Violão de Álvaro Henrique Concerto "Quê Que a Gente Faz?", de Jorge Antunes, sob regência de Cláudio Cruz
Quê que a gente faz? Concertino para violão, orquestra de
cordas e sons pré-gravados
Em 22 de janeiro de
2012, a Polícia Militar de São Paulo e a Guarda Civil Metropolitana da cidade
de São José dos Campos, invadiram a ocupação conhecida como Pinheirinho. A
violenta desocupação da comunidade ficou conhecida como “Massacre do
Pinheirinho”. Um repórter estava junto à comunidade no momento da invasão e
gravou os sons de tiros, bombas e gritos do povo e das crianças. “Quê que a
gente faz?”, foi uma das frases gritadas, repetidas vezes, por uma mulher que
tentava proteger seus filhos. A inflexão é cromática e descendente. É com essa
célula melódica que Jorge Antunes desenvolve seu concertino para violão e
orquestra de cordas. Na parte intermediária da obra, o compositor usa trecho da
gravação sonora dos momentos dramáticos da invasão.
A obra “Quê que a
gente faz? Concertino para violão, orquestra de cordas e sons pré-gravados” foi
encomendada pela Funarte, para estreia na XX Bienal de Música Brasileira
Contemporânea. Na composição Antunes abraça, mais uma vez, sua habitual atitude
de preocupação com a justiça social. Ele escreveu uma obra engajada
politicamente, protestando contra a truculência dos donos do poder no Brasil,
que sempre agem em favor dos ricos e, reprimindo a luta dos pobres e mais
fracos.
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