POESIA CANDANGA
Por Sandra Fayad
Ontem, dia 26 de novembro, ocorreu mais um encontro lúdico
dos poetas de Brasília. Nem sempre é possível reunir a totalidade do grupo. Há
os que são mais assíduos, e há também os que faltam aos encontros por questões
pontuais. Mas havia uma boa representatividade.
Estavam lá: Rego Junior, Daniel Pedro, Joãozinho da Vila Planalto, Jorge
Amâncio, Marcos Freitas, Amneres Santiago de Brito Pereira, Geraldo de
Oliveira, Anabe Lopes, Nicolas Behr, Noélia Ribeiro, Lydia Garcia, Marina
Andrade e mais alguns que participaram do evento “Poemação”. Encontrei-me ainda
no interior da Feira do Livro com Giovani Iemini, Gacy Simas, Raúl Ernesto
Larossa Ballesta, Betta Doelinger, Lilia Diniz, José Garcia Caiano ( o Dedé),
Isolda Marinho, Marcos Linhares, Gustavo Dourado.
Geralmente esses encontros ocorrem de forma espontânea em
torno de eventos como o “Poemação”, que Jorge Amâncio e Marcos Freitas
coordenam mensalmente há mais ou menos cinco anos, enfrentando diversas
dificuldades de espaço, conforto e condições técnicas. Inicialmente o evento acontecia no auditório
da Biblioteca Nacional de Brasília, que fica no 2º andar daquele prédio. Quando
o público estava se acostumando a comparecer rotineiramente, o espaço lhes foi
subtraído.
Já dizia Fernando Pessoa: “Matar o sonho é matarmo-nos. É
mutilar a nossa alma.”
Alguns meses depois Jorge Amâncio e Marcos Freias
conseguiram levar o evento para dentro do auditório do Centro Cultural Darcy
Ribeiro, que fica ao lado da Reitoria da UNB. Uma beleza de local, porém pouco
conhecido. Com o público diminuído,
passou a ser realizado do lado de fora do auditório, onde agora já não cabe
tanta gente interessada.
Ontem, foi a vez de realizá-lo na tenda “Circo”, ao lado da
Biblioteca Nacional de Brasília, local sem conforto, isolado da 31ª Feira do
Livro, que ocorre de 23/11 a 01/12/2013.
Mas o poeta José de Alencar afirma: “A vida é luta renhida,
que aos fracos abate, e aos fortes, só faz exaltar.”
O local não teve a menor importância para nós, resistentes
poetas candangos. Fomos para lá na maior animação, declamamos poesia, ouvimos
música, nos confraternizamos como se estivemos em um real Palácio Real. O
ambiente democrático, a história da poesia de Brasília ao longo do tempo
contada aos poucos por Jorge Amâncio e Marcos Freitas e o espetáculo, que
incluiu até um flautista morador de rua, deu-me a certeza de que nada, em tempo
algum, nos afastará do nosso propósito de união em torno da beleza das palavras
de amor, fé, protesto e da esperança de que a poesia seja reconhecida como uma
das artes mais importantes que a cidade dispõe.
Cecília Meireles confirma: "Um poeta é sempre irmão do
vento e da água: deixa seu ritmo por onde passa.”
sandrafayad.prosaeverso.net
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