiz Pretti, Pedro Diogenes, Ricardo Pretti, CE, 2014, 74min
18h30 - Longa Livre 6 - 16 anos - 83min
Jardim Atlântico, de Jura Capela, PE, 2012, 83min
20h15 - Politykas 3 - Livre - 80 min
Rio Ano zero, de Aude Chavalier, RJ, 2013, 118min
Cabines
Cabine Livre 9 - Livre - 14h às 20h
%u2026%u2026%u2026%u2026%u2026... - , de Duo Strangloscope (Rafael Schlichting e Cláudia Cárdenas), SC, 2014, 9min, 6
Spinoff , de Duo Strangloscope (Rafael Schlichting e Cláudia Cárdenas), SC, 2014, 5min
Dia 22/04 - Quarta-feira
Cinema
16h30 - Outro Olhar 6 - 16 anos - 104 min
Metamorfismo, de Pedro Leite, SP, 2014, 39min
Jericó, de Victor Ruano, RJ, 2011, 38min
Os cantos da terra verde, de Gabriel Bilig, MG, 2014, 27min
18h30 - Panorama Livre 6 - 16 anos - 76 min
Nunca Fomos Emboram, de Samuel Carvalho, CE, 2014, 24min
O tempo entre o sopro e o apagar da vela, de Rodrigo Fernandes, CE, 2013, 12min
AQUENDA NELA, de Bárbara Cabeça Rangel, CE, 2014, 18min
O Completo Estranho, de Leonardo Mouramateus, CE, 2014, 24min
20h - Longa Livre 7 - 14 anos - 80min
Pingo d´agua, de Taciano Valério, PB, 2014, 80min
Cabines
Cabine Livre 10 - Livre -14h às 20h
Autorretrato com círculo vermelho, de Nadam Guerra, RJ, 2013, 5min
Dia 23/04 - Quinta-feira
Cinema
16h30 - Outro Olhar 7 - 16 anos - 87min
O spleen de São Paulo, de Priscyla Bettim, SP, 2014, 10min
Querido capricórnio, de Amanda Devulsky, DF, 2014, 12min
Loja de Répteis, de Pedro Severien, PE, 2014, 17min
Teresa, de Lilih Curi, BA, 2014, 4min
Com Fome no Fim do Mundo, de Marcus Curvelo, BA, 2014, 30min
BRISA SECRETA DAS ALTURAS, de Fábio Carvalho, MG, 2014, 14min
18h30 - Panorama Livre 7 - 14 anos - 68 min
Ela - Inédito, de Nivaldo Vasconcelos, AL, 2014, 8min
Tigre, de João Borges, MG, 2013, 15min
Cenário, de Carol Veras, Felipe Gurgel, Mariana Lage e Régis Cunha, CE, 2014, 6min
Visita ao filho - Inédito, de Frederico Benevides, CE, 2014, 24min
Ilha - Inédito, de Ismael Moura, PB, 2014, 15min
20h - Longa Livre 8 - Livre - 108 min
Ela volta na quinta, de André Novais Oliveira, MG, 2014, 108min
Cabines
Cabine Livre 11 - Livre - 14h às 20h
[distopia], de Eduardo Brandão Pinto, RJ, 2014, 14min
Dia 24/04 - Sexta-feira
Cinema
16h30 - Trash - 18 anos - 77 min
Judas, de Joel Caetano, SP, 2015, 10min
O Laboratório do Dr. Sepúlveda, de Coffin Souza, SC, 2015, 8min
Vamos Lá, Camarada. Aperte a Mão do Coleguinha, de Ângelo Sousa, CE, 2014, 9min
sede, de Cleiner Micceno, SP, 2013, 14min
A Cor Que Caiu do Espaço, de Petter Baiestorf, SC, 2015, 7min
Carniçal, de Rubens Mello, SP, 2014, 15min
REVELAÇÕES DE UM CINEASTA CANIBAL, de Rodrigo Aragão, ES, 2014, 12min
18h30 - Panorama Livre 8 - 16 anos - 74 min
Jacklegal, de Wanessa Malta, CE, 2014, 24min
Corações Sangrantes, de Jorge Polo, RJ, 2014, 24min
A outra margem, de Nathália Tereza, MS, 2015, 26min
20h - Longa Livre 9 - 18 anos - 74min
Batguano, de Tavinho Teixeira, PB, 2013, 74min
Cabines
Cabine Livre 12 - Livre - 14h às 20h
Três ratos, de Luciana Mazeto e Vinícius Lopes, RS, 2013, 12min
