Iniciativa do CDI vai distribuir computadores e capacitar bibliotecários para tornarem o espaço mais convidativo à comunidade
Por Marina Lopes –
Quando
se fala em uma biblioteca, as estantes repletas de livros e o silêncio
absoluto costumam ser a primeira cena que vem à cabeça. Para
ressignificar esse espaço, o CDI (Comitê para Democratização da
Informática) deu início ao programa Recode, que vai estimular
iniciativas de empoderamento digital em 50 bibliotecas públicas nas
cinco regiões do país.
A partir do uso de tecnologia, o projeto
pretende desenvolver um ambiente de inovação nas bibliotecas, permitindo
que elas se tornem um espaço de convivência, onde os jovens se reúnem
para experimentar ferramentas digitais que auxiliam na resolução de
problemas da sua comunidade. Com patrocínio da Bill & Melinda Gates
Foundation, que investiu US$ 2,3 milhões, e apoio do Sistema Nacional de
Bibliotecas Públicas, a iniciativa prevê a distribuição de 500 novos
computadores e realização de formações para bibliotecários que atuam
nesses locais.
“O fato da biblioteca ser vista apenas como um
espaço de leitura pode afastar as pessoas. Ela não se torna um espaço de
convívio”, diz Elaine Pinheiro, diretora executiva do CDI Brasil. De
acordo com ela, a biblioteca inovadora deve interagir com a comunidade,
acolher a tecnologia e ter o jovem como um participante ativo. “Ele vai
se apropriar da biblioteca como um espaço para criar, reinventar e
convidar amigos para discutir temas”, explica.
Cada biblioteca
selecionada pelo programa vai receber dez computadores, que serão
espalhados pelo espaço para integrar o digital com o analógico
(representado pelos livros). “Pode ter uma estação de música, um livro,
um computador ou um tablet, uma roda de histórias ou palco para
crianças. Ele [frequentador] vai se apropriando daquilo na medida em que
precisa”, exemplifica.
Dentro do Recode, os bibliotecários irão
assumir o papel de reprogramar esse espaço físico da biblioteca com o
apoio da comunidade. Para auxiliar, eles participarão de formações onde
serão discutidas questões de comunicação, metodologias participativas e
mapeamento de parceiros locais. A ideia é que eles consigam, junto com a
equipe do programa, criar novas práticas e projetos onde o uso da
tecnologia possa incentivar o acesso à informação.
Os projetos de
empoderamento digital para jovens criados pelas bibliotecas deverão
trabalhar com uma metodologia baseada em três pilares: resolução de
problemas, desenvolvimento de habilidade para o século 21 e autonomia no
uso das tecnologias da informação e comunicação. “Aliar a tecnologia e a
metodologia participativa ao espaço da biblioteca é um caminho muito
assertivo para evoluir.”
O programa foi lançado no dia 9 de
setembro, durante um evento na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, em São
Paulo (SP). Atualmente está em fase de lançamento presencial nas
bibliotecas e início da formação com os bibliotecários. (Porvir/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site Porvir.
terça-feira, 29 de setembro de 2015
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