Dia 25/04 - Sábado
Cinema
14h - Caminhos 1 - Livre - 57 min
Archângelo, de Davi Mello, SP, 2014, 4min
Catarinas, de Daniela Verztman Bagdadi, RJ, 2014, 7min
Carta para um fantasma, de Marcelo Moura, RJ, 2014, 6min
Quando Rosa Virou Azul, de Raí Gandra Moreira, BA, 2014, 7min
Que a saudade se faz tarde, de Júlia Vilhena, RJ, 2014, 5min
Rua dos Bobos, de Ohana Sousa, BA, 2012, 7min
Ventania, de Matheus Peçanha, Renata Spitz e Thiago Yamachita, RJ, 2014, 21min
16h - Mundo Livre 1 - 14 anos - 84 min
Se o mundo acabar, me dê um toque, de Renato Sircilli, SP, 2014, 17min
De repente, Barbara, de Antoine Guerreiro do Divino Amor, RJ, 2013, 12min
Time Gap, de Cláudia Cárdenas e Rafael Schlichting, SC, 2014, 11min
La Llamada, de Gustavo Vinagre, SP, 2014, 19min
A vaca, de Mariana Tesch Morgon, SP, 2014, 6min
Bashar, de Diogo Faggiano, SP, 2014, 19min
18h30 - Panorama Livre 9 - 18 anos - 87 min * seguido de debate
Nada É, de Yuri Firmeza, CE, 2014, 34min
O Bagre Africano de Ataléia, Aline X e Gustavo Jardim, MG, 2014, 52min
20h15 - Longa Livre 10 - Livre - 72min
O Gigantesco Ímã, de Petrônio Lorena e Tiago Scorza, PE, 2014, 72min
Cabines
Cabine Livre 13 - 14 anos - 14h às 20h
Tympanum, de Bruno Costa,PR, 2014, 10min
Dia 26/04 - Domingo
Cinema
14h - Caminhos 2 - 14 anos - 62 min
Achados e Perdidos, de Camila Lamha, Guilherme Ferraz e Luisa Mello, RJ, 2014, 6min
Fragmentos de uma cronologia inerte, de Lucas Simões, PE, 2013, 8min, 6
Vila - Aeroporto, de Danilo Vilaça, MG, 2014, 10min
Oná, de Coletivo Crua, RJ, 2014, 5min
BARBEIRO, de Felipe Kusnitzki, RJ, 2014, 9min
Monolito Carnaval, de Dora de Andrade, Daniel Ruiz e Felipe Barros, RJ, 2014, 9min
Sobre Trilhos, de Oficina de Produção Audiovisual da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, RJ, 2014, 14min
16h30 - Mundo Livre 2 - 12 anos - 68 min
NEWCOMERS (Recém-chegados), de Mariana Duarte, RJ, 2013, 18min
Sebas es como es, de Juliana Brombim, SP, 2012, 22min
O arquipélago, de Gustavo Beck, RJ, 2014, 28min
18h30 - Panorama Livre 10 - 18 ANOS - 84 min
Nova Dubai, de Gustavo Vinagre, SP, 2014, 50min
Verona, de Marcelo Caetano, SP, 2013, 34min
20h15 - Longa Livre 11 - 14 anos - 80 min
Rio Cigano, de Julia Zakia, SP, 2013, 80min
Cabines
Cabine Livre 14 - Livre - 14h às 20h
Blank, de Ali Khodr, Camila Mello e Mauro Espíndola, RJ, 2013, 43min
Dia 27/04 - Segunda
Cinema
16h30 - Coisas Nossas - Livre - 75 min
FORTALEZA É UM OVO, de Marcelo Ikeda, CE, 2014, 3min
Digitaria ex Machina, de Gabraz, RJ, 2015, 24min
Dale, de Patrícia Francisco, SP, 2014, 12min
18h30 - Curta o Curta - 12 anos - 71 min
Estátua!, de Gabriela Amaral Almeida, SP, 2014, 24min
Tormenta, de Fernanda Salgado e Fernando Mendes, MG, 2014, 14min
Araca - O Samba em Pessoa, de Aleques Eiterer, RJ, 2014, 20min
Castillo y el Armado, de Pedro Harres, RS, 2014, 13min
20h - Longa Livre 12 - Livre - 116min
Yorimatã, de Rafael Saar, RJ, 2014, 116min
Cabines
Cabine Livre 15 - Livre - 14h às 20h
Diários - Inédito, de Patricia Gouvêa, RJ, 2010, 29min